Capítulo 11

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Siera Amorim

Me arrastam do carro assim que ele parou.

Deus, não me faça fraquejar.

De repente uma mão agarra meu braço, tremo de pavor, ainda tenho medo quando alguém me toca e eu não vejo quem é, tenho medo de ter novamente aqueles ataques de pânico que eu tinha antes.

Eu tenho medo do que está acontecendo agora, eu quero tanto ser aquilo no que me tornei.

Eu quero ser forte, eu quero ser impiedosa.

- Prenda ela aí - a voz de Aeron chega nos meus ouvidos, sou colocada em uma cadeira de madeira, amaram minhas pernas e mãos, o saco é puxando da minha cabeça com brutalidade, alguns fios de cabelo é levado junto.

Rosno, engolindo meu medo, odeio que mecham no meu cabelo.

Olho furiosa para a irmã de Aeron, o que não parece ser diferente da minha própria raiva.

- A cadelinha rosna - ela debocha me dando um sorriso que dá vontade de arrebentar no soco.

- E agora percebo que vaca fala - digo dando um sorriso.

Ela rosna irritada.

- Nunca vi uma cadela misturada com vaca - debocho dela.

- Não me irriti ou vou da um tiro o meio da sua testa - ela diz cheia de si.

- Está esperando o que cadela? - pergunto prepotente.

- Minha autorização - a voz da mãe de Aeron chega nos meus ouvidos.

Corro meus olhos pelo local e encontro todos os Sullivan's adultos, os seguranças chefes e muitas armas de tortura pendura na parede e em mesas.

- Porque estou aqui? - resmungo.

Minha perna lateja me fazendo lembra do tiro que tomei.

Faço cara feia quando vejo o sangue escorrer da ferida, esse maldito tiro o Aeron vai pagar.

- Não se faça de tola - a voz dura do pai de Aeron me faz levantar a cabeça e olhar para ele com o cenho franzido.

- Tola? - dou um sorriso sem humor - Não fui eu que invadi a casa dos outros, deu um tiro e sequestrou, então imagino eu que não sou eu que sou a tola.

- Queremos explicações - Allan fala me olhando friamente.

- Não poderia esperar até amanhã? - pergunto cínica - Sabia que as pessoas dormem durante a noite? Principalmente as pessoas que acordam cedo para trabalha durante o dia todo.

- Deixe de enrolação - Lorenzo diz - Só quero algumas explicações.

- Se querem explicações de sei lá o quê não poderia ter me convidado gentilmente? Esse queremos explicações me custou uma bala na perna. - reclamo irritada.

- Não abuse da minha paciência, tem sorte de ainda está viva - Allan responde arrogante.

- Olha para a minha cara e vê se encontra alguma paciência em mim! - exclamo furiosa.

Quando menos percebo Allan está na minha frente enfiando o dedo na minha ferida.

Sou pega de surpresa, solto um gemido de dor, fora isso, não dou o prazer para esse filho da puta me vê gritar de medo ou dor.

Já passei por coisas pior do que isso!

Foda-se os Sullivan's.

Meus olhos marejam, porém, pisco. Olha friamente para Allan, quando acabar isso aqui vai ter retaliação.

Eu os odeio!

Se eu ficar viva, esse malditos vai pagar, por tudo que estão me fazendo passar.

Maldita hora que matei aquele homem, era pra ter deixado ele vivo, a essa horas essa maldita família estaria atrás das grades.

Isso que dá a gratidão, burra, burra do caralho.

- Não levante a voz para mim - o rosnado de Allan só me dá mais raiva.

- Porquê? - pergunto - Vai fazer o que? Vai chora para mamãe? Ou vai fazer bico de menino minado?

Em resposta ele enfia mais fundo o dedo.

- Não, Allan - Aeron rosna atrás do irmão mais velho.

- Allan - a mãe deles diz em advertência.

Allan bufa irritado, porém, se afasta.

Solto o ar preso.

- Que diabos vocês querem comigo? - digo sentido vontade chorar.

- Queremos informações .... - Louise diz

- Já falaram isso, porra - grito - Me falem o que porra vocês querem de mim, sejam diretos, não me enrolem.

- Já lhe disse para não levantar a voz - Allan resmunga irritado.

- Vá se fuder - grito - Vocês me tiraram da minha casa, me trouxeram até aqui e só fizeram enrolar, me fala porra!

- Sabe quem é o traficante Fábio? - uma mulher pergunta com um olhar crítico.

- Claro que sei, todo mundo no Brasil sabe - reviro os olhos - Quem é você?

- Selena - a simples resposta dela me faz lembra que li esse nome em um docier.

- Selena Park - digo alto, para eles saberem que eu sei quem porra eles são - A menininha que foi criada na rua, a garota que fez de tudo para proteger a irmã, inclusive fugir estando grávida, e no final de tudo, se casou com Lorenzo. E não esquecendo, teve um caso com o inimigo do seu marido.

Posso está sendo maldosa, e eu pouco me importo, eles mexeram comigo, eu mexo com eles.

- Aaa.... Lorenzo, já perdoou seus pais por terem escondido a vida toda que você era adotado? Puxa, deve ter sido difícil né! - dou um sorriso maldoso quando vejo a reação deles.

- Siera - Aeron rosna protetor - Não mexa com a minha família.

Bufo.

- Engraçado - digo - Você não quer que eu mexa com sua maldita família, enquanto era você que tinha armas apontadas para os meus pais, que diferente de vocês, eles são inocentes, eles não fazem outra coisa a não ser ajudar quem precisa.

- Não encontrei outra maneira de ter você em nossas mãos - Allan tem a decência de parecer culpado.

- Eu não me importo - grito - Vocês usaram meus pais contra mim, eu odeio vocês, usaram quem mais amo contra mim.

- Siera - Lorenzo caminha na minha direção e lentamente se abaixa minha frente - Eu juro, não vou fazer mal nenhum ao seus pais, nenhum de nós vai.

- É pra mim acreditar? - pergunto irônica.

- Eu disse que você teria minha ajuda quando precisa-se - ele sussurra.

Talvez ele realmente me ajude, então peço a única coisa que realmente me importa.

- Proteja os meus pais se eu morrer - eu digo olhando com firmeza em seus olhos.

Aeron : Série Permita-se Onde histórias criam vida. Descubra agora