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JOSHUA

Eu esperava fazer companhia a Krista hoje após o último jogo da temporada, ela ainda está tão abalada com as últimas notícias.

Depois de pressionar sua tia ela confirmou que sua mãe e meu pai tiveram uma relação, por alguns meses. Ela está irritada com a mãe. Mas, embora ela saiba do caso entre eles, está torcendo para que Jerome não seja filho do meu pai.

Não tenho coragem de verbalizar para ela que eu torço pelo contrário.

Então eu só faço companhia e a deixo desabafar sua raiva. Faria isso hoje se Hayley não tivesse aparecido na saída do estádio.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto quando fecho a porta do meu quarto para abafar o som do churrasco de comemoração rolando no andar debaixo.

— Uau, que felicidade. — Hayley se senta na cama, ajeitando os cabelos loiros para trás.

Ela está mais bronzeada, embora sua lua de mel tenha sido interrompida. Sua mão se estica colocando a bolsa de lado e ela dá uma olhada ao redor do meu quarto.

— Ok, vou ignorar quão simples você vive aqui e vou direto ao ponto. O que vamos fazer para eles se reconciliarem? Logo a notícia vai estourar em Wilmington, a mãe vai ficar arrasada. Você precisa conversar com ele, sabe essas coisas de homens.

Do que inferno ela está falando? Essas visitas familiares estão começando a ficar bizarras.

— Espera, volta um pouco. O que exatamente é essa conversa?

Ergo a mão fazendo sinal para ela parar de falar um pouco. E então ela respira fundo.

— Josh, isso vai arruinar a mamãe e a transformar em piada para todos. — Hayley diz.

— Não foi ela que quis se separar? — Pergunto andando até minha mochila pegando meu celular para digitar uma mensagem para Krista.

Hayley está aqui. Assim que der eu corro para aí. Te amo.

Eu talvez esteja muito protetor, mas desde que ele desmaiou quando contei a ela no outro dia eu não consigo ficar longe.

— Dá para parar de se fazer de descontraído que não se importa por que isso é sério? Joshua não existe nenhuma razão para ele assumir um filho bastardo.

Meu olhar muda da tela do celular para ela. Eu escutei certo não foi? Ela também quer que papai não assuma Jerome se for filho dele.

— Filho. Sem nada para complementar. Filho é filho. — A corrijo sabendo que não vou ter paciência para essa conversa. — Em que século você e a mãe vivem?

— Você sabe como são as coisas em qualquer época. — Ela ainda insiste. — Além do mais, se for pra ajudar o menino ele pode dar uma quantia mensal, sem ninguém saber. Não precisa assumir nada, o garoto já teve pais.

O menino. O garoto. Dar uma quantia mensal. Ninguém saber.

Difícil dizer o que revira mais meu estômago. Não consigo pensar em Jerome sendo tratado como uma coisa. Não quando eu sei o garoto incrivel que ele é. Não quando sei que perdeu tanto e tudo que precisa é de afeto e atenção.

— Como você pode ser tão egoísta Hayls? É uma criança, que perdeu os pais, e que pode ser nosso irmão!

Pego a mochila que ainda segurava e jogo no chão do quarto.

Conhecendo você (Astros de Duke #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora