Morando Em Uma Fraternidade- Binuel

Love the distance?

Hellooooo!!! Atualização para alegrar a noite de vocês, amaram??

Espero que gostem e surtem comigo aqui hein, prometo responder todos. Não esqueçam de favoritar e comentar!

Opcional: coloquem para tocar How long will i love you da Ellie Goulding (música anexada) a partir da cena do parque.

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Por quanto tempo eu vou te amar?
Por tanto tempo quanto as estrelas estejam acima de você
E por muito mais tempo, se eu for capaz– How long will i love you, Ellie Goulding

Por Manuel:

Estava tentando compor uma nova canção, sentado no telhado da janela do antigo quarto de Bia, esse cantinho me passou a trazer muita inspiração e me encantava. Uma pena que minha mente estava dispersa o bastante para conseguir compor.

Esse último mês passou de uma maneira estranha, talvez vazia, os dias tinham uma certa repetição que trazia tédio. A tão cansativa rotina monótona. Uma tristeza. Ou talvez tudo tenha ficado sem graça sem a presença de Bia em meu dia a dia. Fui obrigado repentinamente a me acostumar a viver sem ela.

E pelo visto vou ter que continuar me acostumando.

Amanhã parto para Argentina realizar meu maior sonho. E toda vez que eu penso nisso, o rosto de Bia vem em minha mente. Ela quem fez isso ser possível e agora estamos distantes. E partir de amanhã vamos ficar mais distantes ainda, lembrar disso meu peito já se aperta.

Desde o dia que ela saiu da fraternidade, tento respeitar a decisão dela de se afastar. Não quero parecer o cara chato que fica pressionando, mesmo que eu queira muito estar implorando para ela pensar em nós. Aceitar sua decisão é mais uma prova do quanto a amo. E então vem o próximo questionamento: vou amá-la até quando?

Nosso esbarro no estacionamento da universidade me pegou de surpresa. De tantas pessoas para trombar na rua, eu fui esbarrar logo com Bia. A garota que estou tentando superar e estou falhando miseravelmente.

Vê-la tão feliz me deixou satisfeito. Ela estava recomeçando e talvez me superando também. Enquanto isso estou parado no tempo que compartilhamos juntos, recordando cada momento para que o esquecimento não os arrancarem de mim. Será por isso que não consigo superar? Ou será mesmo que eu preciso superá-la?

Bufei baixinho decepcionado comigo mesmo, por nem ao menos conseguir seguir em frente. Estou parecendo um tolo, um tolo apaixonado que daria tudo para estar com o amor de sua vida. O tolo apaixonado que compõe sua músicas pensando nela.

— Sabia que te encontraria aqui!— a voz de Victor me saudou e num movimento automático, o olhei por cima do ombro.

Meu grande amigo tinha um sorriso no rosto, um copo de suco na mão e os braços escorados no batente da janela.

— E por que estava me procurando?— levantei com cuidado com o violão e meu caderno de anotações em mãos. Alguns passos até a janela e logo estava dentro do ventilado cômodo. O antigo refúgio de Bia.

Ele ergueu o copo de suco e eu fiquei confuso. Essa era a resposta para minha pergunta? Um copo de suco?

— Pietro me pediu para trazer para você!— ele deu de ombros e eu murmurei um "ah", estendo o braço para que ele me desse o copo.— Calma ainda, pois o frete não é grátis.

— Que mané de frete?— ele tomou um gole espontâneo de meu suco e me estendeu o copo.— O frete tá tão caro assim, é?

Ele soltou uma risada e se apoiou na janela, dando uma vistoria no quarto com um ar pensativo. Enquanto ele fazia sua especulação eu saciava minha sede, tomando num só gole todo o líquido do copo.