Capítulo 20 - Porto Alegre é demais

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Estamos entrando na reta final ://

Boa leitura!

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"E por falar em saudade

Onde anda você?

Onde anda os seus olhos

Que a gente não vê"



Tomás me preparou toda pra passar três dias no Rio de Janeiro. Me deu algumas tarefas pra que eu pudesse me sentir util mesmo que de longe, mesmo que focada em alguma outra coisa, segundo o próprio. Três dias pra encontrar com Isabella, me declarar pra ela e entrar num relacionamento, depois disso eu voltaria pra pousada, mas pelo menos com o lado pessoal resolvido.



Tomás tava se saindo o verdadeiro cupido.


Cheguei no Rio de Janeiro no inicio da noite e minha primeira parada foi o apartamento da minha ex. Entrei no prédio junto com um morador e fui direto pro andar mais alto bater na porta dela. Meu coração queria sair pela boca de tão nervosa. Eu já estava até prevendo a minha reação quando ela abrisse a porta e ficasse tão surpresa quanto eu. O que eu estava fazendo ali afinal? Essa ideia louca foi muito nada a ver.


Fui e voltei até a porta do apartamento dela diversas vezes. Chegava perto de bater na porta e recuava pensando mais uma vez. Quando o elevador abria as portas para me levar pro térreo novamente eu desistia e voltava a porta. Fiquei nesse ciclo por alguns minutos até que finalmente toquei a campainha. Não pode ser tão ruim né? Na pior das hipóteses eu invento uma desculpa e ainda coloco a culpa no Tomás.


A ansiedade que eu tinha dobrou quando alguns minutos se passaram e eu não tive resposta. Toquei mais uma vez a campainha e a ansiedade triplicou quando mais uma vez não tive resposta. Que caralhos? Será que ela realmente não está em casa ou simplesmente me ignorando?


Esperei por quase quinze minutos em frente a porta dela, pensei em ligar algumas vezes mas não queria passar por desesperada tão cedo. Apesar de estarmos nessa amizade velada, ainda assim é um tanto quanto estranho falar com ela por outros meios que não pessoalmente. A gente não troca mensagens.



-Você tá esperando a tia Bella? - Um menininho de uns sete anos de idade saiu do apartamento em frente ao da minha ex e ficou ali me olhando.


-É, sim, acho que ela não tá em casa...


-Você deve ser amiga dela, né? - Uma mulher um pouco mais velha saiu do apartamento, provavelmente mãe do garoto.


-Sim... Eu já bati várias vezes mas ela não atende.


-Ih menina, faz uns três dias que a Isabella não aparece em casa, ela sempre passa aqui pra brincar com o Flavinho mas desde terça ela não vem... - Contou com tom de voz preocupado e eu instantaneamente também me preocupei. Como assim ela não aparece em casa fazem três dias?


-Que estranho... Ela falou porque? - Questionei.


-Não... Só sumiu mesmo. Tenta ligar pra ela, quando vê está na casa do namorado. - Sugeriu e eu ri internamente.


-É, vou fazer isso. Obrigada. - Agradeci desbloqueando o celular e ligando pra Alice. Ela sim saberia o que tava acontecendo e eu não teria que parecer desesperada; no final das contas ia ser melhor escutar da Alice que Isabella tava na casa de uma garota do que da própria.


Memórias de um Presente  |||   Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora