Seis.

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Voamos por cima das nuvens para que nada na floresta possa nos avistar e assim conseguimos seguir nosso caminho em paz...Bom...dentro do possível.
Vou para mais baixo ficando mais perto das nuvens, estico meu braço para que minha mão passe sobre o nevoeiro deixando um rastro me impressionando com o tamanho da beleza. Lembro-me de quando tinha aulas de vôo com meu pai. Ele se divertia mergulhando nos grandes pedaços de nuvem e depois voltando para cima fazendo com que a névoa o seguisse por alguns instantes.

A ponta de meus dedos sente o sereno pousando levemente conforme passo pela névoa. A água se acumula formando gotas em minha pele.

A floresta não acabara tão cedo e não vamos conseguir passar por toda ela em apenas um dia. Precisamos parar para descansar. Diminuo a velocidade para deixando Noah chegar perto subo um pouco para ficarmos na mesma altura.

-É melhor fazermos um acampamento por hoje, amanhã continuamos.-digo e ele assente com a cabeça.

Então mergulho pela nuvem fazendo cela me seguir por um momento assim como meu pai fazia. Era refrescante passar por elas que estavam lotadas de água fazendo suas gotas caírem sobre as árvores embaixo de nós. Cubro a mim e a Noah com um pequeno campo de força, mas apenas por cima para impedir que a chuva nos atinja.

Ele faz um sinal para que eu o seguisse ao mesmo tempo em que desaparecia entre as árvores. Pouso logo em seguida e vejo algumas árvores em nossa volta deixando um especo considerável no meio dando para ver as nuvens que cobriam o céu. A chuva estava parando aos poucos, mas não já não tinha tanto problema, pois estávamos protegidos pelas folhas das árvores.

Consigo acompanhar Noah com os olhos sentando encostado em um dos troncos, finalmente podendo relaxar seus músculos. Ele tira suas espadas das costas e logo me lembro da minha que caíra naquele oceano de monstros. Aquela espada me acompanhou por muito tempo e antes de mim, meu pai. Fora sua primeira arma, ele disse quando me presenteou com a mesma.

Assim que sento imitando a pose do garoto em minha frente, sinto minhas costas arderem e logo penso no Gallu arranhando-me. Êxito ao encostar na árvore sentindo dor na região. Vejo que Noah me observa curioso tentando entender o que se passa comigo. Minha perna não ardia tanto quanto as costas, os arranhões devem ter sido superficiais na região.

Não consigo ver os machucados por motivos óbvios, mas os procuro com as mãos e assim que os acho, digo para mim mesma, mas alto o suficiente para que o rapaz escutasse também.

-Ok! Hora de tentar mais uma vez- tento sentir sua própria energia, mas ela parece tão bagunçada, parecia ter mais de uma energia dentro de mim e não sabia qual escolher para que pudesse me curar.

Era como se estivesse dando voltas pelo meu corpo tentando o entender. Quando faço com os outros, é tão simples. Eu deveria ser a pessoa que melhor me entende para poder fazer isso...se é que faz sentido. Desisto tirando minhas mãos das costas e suspiro alto, assim que o ar alcança os cortes novamente, sinto a ardência nas feridas. Levanto pensando em como posso fazer isso até que Noah interrompe meus pensamentos.

-Não entendo como consegue curar os outros tão rápido e a si mesma ser tão complicado.

Procuro seus olhos no escuro e assim que os acho, digo:

-É complicado...

-Mas não deveria ser.- Diz vindo até mim.

Valazia (não finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora