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JOSHUA

— Você estava com eles ontem a tarde, não é?

É Natal. E eu prometi que ficaria em casa durante a manhã e almoço de Natal. Hayley está com a família do marido e agora que meu pai não está eu era a única pessoa para ficar com a mãe.

Normalmente estaríamos dando uma festa ou indo a uma festa, mas não esse ano.

— Krista e meu pai precisavam de mim. — Falo para ela tirando o moletom que usei para correr. — E dispenso comentários ruins sobre isso, eu quero estar aqui, mas só se você for ser uma boa pessoa.

— Eu não sou uma boa pessoa normalmente? — Ela quer saber.

— Quer uma resposta honesta?

Eu tenho pisado em ovos com ela, porque vejo que embora ela queira parecer firme, elegante, eu consigo enxergar as rachaduras em sua pose.

— Por favor.

— Eu te amo, você sabe disso, nós somos muito diferentes e não me importo quando isso só está relacionado a festas, círculo social, status, mas então as vezes você extrapola e é preconceituosa, mesquinha, egoísta. — Dou toda minha sinceridade a ela. — Não sei se isso é algo da sua criação, mas deveria pensar mais.

Ela folheia a revista em sua mão, e eu olho a respeito do que é. Decoração.

— Você era uma ótima decoradora, eu nunca entendi porque parou de trabalhar. — Comento.

— Não é fácil ser uma esposa, uma mãe, uma boa anfitriã. — Ela rebate como se isso justificasse. — Existe essa pressão para toda mulher numa posição como a minha ter uma vida perfeita.

É aí que está o ponto. Essa pessoa é resultado de quem ela é por pressão, por aparências.

— E enquanto tentava manter tudo perfeito, esconder os problemas, onde está a você real? — Faço a pergunta. — Acho que a primeira coisa que deve tentar fazer é tacar o f... dane-se para o que essa elite idiota impõe e descobrir quem você é quando age por si própria. Talvez a gente realmente vá gostar dessa pessoa.

Ela dá um meio sorriso que eu retribuo.

— Vou tomar banho. Como vamos fazer com o almoço? Pedir em um restaurante?

— Acho que podemos tentar sozinhos?

Se isso fosse um desenho animado meu queixo estaria no chão. Eu não a vejo cozinhar provavelmente desde que tinha uns seis anos.

Minha mãe tem seu melhor olhar de "viu eu posso tentar". O que me deixa tão feliz que ignoro a repulsa por suor e vou até ela beijando seu rosto.

— Volto logo do banho.

Sei que ela não vai mudar do dia para a noite, mas ter um vislumbre dela tentando algo diferente me dá esperanças. Será que é o espírito natalino?

Duas horas depois estamos cozinhando juntos após voltarmos do supermercado. Nada muito elaborado. Apenas um peru para colocar no forno, arroz e uma salada bem colorida.

— Eu nem sabia que você podia cozinhar. — Mãe me diz enquanto termino de temperar o peru.

— As consequências de morar sozinho. — Falo e abro o forno. — Acho que vai ficar bom.

Conhecendo você (Astros de Duke #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora