Desenterrando o passado

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Pov. Sabina

Com a tempo a  visão foi ficando menos embaçada e abri o sorriso mais sincero que dei nos últimos dias:

-Você está aqui. - Senti sua mão deslizando pelas minhas costas

-Estou. - Sua voz - Não atendeu minhas ligações nos últimos dias. - Abaixei a cabeça - O que anda fazendo? - Se aproximou mais de mim deixando nossos rostos quase colados

-Não importa. - Me lembrei de todos os papéis espalhados pela escrivaninha - Não vai adiantar de nada. - Levantei meus olhos para os seus que me encaravam firmes - Quando você vai? - Me puxou para um abraço deixando nossos corpos deitados completamente juntos

-Não pensa nisso. Eu estou aqui agora. - Segurei as lágrimas que me avisavam que iriam cair - Tenho algum tempo antes de precisar voltar para casa, não quero passá-lo falando sobre minha partida. - Assenti e ele deu um sorriso fraco

Me soltei de seus braços me sentando na cama e logo ele fez o mesmo. 

-Vai me contar o que é essa bagunça? - Apontou com a cabeça para a zona que tinha feito com o resto do meu quarto

-Você vai achar idiotice. - Dei uma pausa enquanto ele esperava que eu continuasse - Isso tudo só está acontecendo porque os nossos pais se conheciam no passado, então eu pensei que se descobrisse como, saberia o que deu errado, assim conseguiria consertar e você... - O encarei, e sequei meus olhos antes que derrubassem alguma lágrima - Foi a única coisa que consegui pensar para te manter aqui.

-Por isso não foi para o colégio hoje? - Assenti - Não achei idiotice. Chirris, te falei que não gosto de te ver chorando. - Enxugou uma lágrima que nem percebi que caiu dos meus olhos.

-É só que... - Respirei fundo - Depois de tudo, do primeiro dia, dos tacos, da viagem, de tudo que aconteceu com Aranza, com Sofya, com Sold, eu não posso ficar parada enquanto só te vejo ir Pepe, eu não posso. - Ele me encarava com os olhos marejados

Deitou suas costas na cama e esticou um dos braços para o lado, mordi meus lábios e me deitei em seu peito sentindo sua mão delicadamente passar pelos meus cabelos. 

-Vou ficar até segunda. - Senti meu coração apertar - Foi Aranza. - Virei minha cabeça levemente - Ela que contou para a minha mãe. - Suspirei - Eu não sei direito porque, não tive cabeça para olhar em seus olhos depois disso, mas acho que fez algum acordo com ela. Aranza vai embora depois, vamos voltar nós dois e acho que ela só vem no final do mês. - Apenas deitei novamente minha cabeça e respirei profundamente

-E o seu pai? - Senti seu corpo termer

-Única vantagem de estarmos voltando para o México. Não estarei no mesmo lugar que esse traste. Espero que ao menos com isso Aranza tenha conseguido manter a boca fechada.

-Não quer visitá-lo, antes de ir? 

-Não. Não vamos falar disso. - Passou sua mão pela minha bochecha e ficamos em silêncio por alguns minutos

Sentia apenas seu cheiro e sua mão nos meus cabelos, me sentia sonolenta, mas me recusava a dormir, pois sabia que assim que acordasse ele não estaria mais ali. Despertei de meu quase sono com o barulho do computador indicando um novo e-mail. 

Pulei de seus braços me aproximando da tela enquanto ele me encarava curioso:

-O que é tão importante? Com quem você está falando? - Fez uma cara confusa e rapidamente se aproximou de onde eu estava

Meus olhos brilharam com o nome em negrito que o e-mail apontava e abri um enorme sorriso:

-Vai me dizer do que se trata? - Peguei o computador e nos sentamos na cama com o e-mail aberto

Pebina - My heart will go onOnde histórias criam vida. Descubra agora