Esse capítulo não existia na primeira versão
Capítulo 3 – Sobrevivendo.
Jungkook achou que estava condenado. Morreria naquele navio antes que conseguisse se soltar daquelas malditas cordas. Jamais voltaria à Inglaterra. Jamais receberia a bênção de seu pai. Jamais se casaria com a jovem e doce Jessie Lithford. Jamais teria filhos ou receberia as honrarias da marinha. E tudo isso por causa de um maldito moleque que nem devia ter saído das fraudas ainda.
O ódio o consumia aos poucos. Queria ter suas mãos envolta daquele pescoço pálido e o apertar até que o sangue parasse de correr por ali. A cada segundo aumentava sua vontade de ver a vida deixar aqueles olhos castanhos dourados.
– O que faremos, comodoro Davenport? – Um de seus homens perguntou. Taehyung Lockward, se não se enganava. Um homem jovem que havia se aventurado na marinha em busca de conforto e títulos para sua família humilde. Definitivamente um homem que não merecia a morte, mas, mesmo assim, não traiu sua bandeira como os outros covardes que tinham muito menos a perder do que ele.
– Não consigo me soltar. – Davenport disse, tentando pensar em uma solução. – Tenho uma faca na minha bota, mas não consigo alcançar. – Relatou, forçando os pulsos para fora. – Não consigo ver que tipo de nó aquele desgraçado deu para tentar me soltar.
– Eu consigo ver, comodoro. Acho que ele deu um lariat loop. – Se aquele fosse mesmo o caso, Davenport conhecia aquele tipo de nó. Parecia difícil de se soltar, mas bastava puxar a corda certa e ele afrouxava com facilidade. – Acho que a corda certa é a segunda da direita, senhor.
Jungkook não estava acreditando naquilo. Aquele pirata não parecia nem de longe estúpido o suficiente para usar um nó tão fraco como aquele. Aquilo era ridículo e absurdo, mas quando puxou a corda indicada por Taehyung e o nó se afrouxou minimamente, se assustou com aquilo.
Talvez o capitão Jimin Green não fosse tão bom assim fazendo nós.
Massageou seus pulsos doloridos e sentiu suas pernas reclamarem por falta de circulação. Seguiu para Taehyung na tentativa de o soltar e sua teoria de que os piratas não eram bons em dar nós, caiu por terra ao tentar soltar o homem.
Seu nó era o único lariat loop do barco. Os seus homens estavam presos a um nó tão complexo e complicado que o comodoro desconhecia e, se não fosse por sua faca, seria impossível os soltar.
– Comodoro, temos dois baús com mantimentos, dois tonéis de água e quatro baús com ouro. Não levaram nossas munições ou armas, mas as bússolas não funcionam. Qual o plano, senhor? – Davenport ouviu a pergunta, mas nem sequer olhou para o marinheiro, apenas trincou a mandíbula em raiva antes de dizer.
– Para as baías. Temos que chegar à costa o quanto antes. Não temos mantimentos e água o suficiente para uma viagem longa. – Pegou a bússola velha que o pirata havia colocado em sua calça e encarou o artefato com raiva. – Funciona. – Constatou com fúria. – Para o norte. – Gritou apontando a direção para os tripulantes.
O tempo passava devagar e maçante. Todos sentiam as consequências da fome, falta de água e cansaço, mas quando o segundo dia amanheceu, trouxe com ele o porto de Portugal. Estavam a salvo.
Sua mente ainda pensava em todas as consequências daquele maldito imprevisto. Estava preocupado com seu amigo que havia sido levado e possivelmente estava sendo torturado. Em seus homens que haviam traído a bandeira e naqueles que haviam ficado e agora estavam a salvo.
Sua mente borbulhava, mas não tinha o que fazer por hora.
Assim que desembarcaram no maldito porto, escreveu uma carta ao rei inglês, contando o que havia acontecido e explicando a situação atual. Com o ouro, encheu o navio de mantimentos suficiente para chegarem à Inglaterra.
Arrumando a rota, percebeu que a bússola do pirata estava quebrada. Ela não apontava para o norte. Na verdade, ela não apontava para lugar nenhum. Se perguntou se ela já estava assim antes e se chegar até Portugal havia sido uma tacada de sorte. De qualquer forma, guardou a bússola na gaveta de sua mesa, como recordação de uma aventura.
Dormiram por 3 dias para repor as energias e partiram antes de ter uma resposta do rei. Não era como se fossem bem-vindos em Portugal e desejavam voltar o quanto antes. Talvez chegasse a tempo de seu casamento ou ao menos a tempo de beijar sua doce noiva, antes de partir novamente.
| ENTRE O MAR E A ESPADA |
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Entre o Mar e a Espada - Jikook | LIVRO 1 | MY ABO UNIVERSE
FanfictionLIVRO 1 - DA SAGA - MY ABO UNIVERSE | Tentativa de Aventura| Essa história virou livro físico pela editora Mikrokosmos | Aquela era para ser a última missão de Jungkook Davenport como Comodoro da marinha da Inglaterra. Mas, após um imprevisto e seu...