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Eu dormi do modo mais confortável possível e nem sei por quantas horas, mas com as energias revigoradas e de banho tomado estava na hora de agir, não poderia ficar no hotel para sempre então eu pensei em duas coisas, uma era eu invadir uma casa e matar todo mundo dentro ou tomar vergonha na cara e arrumar um emprego mas cá ente nós, eu não suporto escritórios e nem ninguém me mandando o que fazer então a primeira opção era mais aceitável. Estava mexendo em meu notebook que tinha trago comigo até me deparar com a seguinte notícia:
Coronel Paulo Antônio é diagnosticado com câncer terminal aos 86 anos, aparentemente o ex militar tem seus dias contados mas nenhum parente foi encontrado para a entrevista.
Meus olhos brilharam cheios de vigor e meu sorriso estava estampado no rosto, era minha chance e não ia ser muito difícil fazer o velho bater as botas mas também não ia ser uma tarefa fácil pois eu não ligava para ele só queria seu dinheiro. Passando cerca de três horas para descobrir a vida completa do Coronel, ele era muito bem de vida e não tinha filhos aparentemente, sua mulher morreu dois anos atrás de causas naturais aos 75 anos o homem era solitário em uma grande casa, sem empregados, sem criados...nada. Nunca tive um sorriso tão grande em meu rosto mas com certeza que quem olhasse, sentiria um arrepio percorrer pelo corpo, eu não posso ir despreparado e esse tipo de ação tem que ser rápido e bem feita, não quero o exército atrás de mim, o mais difícil era conseguir armas de fogo mas tirando isso, armas brancas era o que eu mais tinha à disposição. Passei as últimas horas pensando em como faria o Coronel passar sua fortuna para mim, uma missão difícil mas não impossível, mas estava com a cabeça explodindo de tanto pensar sobre o assunto então descido sair um pouco do quarto tranquilamente atravessando os corredores do Hotel, poderia pegar o elevador mas naquele momento, estava querendo andar e andar muito então desço pelas escadas saindo na portaria principal e sem nenhuma cerimônia fazendo meu caminho para a grande São Paulo e quem diria, estava no final da tarde então pude pegar alguns raios de sol em minha pele. Ouvi dizer que a Avenida Paulista é muito famosa então não vou rejeitar uma caminhada reflexiva sobre o meu futuro assalto digno de ser o próximo filme do 007.
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Eu realmente gostava de andar, ver pessoas, ouvir o barulho da cidade grande, acho que se fosse passar seis meses no campo com certeza entraria em pânico no terceiro dia. Eu gosto de olhar as pessoas, todos diferentes mas únicos por dentro, todos diferentes por fora mas com o mesmo afeto entre nós e isso nos faz humanos. Eu não teria coragem de matar alguém nem se fosse para salvar minha vida, matar alguém é um ato de extremo egoísmo e covardia, a pessoa tem que estar conformada que irá tirar uma vida da qual ninguém poderá recompor, isso nos faz lembrar do quanto somos frágeis e a morte nos espera em qualquer lugar. O mais interessante era que a Avenida Paulista era o melhor lugar para esse tipo de reflexão, todos meus pensamentos vinham átona bem aqui em meio aos carros e as pessoas, mas não durou muito até um susto me tomar de Surpresa me fazendo virar para trás ao mesmo tempo que ouvia uma colisão de carros e pessoas gritando.
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Realmente, um belo lugar mas o que eu mais odeio na vida é alguém andar devagar na minha frente e tinha uma menina, não deveria ter nem 20 anos vidrada em seu celular com os fones de ouvido no máximo, eu tentei duas vezes passar dela mas a garota não deixava, me certifiquei que ninguém estaria olhando então, peguei em seus braços numa explosão de adrenalina a jogando para a pista de carros onde um ônibus estava vindo, ela gritou alto ao ser jogar e o motorista não conseguiu desviar a tempo assim a atropelando e derrapando na pista acertando outros carros provocando um efeito cadeia até o final da pista, pessoas gritavam, pessoas saiam de seus carros e o ônibus estava pegando fogo com sua gasolina vazando, o cheiro de morte me atraia cada vez mais mas não poderia ficar para ver o restante então, dando espaço entre alguns curiosos do modo tranquilo como sempre até ver um garoto se aproximando da multidão, haviam muitas pessoas e certamente ninguém estaria vendo a gasolina vazando estavam todos ocupados tentando tirar fotos ou filmar o ocorrido, ninguém ali presente tinha muito tempo mas eu pensei que aquele garoto tinha que viver então dando meia volta pegando gentilmente em seu ombro assim o virando para mim:
— Não fique perto
Não dei nem tempo do garoto responder pois já estava o puxando para longe dali e o mesmo estava achando muito estranho mas não negou em vir comigo o que era estranho também, geralmente as pessoas batem o olho em mim e já não confiam de cara, dito e feito, o ônibus explodiu queimando tudo que tinha perto, carros, pessoas... tudo e se não tivesse tirado o garoto de lá com certeza estaria morto junto aos outros, intrigante ele estava olhando fixado aos escombros e eu estava apreciando a obra de arte flamejante assim que escuto o barulho das sirenes de bombeiros e policiais, o garoto deveria ter entre 15 e 16 anos, ele era baixinho e tinha grandes olhos esbugalhados muito belos mas estava mais interessado em sua feição de terror e puro medo, quase pude sentir seu coração pulsar cada vez mais rápido, queria o levar dali, queria fazer o que quiser com ele, apagar sua existência mas não o fiz, apenas o deixei olhando os estragos com uma nova multidão se reunindo em volta dos mortos e fogo, a visão do Inferno de Stephen Black.
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Houve um horrível acidente na pista, parece que uma jovem entrou entre os carros e um ônibus a atropela jorrando sangue na pista e em alguns carros, o grande veículo não conseguiu desviar e perdeu o controle derrapando na pista colidindo com outros carros fazendo um grande estrondo, as pessoas tentavam ajudar as outras mas estava uma bagunça de carros e sem mais nem menos um homem alto e ruivo surge em meio a multidão, eu nunca vi ser humano tão perfeito quanto esse homem, seus olhos de cor folha seca e sua expressão de sério, por um segundo o vi olhando para mim e me puxando, talvez ele tenha dito alguma coisa mas nem prestei atenção e nem resisti e apenas o acompanhei para longe dos estragos na pista o admirando, que homem perfeito era aquele meu Deus. Meus pensamentos eram interrompidos pelo estrondo ensurdecedor da explosão do ônibus junto com alguns outros carros, mais mortes, mais fogo, mais pessoas gritando mais...caos, fiquei olhando horrorizado e petrificado de medo e se não fosse pelo homem que me trouxe para longe, eu estaria junto aos mortos sem nem dizer adeus para minha mãe, me virei para o homem que não estava mais ao meu lado e nem tinha vestígios que estava ali, apenas desapareceu, será que foi real? ele sem dúvidas era o homem mais lindo que eu já vi em toda minha vida e além de ser alto, cerca de 1,80 ele parecia um príncipe de cabelos de fogo e barba rala, belíssimo.
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Meu Serial Killer
عشوائيFugindo de Washington, Stephen veio à cidade de São Paulo querendo se dar bem na vida, após salvar Marcos, um garoto de 16 anos acaba se apegando ao menino mas terá que enfrentar dilemas em sua vida, dificuldades e julgamentos de si próprio mas nada...