Capítulo 18

190 13 0
                                    

Aeron Sullivan

É melhor eu sumir antes de matar alguém, ou melhor, antes de matar o John viado.

Eu não gosto dele, na verdade eu não o suporto, se fosse em outros tempos talvez nos tornariamos amigos, mas nesse momento? Nem fudendo, odeio pensar que ele fez mais coisas do que apenas ser amigo da Siera, odeio a ideia, odeio ele.

Na verdade, Acho que ele é gay, muito vaidoso, os olhos desse desgraçado é tão claro que da vontade de arrancar da órbita, nem parece que é policial.

Bufo com minha linha de raciocínio, merda, só posso ser idiota, desde quando se arrumar, ter olhos claros, barba aparada quer dizer ser gay? Se fosse assim eu também seria, e na real, sou bem vaidoso, forte e musculoso na medida certa, nem mais e nem menos.

Tão imaturo! Idiota eu sou!

Saio para o jardim da casa, respiro fundo várias vezes, ouço barulho de cascalhos sendo amassado, reviro os olhos antes de virar pra vê quem é.

Droga, cadê a paz quando se precisa?

É Pietro, menos mal.

- Tem um minuto? - ele pergunta com o semblante sério.

- Claro - respondo rapidamente.

- Eu estava verificando algumas informações sobre o Fabiano - franzo o cenho, confuso - O traficante.

- Sim - respondo pedindo para que ele prossiga.

- Liguei algumas informações e, descobri que ele fazia parte do tráfico de crianças, eles seguestravam as crianças quando saiam da escola, no parque, quando iam comprar algo, dos braços da própria mãe, ou pior, eles pagam pessoas de dentro do hospital para pegar informações das pacientes gestantes na maioria das vezes quando a gestação é de bebês gêmeos, as vezes, as mães não sabem nem que tem mas de um bebê dentro delas, são medicos pagos, enfermeiras, até diretores, assim que nascem eles levam um e deixa o outro, a mãe nunca vai saber da existência do outro filho, quantos menos informações as famílias tem melhor é para eles. As crianças são mandadas para um orfanato que encobre tudo, lá fazem registros falsos, pais mortos, foram abandonados, mãe é droga, essa coisas, depois, aparece um casal que sonha em ter um filho, mas não pode porque a mulher perdeu o útero, ou o pai é estéril, entram na justiça querendo adotar um bebê, o juiz comprado dá a guarda para eles, e quando está tudo legalizado, eles mandam as crianças para fora do país.

Meu corpo treme, sinto tudo em mim esquentar, sinto meus olhos marejados de lágrimas de raiva, de revolta, de puro ódio. A vontade de matar me domina, a vontade de quebrar ossos me atiça, me manipula, me deixa insano.

Rosno furioso. E a primeira coisa que aparece na minha frente eu quebro, jogo um vaso no chão, outro e depois outro, nada faz minha fúria acabar.

- Aeron - a voz de Pietro me chama e eu não ligo, não me importo - Você tem que se controlar.

- Me controlar? - rosno - Tenho que me controlar depois de ouvir esse absurdo? Depois de ouvir que bebês, crianças indefesas, sofrem a maldade das pessoas que deveriam protegê- las, de pessoas que jura sempre pensar no bem maior?

- Eu te entendo - Pietro responde - Só que, temos que descontar nas pessoas, nesse malditos filhos da puta, os vasos não tem culpa, e sua mãe vai te matar por quebrar 10 vasos.

- Tava contando? - pergunto irritado.

- Tenho que saber quantos vou ter que mandar comprar - ele dá de ombro.

- Quem é o juiz? - pergunto voltando ao assunto.

- Ainda não descobri - ele responde me deixando frustrado - Mas descobri onde é o orfanato e quem é o casal que participa.

- Participa do quê? - a voz de Allan chega ao meus ouvidos.

Me viro vendo minha mãe com as mãos na cintura, olhando furiosa os vasos quebrados.

- Porque estão aqui? - pergunto dando um passo para perto do Pietro, ele vai me proteger da fúria da minha mãe, só que o filho da mãe, da um passo para longe de mim.

- Ouvimos coisas quebrando, viemos vê o que estava acontecendo - meu pai responde.

- Mãe- digo de maneira suave - Eu vou comprar outros.

- Eu acho bom - ela responde irritada.

- O que houve? - Allan volta a perguntar.

Troco um olhar com Pietro, merda.

- Nada - minto.

Os homens estreitam os olhos duvidando do que digo.

- Certeza? - Lorenzo pergunta me dando uma nova chance de dizer a verdade.

- Sim - digo resolvido de que eu mesmo vou acabar com essas pessoas, vou fazer eles sangrar.

- Certo - a resposta vem desconfiada.

Troco de novo um olhar com Pietro, somos só nós dois e a minha equipe.

E em resposta ele me dá um discreto aceno de cabeça.

- Estamos saindo - aviso puxando Pietro junto comigo.

- Não esquece de comprar meus vasos - Mamãe grita - E toma cuidado.

- Tá bom mamãe - grito me virando para ela, e vejo Siera atrás da minha família junto com o John gay, nem tinha percebido Siera e John juntos deles.

Bufo querendo ir até eles e tirar aquelas mãos de polvo dela.

Estreio os olhos para ela, e por fim dou as costas, entro no carro junto com Pietro que logo arranca.

- Para onde vamos? - Pietro pergunta.

- Para o orfanato - Digo sorrindo maléfico.

- Temos que ter a autorização para entrar - Pietro alerta.

Merda, o foda é que estamos fora da nossa zona de conforto, não mandamos nada aqui, por enquanto.

- Sabe onde é a casa do casal? - pergunto mudando de ideia.

- Sei - me olha pelo espelho retrovisor, os olhos antes azuis claros agora estão azuis escuro.

Só por essa mudança sei que Pietro odeia eles, sei que esse casal faz mais coisas do que ele me contou.

- O que mais eles fazem? - vou direto no ponto.

- O homem - percebo ele travar o maxilar - Estupra as meninas antes de serem levadas para fora do país, segundo ele, está mostrado para as crianças a vida boa que elas vão ter.

Que fodido!

- Filho da puta - dou um soco no banco e logo em seguida prometo - Esse miserável, vai sofrer tanto.

- Ele já foi investigado por várias mortes de bebês recém-nascido, todos eles estuprados, e jogados no lixo como se fosse uma coisa qualquer - a voz glacial enche de novo o carro.

Pietro tem uma história com essa rede de tráfico, e não foi uma das mais bonitas, resgatamos ele de um cativeiro, estava muito machucado tanto fisicamente quanto psicologicamente, para ganharmos a confiança dele tivemos que contar toda a nossa história e desde então ele está comigo, ele se tornou um grande amigo meu.

- Prometo que faremos ele sofrer muito - digo pondo uma mão no ombro dele.

Ele não responde, e nem quero que o faça, só quero que ele saiba que vamos fazer esses filhos da puta sofrer.



Aeron : Série Permita-se Onde histórias criam vida. Descubra agora