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KRISTA

Quando eu não me lembrava daquela noite eu sempre imaginei que não havia esquecido nada importante, apenas algumas horas no baile de formatura do meu então namorado. Fim.

Mas eu esqueci minha primeira noite com esse cara parado ao lado de sua Rover esperando por mim enquanto saio da escola de ballet no fim da tarde de terça. E, pela primeira vez, eu detesto ter perdido aquelas memórias.

— Oi. — Falo dando a ele um sorriso nervoso, embora o dele pareça mais do que o meu.

— Oi. — Ele se afasta do carro e vem até mim dando uma boa olhada. — Para onde vamos?

Eu não quero conversar com ele em local público, mas também não na casa de nenhum dos dois.

— Eu estou faminta. Podemos pegar um lanche no drive thru e ficar no carro conversando?

Não pediria por comida se não estivesse mesmo com fome, mas ao mesmo tempo me questiono se o nervosismo em meu estomago me fará capaz de conseguir engolir qualquer coisa nas próximas horas.

Josh se vira para o carro o olhando atentamente, como se estivesse vendo algo que eu sou incapaz de ver.

— Oportuno. — Ele solta a palavra e abre a porta do passageiro para eu entrar. — Vamos pegar o lanche e parar num lugar calmo.

Agradeço com um aceno de cabeça e entro no carro. O caminho para buscar o lanche é quase como se o carro fosse pequeno demais para nós dois, nós trocamos algumas poucas palavras sobre o dia que ele voltou, sobre a agência comunitária, sobre os jogos e meu trabalho.

Assim que pegamos os lanches e Josh estaciona em uma rua pouco movimentada ao lado de uma praça sei que não posso suportar mais. Antes mesmo que eu dê a primeira mordida preciso começar o assunto pelo qual estamos aqui.

— Barry apareceu no apartamento ontem. — Revelo dando uma olhada para o lado em direção a Josh, esperando que ele tenha algo a dizer, mas acho que ele espera que eu continue. — Ele disse que pensava em terminar, que não éramos compatíveis namorando, mas com a morte da minha mãe ele achou que seria mais um problema. Eu estava sobrecarregada e fiz ele estar sufocado um dia ele apenas respirou e gostou.

— Krista, o problema no que Barry fez... em mim, não está em você. Foram escolhas. — Ele parece tão culpado que quero abraçá-lo.

Naquele instante eu sei que quero estar com ele, embora não saiba se o perdoei, a mentira dele não foi apenas para se safar como Barry, não foi para esconder algo horrível. Ele escondeu algo bom, eu acho.

— Eu sei. — Digo firme mantendo meu controle. — Ele também falou que você perguntava a pessoas próximas, ligava no hospital e apareceu lá, que pareceu decepcionado quando soube que esqueci aquela noite. Barry te disse que ia me contar, mas ele não fez isso. Você também não.

A última parte é uma acusação.

— Eu ainda não estou pronta para saber tudo sobre aquela noite, mas preciso saber como eu acabei num acidente depois de tudo, e principalmente... — Minha voz sai engasgada e preciso puxar o ar. — Preciso saber tudo que você pensou sobre isso, quais foram seus motivos para ficar em silêncio.

É isso. Se ele quiser agarrar a chance de se explicar essa é a hora. Não espero nada além de honestidade. Estranhamente o nervosismo me dá fome, e começo a atacar meu lanche. Segundos se passam antes que ele pareça disposto a falar.

— Vai ser ridículo, mas eu me apaixonei por você naquela noite. — Ele solta uma respiração forte depois, seu peito subindo e descendo debaixo da camisa. — Você é essa garota incrível e quando saiu correndo do meu carro eu sabia que ia te procurar no dia seguinte, antes que se arrependesse de ficar comigo.

Conhecendo você (Astros de Duke #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora