Pebina - My heart will go on

Ali e agora

Pov. Sofya

Tinhamos acabado de sair da cachoeira e andava com meus pés descalços por o que eu julgava ser uma trilha. Molhada por completo, só conseguia tremer pelo frio:

-Você gostou? - Andrey apareceu atrás de mim

-Foi incrível, passaria o dia aqui se pudesse, só queria que o resto do grupo estivesse conosco. - Sorri para ele e sua feição se transformou completamente

-Queria o resto do grupo ou Pepe? - Me encarou com uma mistura de tristeza e raiva

-Todos Andrey. - Revirei os olhos e sai andando por sua frente. Ele podia ser um excelente amigo, mas mesmo que pensasse sentir o mesmo que eu, estava enganado. Ele gostava de Sabina, e claramente ela não gostava dele, até aí ok, mas ele não a beijou e pensou que tudo daria certo, não a beijou e percebeu que por um momento tinha tudo, até ela dizer que não a considerava assim.

Eu me senti tão burra e tão iludida de acreditar que pelo menos uma vez alguém gostaria de mim de verdade, gostaria do mesmo jeito que eu gostava, e era impossível não pensar nele cada segundo e tudo que poderia ter acontecido se as coisas fossem diferentes.

Pov. Sold

Sofya saiu andando na minha frente, parecia brava, mas desta vez não iria atrás e me desculpar. Conversamos sobre o Pepe há muito tempo, desde o começo da nossa amizade na verdade e nada do que eu dizia adiantava, ela continuava com isso por ele, continuava e cada vez mais estava se tornando um caminho sem volta.

Ao contrário do que ela pensa, eu nunca foi apaixonado por Sabina, fato que eu a achei bem bonita no começo de tudo, era a única que consegui olhar. Então teve aquele dia, e Sofya, bem, ela me beijou, e eu não consegui esquecer isso.

Saimos rapidamente de lá, e ela só repetia desesperadamente desculpa. Não me senti ofendido e não me imcomodei com o beijo, na verdade me senti tão bem, como se não houvesse mais preocupações. 

O tempo se passou e apenas decidimos esquecer, mas ela não saiu da minha cabeça. Ouvia todo dia ela dizer sobre Pepe, e sobre o quão incrível a beleza dele era, era o cara mais legal que conhecia e como somente ele poderia a deixar tão triste como estava.

Era complicado, admitir, mesmo que para mim mesmo que me apaixonei por cada parte dela, cada detalhe, e me doia quando falava dele, eu via ainda em seus olhos que isso estava longe de ser apenas uma paixonite adolescente, ela gostava dele, de verdade, como eu gostava dela. Mas eu a escutei outro dia se você realmente gosta de uma pessoa, vai deixá-la ser feliz.

Eu sei que isso não se aplica muito a situação, já que Sofya não está exatamente feliz com Pepe, mas sei que não posso ser mais uma preocupação para ela, algo que se torne um peso, preciso estar aqui para o que ela precisar, e no momento só precisa de um amigo que a ouça, mas acho que vou deixá-la um pouco em seus pensamentos, também precisa de um tempo para si mesma.

Fomos em um rústico vestiário e tiramos as roupas molhadas colocando a outra muda que tinhamos trazido. Sai de lá ainda meio para baixo, em direção a um refeitório, onde iriamos almoçar.

Não me surpreendi quando vi uma enorme bacia de macarrão com queijo e tijelas de diversas cores ao lado. Sentei por um tempo esperando Sofya terminar de se trocar e logo vi meu raio de Sol saindo do vestiário com Any:

-Sofya, podemos conversar? - A puxei pela mão não dando tempo para uma resposta - Sei que está chateada.

-Talvez. - Olhou para os nossos pés

-Eu não deveria ter dito aquilo. Sei que não é uma coisa que você controla ou escolhe, e eu imagino o quão difícil deve estar sendo. Não fui um bom amigo hoje, me desculpa. - Segurei seu rosto entre minhas mãos e assim que me olhou meu coração acelerou um pouco