Capítulo 4

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Esse capítulo será apenas do Stephen

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Noite adentro pela cidade, pensando, pensando sobre meu glorioso assalto, pensando sobre do garoto que tinha salvado, pesando sobre minha vida em Washington, fugindo da polícia, fugindo do FBI, fugindo da sociedade, fugindo de mim. Dou de cara com um pequeno bar onde entro me dirigindo direto para o balcão pedindo uma garrafa de vodka e um isqueiro mas nem ao menos tinha algum cigarro comigo, só estava afim de gastar o que estava acabando, o homem que me deu a garrafa e o isqueiro olhou bem para o meu rosto me dizendo:

—  O Senhor me parece familiar, já nos encontramos em algum lugar?

Não queria levantar suspeitas a todo custo então apenas sorri e neguei gentilmente com a cabeça, um sorriso falso assim como tudo que tem dentro de mim, um coração artificial e um sangue frio que corre entre minhas veias. Me virei e fui embora antes que me fizesse mais uma pergunta da qual não iria responder, e se visse com mais perguntas ele nunca mais iria falar mais nada, segurando a garrafa com uma mão e a outra segurava o isqueiro dentro do bolso da calça e a mente iria viajando com o forte gosto da bebida em meus lábios, eu andei, eu andei muito e não sai do lugar eu bebi, eu bebi muito e estava totalmente cambaleante mas qual era o motivo de estar me punindo tão de repente? Será que salva o garoto foi uma péssima ideia? Será que iria vê-lo novamente? Espero que não porque não terei misericórdia desta vez. Um mendigo vinha andando com suas roupas velhas e rasgadas empurrando um carrinho de supermercado cheio de tralhas, eu dei espaço para o homem passar mas ele insistiu em esbarrar com força em meu ombro esquerdo, quase deixo minha garrafa cair até me virar para o mesmo derramando um pouco de vodka no chão e com um golpe certeiro, sem o mesmo ver, quebro a garrafa em suas costas, ele grita e se vira para mim, mas já estava com o isqueiro aceso em mãos o jogando na trila de álcool que tinha feito até pegar do homem que gritava pedindo ajuda, gritava pedindo misericórdia mas ninguém estava perto, ninguém o escutava a rua estava deserta. O homem para de se mexer caindo no chão ainda pegando fogo, tinha visto sua vida saindo de seu corpo dolorosamente, maravilhoso, lindo, mais uma obra de Stephen Black. Tinha que manter o foco, não iria deixa um garoto qualquer atrapalhar meus planos e o próximo passo era conseguir um carro fácil, mas como? como iria roubar um carro sem ser procurado? Pensei comigo por alguns instantes e conclui que só irei precisar do carro para transportar o corpo do Coronel, mas não agora, precisava mesmo era voltar para o hotel e tirar o álcool da cabeça. Passando por uma loja com uma vitrine iluminada por um poste distante, reparo em meu reflexo, estava com uma cara de louco, eu não sou louco apenas tenho uma realidade diferente dos outros, mas parando um momento para refletir o que eu seria hoje em dia se meus pais estivessem aqui? Talvez um médico?! ou um advogado?! meu sonho aos 15 anos era arquitetura, ser um arquiteto quem diria hein?! mas sonhos são para crianças, meus pais não estão aqui e me tornei o Serial Killer mais procurado do FBI, em alguns Estados eu não seria nem mandado para julgamento, o corredor da morte seria minha última morada e depois...nada. Após algumas horas andando, de volta ao hotel sem olhar para ninguém apenas pegando o elevador pois queria chegar rápido ao quarto, estava sozinho até a porta ser barrada por uma mulher meio baixa com cabelos escuros e pele clara, seus olhos eram escuros também e estava bem vestida, provavelmente iria encontrar o amante no quarto de hotel, não dei muita importância para a presença dela mas sabia que estava me olhando e estava ficando incomodado com a presença dela. Vi que ela foi para o mesmo andar que o meu mas não iria esperar para ver onde ela iria então logo sai do elevador sem nem olhar para ela até que sua voz me chama:

— Nossa senhora, que lindeza hein está com pressa para que? a noite é uma criança!

Me virei para ela alcançando a maçaneta de minha porta usando meu cartão para destravar então respondo suas provocações de modo mais claro possível, não estava com cabeça para pensar em sexo e muito menos para conversar

— Estou com pressa para ficar o mais longe de você

Assim com minhas duras palavras mas com um tom calmo, entro no quarto sem me preocupar com o resto pois minha cabeça estava explodindo de tantos pensamentos e devido ao álcool estava bêbado andando pra lá e pra cá sem paz, não conseguiria encontrar paz, queria matar, matar aquele garoto que salvou mais cedo, queria vê-lo morto.

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Até o próximo capítulo!


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