Capítulo 17

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Se passaram semanas desde do último acontecimento, não vi mais o Victor e agora o Stephen não fala muita coisa, ele não fala nada na verdade, apenas bufa e ri com os lábios fechados. Agora eu posso andar pela casa de dia, a noite eu tenho meu toque de recolher, Stephen às vezes dorme comigo, às vezes não, ele realmente ficou neutro dentro de casa, é casa, eu sinto falta da minha casa, da minha mãe, da minha vida que eu costumava ter e que nem imaginava que iria sentir tanta falta. Uma tarde qualquer, estava no sofá olhando o nada, ele estava na cozinha cortando alguns legumes, eu percebi que ele não come carne ou qualquer produto feito de animal, um vegano quem diria, me atrevi a pegar o controle e ligar a televisão pela primeira vez em semanas, um notíciario estava passando, deixei ali para ver o que iriam falar pois estava mais curioso do que nunca, a porta principal se abre com um estrondo de repente me dando um puta susto e Victor entra espalhando seu glamour anunciando que tinha chegado no modo mais estridente possível:

Stepheeeenn coooornoooo!

Fechou a porta atrás de si e foi direto na cozinha, Stephen não respondeu como sempre e os dois ficaram ali e só ouvia a voz do Victor tagarelando mas pelo visto, o ruivo gostava mesmo da presença do rapaz loiro, eu também gostava um pouco ele alegra até um cemitério. Me levantei e fui à cozinha junto a eles para ouvir a conversa, sou curioso mesmo e me sentia mais confiante em ficar perto do Stephen apesar de tudo. Ele estava com uma panela de alumínio funda na forma de um oval e estava colocando alguns legumes em rodelas em torno da panela, parecia uma receita bem gostosa:

— Ora Ora, resto de aborto, você está vivo.

O jeito do Victor era de uma criança de 10 anos, apenas sorri e revirei os olhos com desgosto prestando atenção no que o ruivo estava fazendo.

— Você ia senti a minha falta, Victor.

Respondi com pura acidez e ele deu risada, estávamos todos querendo saber o que o Stephen fazia com tanta atenção, um prato colorido com rodelas de legumes perfeitamente redondas, me atrevi a falar:

— O que está fazendo?

Ele para um pouco me olhando então, depois de semanas sem ouvir sua voz, ele me responde com calma e serenidade, quase como uma pessoa normal:

— Ratatouille.

Fiquei de cara, nunca vi ninguém fazer a réplica exata do Ratatouille, apenas no filme mas é apenas um desenho, Victor quase babou na mesa com vontade de enfiar tudo na boca. Por alguns minutos ficamos vendo o ruivo trabalhar até que a televisão chama à atenção de ambos:

Notícias de última hora: O FBI de Washington designou um detetive especial para investigar o caso do assassino mais procurado dos Estados Unidos, Stephen Black com suspeitas que o mesmo se encontra no Brasil. O senhor Thomas Schade afirma que Stephen Black foi visto pela última vez no aeroporto internacional de Washington pegando o último vôo para São Paulo então em breve chegará à cidade para fazer a captura e a apreensão do assassino, outras notícias em breve!

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Thomas Schade, Agente bem sucedido do FBI e reconhecido pela CIA, aos 36 anos é um dos agentes mais jovens e bem aclamados, mas o homem possui um histórico longo com Stephen e tornou a captura do mesmo seu objetivo de vida após sua esposa e seus d...

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Thomas Schade, Agente bem sucedido do FBI e reconhecido pela CIA, aos 36 anos é um dos agentes mais jovens e bem aclamados, mas o homem possui um histórico longo com Stephen e tornou a captura do mesmo seu objetivo de vida após sua esposa e seus dois filhos morrerem nas mãos do assassino.

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Stephen quase morreu de raiva ou terminar de por a panela no forno junto a um papel manteiga por cima, eu achei que ele iria surtar mas não, apenas se encostou na bancada, fechou os olhos e respirou fundo:

— Esse cara não desiste, ele nunca desiste e isso já se tornou mais do que um assunto pessoal, se tornou obsessão!

Disse Victor olhando para a televisão, pelo visto, esse detetive está no pé do Stephen a muito tempo:

— Escute, Victor, eu deveria ter matado esse homem quando eu tive a chance, e foi uma chance uma, uma apenas e agora ele está atrás de mim e espero que me encontre, se vai me engolir eu vou fazer ele se engasgar com meus ossos!

Ódio nas palavras do ruivo, raiva em seu olhar, desejo de sangue em sua alma, o monstro continuava ali e estava acordado. Ele se vira para mim e por um minuto tudo passa, a raiva, o ódio, o desejo e eu pude perceber em seu olhar breve até tirar o Ratatouille do forno, o Papel manteiga se dissolveu e já nem era mais visto, ele pôs tudo em um prato exatamente como no desenho e cobriu com um caldo que tinha feito mais cedo. Ele mesmo não estava com fome, tanto que nos deixou sozinhos na cozinha, Victor estava devorando a comida toda sem ao menos respirar direito, Stephen foi para o escritório, e antes que eu pudesse fazer alguém coisa outra notícia:

O adolescente Marcos Leroy continua desaparecido na grade São Paulo, a polícia intensifica a busca mas sem sucesso do paradeiro do jovem de 16 anos, a mãe não quis gravar a entrevista!
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O adolescente Marcos Leroy continua desaparecido na grade São Paulo, a polícia intensifica a busca mas sem sucesso do paradeiro do jovem de 16 anos, a mãe não quis gravar a entrevista!*********

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Minha mãe acha que eu estou morto, ela está desistindo de mim aos poucos e eu não posso fazer nada a respeito. Uma onda de tristeza me invade tão de repente, meus olhos se enchem d'água, eu estava andando pela casa em total desespero, acidentalmente me esbarro em alguém, não me importo em quem era e só de lembrar que provavelmente iria morrer do modo mais cruel possível me derramo em lágrimas abraçando quem quer que fosse, queria me sentir em casa, queria dizer mais uma vez que amava a minha mãe, queria ver todos os amigos idiotas e os professores horríveis. A pessoa a minha frente também me abraçou, e fez todo meu caos passar por um instante até abrir meus olhos e ver que era aquele quem eu mais temia, aquele que seria a causa de minha morte. Ele não me olhava mas encarava o chão com atenção, estava me dando abrigo   para mim, esse era mesmo o tal do temível assassino de sangue frio?! Eu olhei para ele e ele olhou para mim, segurou em meu rosto então limpou minhas lágrimas com todo carinho do mundo, ficou meu encarando por algum tempo, eu estava sem reação e a pernas bambas, pude finalmente viajar no fundo de seus olhos castanhos claros. Victor o chamou e logo sua atenção foi desviada para a cozinha, me soltei do abraço e fui correndo para o quarto fechando a porta atrás de mim e me sentando no chão:

— Mas que porra????!

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Mais um capítulo no capricho, vejo vocês logo logo, amados! :)

Meu Serial Killer Onde histórias criam vida. Descubra agora