Dezesseis.

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A garota que havia me entregue as roupas tremia no chão parecendo ter uma convulsão. Os fios de seus cabelos castanhos avermelhados se espalhavam pelo seu rosto, seus olhos reviravam deixando apenas a parte branca deles exposta. Suas mãos e pés se moviam por conta do forte tremor vindo de seu tronco.

-O que está acontecendo?- a loira pergunta desesperada com lágrimas nos olhos as limpando antes mesmo de caírem.

-É o que vamos descobrir.- digo me enquanto me abaixo colocando um joelho no chão para me dar equilíbrio e então pousando meus dedos delicadamente sobre a testa da garota, aquietando sua tremedeira quase imediatamente.

Um sentimento ruim toma conta de mim, me fazendo desejar nunca ter encostado na menina desmaiada. Minha pele arrepia com tal sensação é um ar frio bate sobre a pele exposta de minha nuca, minhas sobrancelhas se franzem ao mesmo tempo em que tento prestar atenção em tal energia e procurar a fonte do problema.

Escuto uma gargalhada alta, mas sabia que não vinha do lugar ou de ninguém ali. Sinto olhos em mim, porém, como a voz, não estavam realmente ali, além dos três que observavam cada expressão que meu rosto fazia. Meu corpo estava desconfortável, mas não pela posição que estava, meus músculos se contraem me fazendo resmungar.

"Uma mulher e tanto meus amigos" a voz comemorava com as pessoas em sua volta. "Acha mesmo que me derrotaria dessa maneira ridícula?! Minha querida, acha mesmo que sou tão fraco?" Ele solta outra risada alta dirigindo sus palavras a mim, mesmo sabendo que os monstros ao seu redor não podiam me ver, diferente dele. " Sabia que não deixaria as criadas para trás e sei que não vá fazê-lo E contanto que elas os acompanhe, saberei exatamente onde minha rainha estará". Não consigo vê-lo, mas sei que seus olhos me encaravam.

Recuo minha mão do rosto da garota tentando acabar com a sensação ruim, que chegava em meu peito. Em vez de senti-la em Ciri, agora podia a sentir em mim. Abro os olhos cambaleando para trás tendo que me apoiar na rocha ao meu lado. Minha cabeça girava tanto que perdia o fôlego de vez em quando.

Sinto mãos envolvendo meus pulsos com força, mas elas não estavam ali para que eu pudesse as impedir de me tocar, diferente das de Noah, que sinto vividamente ema em cada lado de minha mandíbula tentando fazer com que encarasse seu rosto. Ele macia os lábios falando algo que não entendo por não estar prestando atenção nele e sim na voz, as meninas me olhavam assustadas sem compreender a situação. Elas não sabia, de todas as minhas habilidades ou minhas visões, deviam estar se desesperando.

-Não encosta em mim!-digo à Ragnar cuspindo as palavras fazendo Noah me soltar imediatamente e o dono da voz segurar mais forte meus pulsos.-Sai da minha cabeça!-falo colocando as mãos em meus ouvidos tentando impedir minhas orelhas de o escutarem.

"Você passou dos limites, Gwen! Disse que nunca a machucaria..." ele dizia enquanto me apertava cada vez mais. "Mas não disse que não causaria dor, adoro ver que tenho o poder para deixar alguém tão forte, como você, desse jeito...". Algo gelado passa pelos meus braços quando uma de suas mãos me solta, me deixando ainda mais confusa. "Quero que tenha consciência de que eu poderia matá-la a hora que eu bem entendesse, mas que escolhi não fazer". Sinto novamente o objeto gelado, que imagina ser a adaga, perfurar a pele de meu estômago exatamente onde eu a coloquei em seu corpo algumas horas atrás, causando uma dor aguda sobre o mesmo. Lanço uma grande rocha para minha frente tentando me defender em um ato de reflexo. Escuto a gargalhada voltar a ecoar. "Pobre Gwen, vai precisar de muito mais que isso para me ferir". Ele gira o metal em meu abdômen me fazendo cair de joelhos no chão cheio de pedrinhas. Sem eu querer, uma gota escapa de meus olhos caindo sobre o solo.

Não fazia ideia de que tipo de magia Naffrack usava, mas tinha certeza de que não era uma simples manipulação de energias. Sua mão encosta no topo de minhas costas e sinto ele chegar perto de meu rosto. Em minha mente, sabia precisamente como ele se posicionava. "Pensei que tinha te ensinado uma lição..." se refere ao meu pai e Tulswan, Mas acho que não aprende tão rápido". Levanto rápido apesar da dor e me viro em sua direção lançando um raio na tentativa de o queimar vivo, mas acabo escutando uma rocha se despedaçar na direção das valazianas. "Da próxima vez que nos vermos, não espere que eu seja não misericordioso" diz sério levando embora tudo o que me incomodava, inclusive a dor de meu abdômen.

Valazia (não finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora