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Eu chorei a noite toda e o Steve nem se mexeu, eu queria voltar pra casa, eu não aguentava mais ficar ali, eu sentia saudades da minha mãe e fui o ser humano mais imbecil do mundo de deixar o celular em casa, mas não ia estar com ele de qualquer jeito, se passaram horas e eu estava molhando o travesseiro todo até acabar dormindo pela exaustão. No dia seguinte senti que ele tinha levantado primeiro mas ainda estava meio dormindo, ouvi o chuveiro abrindo e o vapor do banheiro, nesse momento já estava acordado de olhos fechados sem vontade nenhuma de sair da cama, ele saiu do banheiro assim abrindo o guarda roupa, eu estava me sentindo um inútil ali, não podia fazer nada e não sabia se tinha alguém me procurando, abandonado e esquecido sem ter dinheiro a funeral sem nenhuma platéia. A televisão foi ligada, alguém foi preso por tráfico de drogas, Steve pareceu gostar pois deu uma risada, acabei me levantando me sentando na cara com a pior cara possível, os olhos vermelhos e o rosto de choro ainda estavam presentes, ele me olha e eu repugno qualquer olhar seu, ele se ajoelha ao meu lado e rejeito qualquer toque, não prestei atenção em nada do que ele disse só não suporto que ele me toque mas ao mesmo tempo, gosto que ele me toque é estranho. Vi o Victor entrando pela porta segurando uma sacola de papel, parece que ele estava no shopping, Steve se aproxima de mim dizendo algumas coisas que meu cérebro, felizmente, me impedindo de ouvir qualquer coisa, me afasto dele de novo e o mesmo me olha sorrindo e vai embora como se nada tivesse acontecido, olho para o rapaz loiro ali segurando a sacola:
— Como você suporta ele?
Ele não respondeu nada, apenas me deu a sacola com uma roupa e um tênis novo, meus olhos brilharam:
— digamos que quando você passa certo tempo com ele, não é tão ruim assim
Me levantei sem ajuda indo ao banheiro tomando um banho rápido então vestido minha roupa nova e meu tênis novo, certamente estava vestido apropriadamente.
— Desde quando conhece ele?
Ele pareceu me analisar de cima a baixo com uma expressão de aprovação assim dando um sorriso
— Faz bem uns anos, no início também eu não gostava dele nem um pouco mas então eu mudei meu conceito.
Sorrio meio de lado arrumando a cama, eu fiquei traumatizado com qualquer bagunça que fizesse
— Bom, pra onde vamos?
Ele não disse mais nada a seguir só abriu a porta do quarto e pediu para que eu o seguisse, o que eu mais queria era sair dali, queria ir pra casa, queria ver minha família mas sabia que se eu fugisse o próprio Steve viria atrás de mim e o pior, atrás da minha mãe então para protege-lá decidi ficar por perto do rapaz loiro. Na portaria tinha um carro à espera, entramos e tinha alguém no banco detrás segurando um pano com cheiro forte, o rapaz loiro entrou no banco do motorista, assim que deu a partida senti o pano com o cheiro forte contra meu nariz, lutei para sair e me debati mas logo vi minha visão debilitada apagando em poucos minutos. Eu tive um sonho, do qual eu estava em uma sala escura, não conseguia me mover, não conseguia gritar, não conseguia respirar direito e sentia a mente confusa um banco total! de repente, escuto uma voz, a voz do Steve ele estava em toda parte mas a única coisa que conseguia ver eram seus olhos, estavam com raiva como do último sonho, o quarto se ilumina então o vejo parado em minha frente como da última vez.
Ele vem se aproximando aos poucos formando um sorriso em seu rosto empunhando uma faca a quando ele apunhala em mim, acordo em um susto em um lugar totalmente diferente do hotel, um quarto sem janelas, com um banheiro, armário, uma cama e só, me levanto olhando o quarto procurando um interruptor pelas paredes, uma porta se abre atrás de mim e o próprio Diabo de terno estava ali parado com um sorriso no rosto.
— Fogo em asgard ou Valhalla, arranque os olhos das Valquírias e cuspa em suas asas.
Ele recita esse trecho de uma música se aproximando de mim, a única coisa que faço é dar passos para trás até encostar na parede, ele me olhava como se pudesse ouvir meus pensamentos, ele sabia no que eu estava pensando, ele sabia que eu estava com medo e fazia apenas para ter prazer em me ver apavorado.
— Não se preocupe, não vai ficar muito tempo nesse quarto apenas tenha paciência.
Ele segura meu rosto me fazendo olhar para ele, instintivamente fechei meus olhos deixando minhas mãos em seu peito para que se afastasse mas não conseguia conter as lágrimas que rolavam pelo rosto, satisfeito ele me solta saindo do quarto e novamente me desabo no chão chorando me encolhendo em um canto, não sabia o que pensar, não sabia o que fazer apenas queria chorar e dizer desculpas várias vezes, eu iria morrer ali e ninguém iria saber.
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😭✊🏻 Vejo vocês no próximo capítulo!
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Meu Serial Killer
CasualeFugindo de Washington, Stephen veio à cidade de São Paulo querendo se dar bem na vida, após salvar Marcos, um garoto de 16 anos acaba se apegando ao menino mas terá que enfrentar dilemas em sua vida, dificuldades e julgamentos de si próprio mas nada...