Se acostumando a felicidade

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-Kim Jongin On-

3 dias depois

Fazia três absolutos dias que o Soo tinha voltado para sua casa. Nos víamos no colégio, passávamos o dia inteiro juntos - já que a escola é integral -, mas isso não significava dizer que eu estava satisfeito e muito menos o Soo. Era estranho sentir o que ele sentia, sendo que eu sabia que não estava perto dele e que nem nos veríamos mais naquele dia - quando nos despedíamos para cada um ir para sua própria casa.

Todavia, era final de semana e tínhamos marcado de nos reunirmos na casa do Soo com nossos amigos, já que o final do ano se aproximava e logo Luhan, Xiumin, Lay e Suho iriam se formar. Mas antes de ir, eu queria encontrar com a minha babá e conversar com a mesma.

Por estar decidido, acordei cedo e de pijama mesmo, caminhei até a cozinha. Eu sabia que ela tomava o café da manhã lá e depois dava um jeito de fugir de mim. Mas eu não iria permitir mais isso.

Adentrei o cômodo e a vi de costas, comendo seu alimento e totalmente curvada. Meu coração doeu com aquela imagem e eu só conseguia me perguntar como tudo deveria estar sendo imensamente difícil para ela.

-Jae? - chamei baixinho. Seu nome era Jaeyung e eu optei por chamá-la pelo nome para que soubesse que eu estava sério quanto a conversarmos.

-Jongin? - ela se sobressaltou e ficou de pé. Seus olhos demonstravam o quanto ela queria fugir.

-Por favor, não fuja. - pedi e a vi morder o lábio inferior. - Nós precisamos conversar.

-Eu não me sinto digna de estar na sua frente. - foi sincera e eu iria rebater, mas ela foi mais rápida. -

Jamais pensei que meu filho faria tanto mal a você e ao seu noivo, eu nunca o criei desse jeito. Eu estou com tanta

vergonha. - desabafou e abaixou a cabeça, deixando claro o quanto se sentia indigna.

-Não precisa ficar, não foi você que fez nada. - a tranquilizei e dei um passo para frente. Queria muito abraçá-la.

-Como não? Eu tinha que ter percebido que meu filho não estava bem psicologicamente, que ele te culpava pela morte do pai e... - minha babá não conseguiu concluir o que pretendia dizer, porque seu corpo foi tomado por uma tremedeira e o som de um choro entrecortado preencheu o cômodo. Eu pensei que ela fosse quebrar bem na minha frente.

Imediatamente a puxei para um abraço e tentei consolá-la como dava. Eu insistia que ela não tinha culpa de nada e que não deveria ficar pensando tanto nisso, mas era palpável toda sua dor. Eu só conseguia imaginar o quanto deveria doer não ter mais o marido, que morreu cumprindo seu dever, ao seu lado e em contrapartida ter o filho preso por ter se tornado um criminoso. Ela deveria se sentir sozinha, mesmo que não estivesse. Eu sempre estaria ali para ela. Em meio ao pranto, Jae me contou que tentou ir embora da casa, mas que meu pai a impediu e conversou bastante com ela, até que enfim desistisse da ideia de ir embora. De acordo com ela, ainda nem tinha tido coragem de ir visitar o filho por tamanho desgosto que sentia.

Porque, apesar de ter sido constatado alguns distúrbios psicológicos, os médicos tinham deixado claro para todos que não eram os distúrbios os responsáveis pelas atrocidades que Timoteo cometera. Meu ex-amigo sempre teve a índole ruim, essa que era a verdade e era por causa dela que minha babá chorava tão sofridamente em meus braços.

Depois de se acalmar um pouco, passei o resto da manhã inteira com minha babá, já que iria encontrar meus amigos depois do almoço. Eu queria aproveitar aqueles últimos momentos de paz, porque meu pai tinha me avisado que em breve eu começaria a segui-lo em mais viagens e reuniões. Eu ainda não conseguia aceitar muito bem o grau de responsabilidade que seria passado para mim, mas eu iria me esforçar.

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