Capítulo 5

359 37 59
                                    

***********

Esse capítulo será apenas do Marcos

Ainda não acredito no que vi, foi tudo muito rápido, foi tudo muito aí não sei explicar porque eu nunca tinha visto um acidente dessa forma, cruel e grotesca. Depois que o homem dos sonhos foi embora sem nem ao menos dizer nada, me aproximei novamente do caos, pessoas tirando fotos, pessoas filmando mas nenhuma quis realmente ajudar aqueles que estavam feridos, o ser humano é mesmo intrigante, as sirenes de bombeiros e policiais rodeavam o acidente, decidi então seguir meu rumo pois não queria ficar ali para ver pessoas mortas, não suporto sangue e nem ver pessoas sofrendo. Andei o mais rápido possível sem tirar aquela imagem da cabeça, o fogo, as pessoas gritando e pedindo ajuda, me sentia estranho só de pensar, como se estivesse com o estômago embrulhado mas algo fazia o caos passar, aquele homem, que belo rapaz, parei um segundo quase perto de casa balançado a cabeça para os lados negando qualquer coisa:

— Cole Marcos, você nunca mais vai ser esse cara na vida, supera isso!

Falei comigo mesmo algo que tinha que aceitar, entrando em casa minha mãe veio me abraçando quase chorando provavelmente ela viu o noticiário da noite, mas não teria como ela saber que eu estava lá então como? Deve ser esse instinto de mãe que ela sempre fala, mas não neguei os abraços dizendo várias vezes que eu estava bem, um pouco abalado mas inteiro. Eu disse a ela tudo o que aconteceu, apesar de tudo, eu era bem próximo da minha mãe e ela sempre me contava tudo, desde do trabalho à suas vontades normais de qualquer ser humano, éramos melhores amigos e nos dávamos bem, ela ficou prestando atenção em tudo que eu dizia, quando finalmente acabei de contar o que tinha acontecido ela me perguntou como eu não havia me machucado, não ousei falar do rapaz que me puxou para longe então apenas disse que estava longe de tudo e que não havia como me machucar, não gosto de falar mentiras mas isso não foi exatamente uma mentira, eu apenas omiti o que não queria contar. Algumas horas depois já estava deitado em minha cama de banho tomado e sem um pingo de sono, eu odeio a cama, já perceberam que quando a gente dorme no sofá nada nos abala e quando dormimos na cama parece que tudo vem, todas as paranóias, todos os micos de 6 anos atrás, tudo! e quantas vezes eu já fiquei em claro pensando nessas coisas mas hoje em especial eu não conseguia tirar o rapaz da minha cabeça, queria saber pelo menos o seu nome, ele não deveria ter mais de 24 anos um verdadeiro príncipe! Mas calma lá, amor à primeira vista? Pela amor, até parece que estavamos naquelas histórias fictícias ou em conto de fadas, o mundo real não existe amor à primeira vista, não conhecemos as pessoas de verdade mesmo passando todo o tempo do mundo ao seu lado. Parando para pensar, ele tinha uma mão fria e firme e era o único que estava saindo para não ver o que tinha acontecido, ou ele estava atrasado para algo ou queria evitar ser visto, posso ser jovem mas não sou lerdo! e ele tinha uma energia negativa, uma coisa que não posso explicar, não sou muito religioso mas se fosse a minha vó no meu lugar rapaiz, ela faria um exorcismo no cara ali mesmo sem sombra de dúvidas! Eu posso estar exagerando um pouco, mas o rosto dele me atrai, ele tinha um pircing no nariz, e tinha um olhar muito calmo para a situação toda, parecia que sabia o que iria acontecer e quando iria acontecer tanto que quando ele me deixou, o ônibus explodiu. E eu tenho a impressão de já tê-lo visto antes, talvez pela rua ou em alguma festa mas ele não tinha jeito de ser brasileiro, se fosse para julgar, o julgaria russo ou americano, o que será que realmente aconteceu lá na Avenida Paulista? Será que era mais um caso de suicida? Ou foi um acidente? Ela poderia muito bem ter saltado para os carros ou tropeçado e caído na pista ou mesmo, o menos improvável, alguém tenha a empurrado... não acho que alguém faria isso em meio à outras pessoas, eu tento ver o lado bom das coisas, me chamem de bobo ou de otimista mas não suporto negatividade ou pessoas pessimistas, isso se deve ao fato dos meus pais serem separados eu acho, foi difícil no começo porque eu sentia falta do meu pai mas minha mãe sempre me dizia para ver o lado bom da situação mesmo não existindo, foi difícil pra ela também mas eu fico admirado com sua força de vontade para dar a volta por cima. Olhei meu relógio e já são mais de 2:30 da manhã e nada do sono, ainda não consegui entender como tudo àquilo aconteceu, me levanto e vou andando em silêncio pela casa até chegar na cozinha abrindo a geladeira pegando uma barra de chocolate meio amargo que tinha guardado outro dia, aquele acidente me fez pensar o quanto somos frágeis e passageiros, e o quanto temos que valorizar nossa vida mesmo não sendo a melhor do mundo! Mordo alguns pedaços do doce o guardando de volta na geladeira voltando para o meu quarto com a cabeça mais relaxada, doce me ajudava a me acalmar em meio ao meu caos interior, tentei não pensar em mais nada naquela noite até finalmente conseguir dormir um pouco, esperando por uma manhã melhor do que essa longa noite.

**********
Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo!

Meu Serial Killer Onde histórias criam vida. Descubra agora