Capítulo 2 - Tesouros da UCI

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"É tipo clima de domingo, nós dois e vários amigo


Curtindo o melhor do dia que podia não ter fim


Eu queria sim, você rindo pra mim


Isso eu já ouvi: É bem difícil ser feliz sozinho"





Tá todo mundo louco! Até o médico.


-Como assim Dr. Pedro? - Minha mãe perguntou assim que ele deu a noticia.


-Ainda terei que fazer alguns testes e exames, mas parece que a Bruna perdeu a memória recente.


-Recente? Ela perdeu a memória dos últimos seis anos, Doutor! - Meu pai se alterou e eu arregalei os olhos. Seis anos? Isso é tempo pra caramba! Pensa tudo que pode acontecer em seis anos. Se for o caso de eu realmente ter perdido a memória, como eu vou saber de tudo que aconteceu nesse tempo? Eu esqueci da faculdade! Como vou abrir minha pousada? Será que eu trabalho? Será que eu me formei?


-Seis anos? - Coloquei meus pensamentos em palavras e todos me olharam.


-Parece que sim, Bruna. Parece que tudo que aconteceu depois que você entrou na faculdade virou um borrão. - O médico respondeu e eu nem sabia como reagir.


Gente, eu perdi a memória, perdi as lembranças!


-Tem como recuperar? - Foi a única coisa que eu questionei.


-Sinceramente eu não sei; com alguns exames talvez eu consiga lhe dizer, mas agora não tenho uma resposta. - Falou e eu me arrepiei inteirinha. Isso só pode ser brincadeira. Seis anos apagados assim, do dia pra noite.


Acho que todo mundo percebeu que eu tinha ficado meio abatida com a noticia porque todos saíram do quarto e eu fiquei sozinha. Precisava disso.


Depois de alguns minutos minha família voltou, sem os quatro "amigos".


-Filha, o doutor disse que vai ficar tudo bem... - Minha mãe tentou consolar. - Ele disse pra gente ir tentando trazer sua memória de volta com algumas lembranças porque talvez isso ajude. - Explicou.


-Ta bom. Eu ainda tô meio assustada. - Confessei.


-A gente também tá, maninha. - Matheus se pronunciou.


-Dá pra acreditar que uma das ultimas coisas que eu lembro é tá no bar com você? - Brinquei tentando aliviar o clima até pra mim.


-Eu nem lembro mais desse dia... - Respondeu e eu ri.


-Mas o que eu preciso saber sobre a minha vida? - Quis saber.


-Você se formou em administração hoteleira em quatro anos, como sempre quis; nunca mais voltou a morar com a gente.


-O que eu faço hoje em dia?


-Você trabalha em um hotel na Barra da Tijuca desde que se formou...


-Legal. E a pousada?


-Faz tempo que você não fala nisso, acho que sua vida tava muito cheia de coisa... - Meu irmão explicou.


Memórias de um Presente  |||   Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora