Aeron : Série Permita-se

Capítulo 12

Aeron Sullivan

Não sei que merda está acontecendo comigo!

Desde que mandaram eu ir buscar Siera, e traze-la para minha casa que sinto uma agonia no peito, não sei o que há de errado.

Vê-lá desse jeito me dá uma coisa, que merda, não sei que porra eu vou fazer.

Desde que a trouxemos ela tem sido valente, nem mesmo quando Allan lhe machucou ela desabou, e eu teria atacado meu irmão se ele não parasse, eu odeio vê ela se machucando, e eu me odeio por dá um tiro nela.

Por outro lado, eu me encho de fúria ao pensar que Siera pode ter tentado me matar, Deus, só em pensa nisso me dá vontade de matar uma pessoa.

- Eu prometo - é tudo o que ouço de Lorenzo quando vou chegando perto de onde ele está agachado falando com Siera.

Já disse que tem alguma coisa errada comigo? Até raiva de Lorenzo eu estou, sinto raiva toda vez que vejo um homem tocando nela, sinto raiva de que não seja eu, a lhe prometer nada, caralho, eu sou um idiota.

E estou com ciúmes do meu irmão casado, com Siera.

Um completo idiota.

- Lorenzo - escapa da minha boca antes que eu tenha chance de me policiar  e devo confessar que sai mais rude do que eu gostaria.

Meu irmão levanta, e olha pra mim com um sobrancelha arqueada.

- Sim? - ele pergunta ainda na frente de Siera, merda, meu irmão tá todo protetor com ela.

- Vou limpar o machucado dela - digo como se tivesse pedindo permissão a ele, e eu me amaldiçoou por isso.

Lorenzo sai da frente e eu me abaixo para limpar, quando olho nos olhos dela, eu me sinto mal por ela esta passando por isso, me sinto culpado.

Merda!

- Eu vou limpar isso - digo apontando para perna dela.

- Não me toque - ela rosna para mim.

Noto que ela esta pálida, provavelmente pela perda de sangue.

- Você está perdendo muito sangue - digo fazendo menção de tocar a ferida.

- Eu já disse que não - dessa vez ela grita.

- Isso vai inflamar se não cuidar - digo tentado ser paciente.

- Então devo agradecer a você e o seu maldito irmão Allan por isso - ela resmunga.

- Siera - digo em advertência.

- Já disse para não me tocar - ela diz - Solte minhas mãos que eu mesmo cuido da minha perna.

Fico em parado por um momento, pensado no pros e contra esse pedido dela.

Ela não sabe onde está, e ela nem conseguiria sair daqui tem muitas pessoas para dete-la, e ainda tem o machucado, não conseguirá correr.

Com a minha decisão tomada eu me levanto e vou para trás da cadeira, solto o nó primeiro de uma das mãos depois da outra, vejo ela massagear os pulsos quando estão livres.

E então eu percebo o meu erro, as pernas da Siera estão soltas.

Olho pra Lorenzo que em troca me dá um sorrisinho debochado.

Filho de uma boa mãe.

Em um movimento rápido Siera levanta da cadeira e parte para cima de mim, no primeiro golpe consigo desviar, do segundo não tenho tanta sorte, ela me dá um chute com a perna boa nas minhas costela, depois joga o punho no meu rosto, e bate no meu maxilar, cambaleio para trás, ouço minha família ofegar, eles estão sem reação, foi tudo tão rápido que eles não tiveram tempo de impedir. 

- Essa vadia - escuto o rosnado de Louise.

Minha irmã puxa o cabelo da Siera, e a cara de ódio que Siera faz me faria cagar nas calças.

Em um piscar de olhos vejo as duas se atacando, Siera é muito boa em lutas, tem socos pesados e rápidos, minha irmã não fica atrás, lutou conosco a vida toda.

- Já ouviu falar que mulher de verdade, não briga puxando cabelo ? - ouço Siera dizer em meio a um soco que dá minha irmã.

- E quem disse que você é mulher de verdade? - as duas pulam uma para longe da outra.

Se encaram com ódio puro, sangue escorre dos lábios da minha irmã, tem marcas vermelhas no rosto, marca de unhas nos braços e pescoço, Siera não esta diferente, só que a perna dela está muito mais machucada.

- Muito mais do que você sua garotinha mimada - Siera retruca.

Olho para minha família, eles não estão fazendo nenhum movimento de parar essa briga, as minhas cunhadas estão com algum tipo de sorrisinho, Lorenzo é o único tranquilo, como se isso fosse o que ele planejava.

- Mimada? - Louise pergunta- Você não sabe do que está falando.

Siera cambaleia um passo atrás.

- Eu sei - Siera diz se apoiando na cadeira - Sei a vida de cada um de vocês. Quer um exemplo? Quando você se divertia gastando dinheiro, tem pessoas que lutam um mês todo para ter a porra de um salario mínimo, você sabe o que é lutar para ter o que comer na mesa? Você sabe o que viver fora da sua bunda arrogante? Pois se não sabe, aprenda a viver, aprenda a deixar se ser arrogante.

As palavras dela cada vez fica mais fraca, ela segura com mais firmeza no encosto da cadeira, e quando ela fecha os olhos corro para aparar seu corpo mole.

- Merda - digo segurando ela meus braços.

- Essa ... - Louise tenta se aproximar.

- Não - eu digo rude - Não chegue perto.

Não olho para vê a reação dela e eu não me importo.

- Isso é sua culpa Lorenzo - digo olhando carrancudo para ele.

- Não fui eu que dei um chute na perna dela - ele diz se abaixando junto do corpo de Siera.

- Mas foi você que lhe soltou - resmungo.

- Claro - franze o cenho - Ela merecia te dá uns socos.

- Porque? - pergunto de cara feia e levemente confusa.

- Porque essa garota - ele aponta pra Siera - Teve a chance de me pedir para salva-las, mas tudo o que ela me pediu foi que para proteger seus pais.

- Porque você se importa com ela? - Allan pergunta emburrado.

- Porque ela salvou meu irmão - ele diz revirando os olhos.

- Mas foi ela que colocou ele lá - Louise rosna irritada.

- Não foi não - ele nega.

- Como sabe disso? - Allan pergunta encarando Lorenzo friamente.

- Porque Siera chegou de uma missão no mesmo dia que Aeron chegou aqui no Brasil - Ele fala olhando nos meus olhos - Ela te salvo por acaso, ela passou 20 dias sendo uma infiltrada em uma rede de tráfico humano.

Olho para baixo vendo o tanto que ela parecia cansada, o tanto que Louise lhe machucou, merda.

Levanto os olhos encarando primeiro Louise e depois Allan.

- Da próxima vez que machuca-lá, não vou ser um bom irmão - digo duramente.

E merda, eu mesmo machuquei ela.