Sonhos são apenas sonhos

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Pov. Pepe

-Você só pode estar sonhando se acha que vou voltar para o México com você. - Entrei em casa empurrando a porta o mais forte que consegui e os olhos das duas se voltaram para mim 

-Você abaixa esse tom para falar com a sua mãe. - Se levantou do sofá - Te disse claramente que não queria que saisse de casa. Onde pensa que foi? - Lembrei do embrulho roxo que segurava há pouco e apenas revirei os olhos me sentando no balcão da cozinha

-Não te interessa. - Ela parecia furiosa e se aproximou mais - Você não pode aparecer aqui depois de meses impondo a sua vontade como bem queira. Eu tenho uma vida.

-Eu posso. Eu posso, porque depois do que aconteceu com o seu pai, eu sou a única responsável por você. - Gritou - E se não assinar uma autorização mensal para permanecer na escola e no time você não vai poder fazer nada para continuar aqui! - Continuou gritando. Suas bochechas estavam vermelhas

-Não vou voltar para o México. - Falei firme e ela deu um sorriso sarcastico

-Você tem razão. - Uma pausa - Não vim aqui para ver um jogo estúpido. Eu vim para me convencer que te deixar ir foi a melhor decisão para todos nós, que faria com que sentisse saudades de casa, que quisesse voltar a ser parte desta família. - Tinha raiva em sua voz, e vi uma lágrima escorrer por sua bochecha - Mas só te tornou mais arrogante e ignorante do que já era. Posso te dizer com todas as letras... - Inspirou profundamnete - Eu não te reconheço José. - Senti minhas bochechas queimarem

-O que a faz pensar que iria querer retornar para aquele lugar? Não acha que o papai nos deixou por um motivo? - Ela arregalou os olhos - É mãe, qual é o bentido problema de falar dele? - Gritei - Ele nos deixou porque não suportava mais essa sua mania controladora. Porque assim como eu, não quer mais fazer parte disso que você tanto chama de família. - Mais uma lágrima caiu de seus olhos

-Você tem uma semana. Vamos voltar para casa o mais rápido possível. - Caminhou em direção a porta e bateu a suas costas

-Pepe. - Aranza se levantou vindo em minha direção com seus olhos vermelhos

-Não é um bom momento para vir defender aquele...

-Não. Eu... - Me encarou - Preciso te dizer uma coisa. - Não sei o que acontecia com ela

-Agora não é o melhor momento. - Meu coração batia rapidamente

-Pepe. - Segurou meu braço - Com toda essa história do papai, está tudo ficando muito difícil e eu não sei mais em quem confiar ou no que tenho que dizer, ou mesmo a quem devo proteger. 

-Aranza, vai direto ao ponto. O que você fez? 

-Eu... eu... -Respirou fundo - Eu falei para ela. Sobre você e Sabina. - Arregalei meus olhos

-Você fez o que? - Senti minhas bochechas enrubescendo novamente 

-Eu não achei que ela faria alguma coisa. Vocês dois... Não achei que ela conseguiria realmente distânciá-los.

-Eu não vou gritar com você. - Me olhou confusa - Não vou desperdiçar meu fôlego com isso. Você realmente não tem ideia do que faz. - Cerrei meus punhos e apertei as mãos o mais forte que consegui - Te juro que eu estava tentando Aranza, mas você é exatamente igual a ela. Igual aos dois. - Me virei em direção do corredor - Espero que esteja feliz. - Entrei no quarto batendo a porta

Me joguei na cama e pela primeira vez me permiti lembrar. Como em um filme milhares de momentos inundaram minha mente, e senti meus olhos marejados. Eu sabia, sabia desde o primeiro dia. Era ela. Sempre foi ela. Desde o primeiro segundo tinha sido ela. 

Pebina - My heart will go onOnde histórias criam vida. Descubra agora