Uma alma Imortal

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Capítulo 7 – Uma alma Imortal.

Todos ao redor do menor eram livres, menos ele. E sempre havia sido assim. Desde o dia em que nasceu, estava preso e condenado a uma vida que não queria e mesmo que ainda não tivesse encontrado o que tanto buscava, ainda estava ali, procurando pelos sete mares por alguém que pudesse o libertar.

Por alguém que pudesse, enfim, pegar sua alma das profundezas do mar.

Porque esse era seu castigo.

Sua história era antiga, nem um pouco feliz e completamente desconhecida por quase todos. Apenas três pessoas sabiam a verdade. E das três, sua mãe não era uma delas. Estava morta há muito tempo, de uma forma brutal e sem nenhuma consideração, por uma pessoa que deveria tê-la amado.

Seu pai deveria supostamente amar ela, mas ele amava bem mais a coroa e aquele maldito poder que vinha com ela. Por isso não se importou nem um pouco em jogar sua esposa e seu filho recém nascido no mar. Ele era uma dessas três pessoas. E Jimin tinha certeza que ele ainda tinha pesadelos com aquilo.

A segunda pessoa a conhecer o segredinho sujo do rei, foi o próprio homem que o amaldiçoou. O rei não era amado por todos, como fazia parecer. Ele havia feito alguns inimigos. Dentre eles, havia um homem velho que gritava para quem quisesse ouvir que havia descoberto o segredo da imortalidade. Era considerado por todos um doente lunático, mas o rei estava à procura de algo e viu, ali, a resposta para sua procura.

Ele trouxe o homem para o palácio, aproveitou que sua esposa estava ocupada demais se recuperando do parto, e então pediu para o homem lhe contar o segredo. E, bom, ele contou.

Entregou algo que chamava de medalhão da ressurreição e explicou que tudo o que precisava fazer era colocar o cordão no pescoço de quem ele queria tirar os anos de vida. E, então, precisava apenas matá-lo.

O rei sorriu por pensar que era algo tão fácil, mas então o homem interveio e avisou que ele deveria amar essa pessoa, porque só assim seria um sacrifício de verdade.

Nesse momento, o rei soube exatamente o que fazer, porque só havia uma pessoa no mundo todo que amava. Jimin era seu filho e mesmo sendo recém-nascido e fruto de um casamento sem amor, o rei o amava. Mas precisava daquilo.

Era seu sonho governar para sempre. Viver para sempre.

Tinha medo da morte e se esse era o preço para a vida eterna, ele pagaria. Poderia ter outros filhos e poderia amar esses novos herdeiros. Mas aquele, o primeiro, iria ser sacrificado por um bem maior.

E por mais fria que a ideia fosse, ele não iria desistir, mas também sabia que não conseguiria sozinho. Por isso, pediu ajuda ao homem. Pediu que ele o ajudasse a matar a criança.

E teria dado certo, se sua esposa não tivesse entrado no quarto na hora errada.

A mulher ficou horrorizada ao ver seu marido com uma adaga perto do coraçãozinho de seu filho e, sem pensar muito, começou a gritar pelos guardas. Mas eles obedeciam a coroa e ninguém viria a seu socorro.

O rei, então, se viu obrigado a se livrar dela também. Poderia arrumar novas esposas, talvez até as amasse, já que havia tudo no casamento atual dele, menos amor. Como a mulher havia atraído atenção e ele não queria causar escândalos, amarrou e amordaçou a mulher.

Antes mesmo dos guardas entrarem no quarto, o rei pegou a criança no colo. Com ajuda do homem velho, os levou para longe do castelo, para as docas, que estavam vazias naquele horário.

Colocou novamente o cordão no pescoço da criança, ignorando totalmente os gritos abafados de sua futura falecida esposa. E por mais que não a amasse, não iria matar seu filho na sua frente, então a jogou primeiro ao mar.

Entre o Mar e a Espada - Jikook | LIVRO 1 | MY ABO UNIVERSEOnde histórias criam vida. Descubra agora