Accomplices of the stars

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Por Beatriz:

"- Pode me contar o que está acontecendo, filha!- minha mãe disse preocupada assim que me viu chorar.

Ela sentou ao meu lado na cama e puxou delicadamente minha cabeça para seu colo. Estar perto dela me trazia uma paz imensa e eu nunca poderia me ver sem ela.

- Conta pra mim, filha. Quanto mais você guardar para si mais sofrerá!- argumentou ela tentando me trazer conforto.

- Estou com medo.- confessei baixinho em tom temeroso e escondi meu rosto com as mãos. Antes mesmo dela questionar o porque de meu medo, me pronunciei:- Tenho medo de te perder. Apesar de você e o papai não discutirem n aminha frente, eu sei que não está nada bem a relação de vocês!

Mamãe me analisou preocupada sem saber o que dizer.

- Você não ama mais o papai?- questionei pausadamente com mais medo ainda de sua resposta.

- Não precisa se preocupar com isso, Bia. Eu e seu pai vamos resolver essa situação!- mesmo ela me passando essa devida segurança e conforto em seu tom de voz, eu podia ver em seus olhos que não era tudo fácil quanto ela estava falando.

- Obrigada por estar sempre comigo, mamãe!- a abracei sentindo seu cheiro e seu acolhimento."

Não consegui evitir as lágrimas que caíram do meu rosto. Lembrar daquilo era como me deitar em uma cama cheia de facas pontudas. Na maioria das vezes, eu tentava esconder essas lembranças desejando que elas desaparecessem com o tempo, mas em certos momentos elas vinham com toda força em minha mente, me deixando sem tempo para expulsa-las.

Limpei o canto de meus olhos e levantei de minha cama demonstrando uma indisposição que até então não sabia que existia.

O dia brilhava do lado de fora e um ar fresco entrava pela janela que eu havia deixado aberta na noite passada. Observei cada canto de meu quarto vendo a pequena bagunça que havia feito em meio ao meu surto. Meu celular estava jogado no chão e de onde eu estava dava para ver alguns riscos na tela, dei de ombros e o catei do chão o colocando rapidamente em cima cama.

Sexta-feira, sinônimo de: último dia de aula, preguiça e festas. Minha indisposição para esse dia estava ainda maior, meu corpo parecia gritar para que eu ficasse em minha cama, mas eu preciso ir a universidade hoje, não posso deixar que meu pai pense que estou abalada.

Como acordei desanimada, não tive vontade de me arrumar muito para ir a universidade. Apenas coloquei uma calça jeans, uma blusinha preta e um tênis da mesma cor. Um look simples em comparação ao que estou acostumada a usar, mas não deixa de ser confortável. Me senti estranha quando resolvi não passar nada em meu rosto, essa seria a primeira vez em que eu sairia sem maquiagem alguma. Uma revolução de personalidade diria a versão fútil de mim.

Ao estar totalmente pronta, a sensação de inovação bateu mais forte. Era como se eu sentisse que essa era minha verdadeira personalidade, perdida pelas máscaras do passado.

Juntei meus materias os guardando em minha mochila e sai de meu quarto segurando meu celular recém quebrado em mãos, junto ao meu fone de ouvido. Desci as escadas desejando que mais ninguém estivesse acordado. Porém tudo foi por água abaixo quando vi Luan parado na frente de seu carro, obviamente me esperando.

Tive vontade de fingir que não o vi e entrar para dentro de casa, mas Luan quando me viu abriu um sorriso de felicidade e veio até mim em passos rápidos.

- Oi linda!- me comprimentou com um beijo, contudo acabei desviando de seu toque. Sabe quando você sente que não pertence a um lugar? É bem assim que me sinto quando estou com o Luan.- O que foi?

Morando Em Uma Fraternidade- BinuelOnde histórias criam vida. Descubra agora