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POV'S NOAH

— Posso entrar? - Faz uma meia hora que eu estava parado no lado de fora da porta, por puro cansaço.

—  Claro. - Andrey estranha eu estar ali.

— Desculpa pelo jeito que eu falei ontem. - Encosto a porta como ele já está no meio do minúsculo apartamento.

— Tudo bem cara, mas eu não concordo com a decisão se vocês. - Da sala consigo ver ele abrir a geladeira e voltar com duas cervejas na mão.

— Nem a gente, você ajuda ?

— Claro que sim, do que vocês precisam?

— Ele levou a Aimê pra Alemanha, e agora a Sina também... - Aos poucos vou explicando a história pra ele, tenho total atenção dele, ele é um cara gente boa, a Sofya devia escolher ficar com ele.

— Não é um caso difícil de ganhar. - Ele toma um gole e fica em silêncio pensando.

— O cara tem um poder muito grande.- Lembro ele.

— Foi pra isso que eu estudei, pra lutar contra os grandes, fica tranquilo que elas vão estar aqui logo logo. - Eu quero muito acreditar nele.

— Tem mais uma coisa. - Ele me olha esperando que eu termine. - Sina pediu pra encontrar a mãe dela.

FLASHBACK   ON
                   
      POV'S SINA

— Não vão se sentar ? - O restaurante que estamos está tão cheio, que as conversas sobre casamento e doença das mesas ao lado se embaralham na minha cabeça.

— Você falou que ela estava com você. - Meu foco agora é totalmente no meu velho.

— Não vão se sentar ? - Ele repete apontado pras duas cadeiras na sua frente.

Puxo uma das cadeiras e me sento logo em seguida Noah faz o mesmo.

— Como vai a vida? Soube que está trabalhando, uma pena perder a infância da sua filha. - Como ele consegue levar essa situação com uma conversa casual?

— Eu não vou cair nas suas provocações pai.

— Se não veio aqui pra conversar, pode se retirar. -  Richter está comendo sua comida na maior calma, minha vontade é socar o garfo na sua guela.

—Fala de uma vez o que você quer. - Ele ignora completamente a fala de Noah, bem previsível isso na verdade.

— Como anda a vida filha ?.-  Juro que nunca mais reclamo de como Krystian é sinico.

— Isso é sequestro, vou te denúnciar. - Informo ele, sei que não vou assusta-lo com tão pouco.

— Você não aprende mesmo ? Não viu o que eu fiz com sua mãe por querer lutar contra mim? - Ele chama o garçom e pede um vinho enquanto nós dois encaramos ele em silêncio. - Vão querer alguma coisa? ... Não? Ok.

Seguro a mão de Noah por baixo da mesa ao perceber o que ele estava pronto pra fazer.

Não que socar a cara do meu fosse errado nesse momento, mas irritar o cara não era meu objetivo hoje.

— Falando na sua mãe, mesmo depois que você se livrou de mim não voltou a ver ela, por que ?

Ele tem razão eu tentei entrar em contato com ela, muitas vezes mas nunca mais consegui.

— Para de desviar o assunto e de ser manipulador, procura alguma coisa boa dentro de você e usa isso pra pensar no certo, pelo menos uma vez na vida tenha um pouco de caráter. - Parece que o que eu acabei de falar entra por um ouvido e sai pelo outro.

— Sempre achei engraçado que ela nunca lutou pela sua guarda, na verdade ela te entregou de bandeja.

— Você não vai me afetar com isso, eu só quero saber da minha filha. - Noah parece nem estar ali, como eu pedi na verdade, não queria nem que ele tivesse vindo mas ele insistiu.

— As vezes que ela veio te ver escondida. Alguma vez falou que queria te levar junto? - Ele sabia das vezes que ela me viu, e não fez nada?

— Você acha que descobrir que minha mãe me abandonou com você, vai fazer o que ? Eu desmoronar? Adoecer? - Richter ri alto da minha cara.

— Não, é que você é tão igual ela, que vai fazer a mesma coisa.

— Eu nunca vou largar minha filha.- Meu limite já passou faz tempo eu vou me afogar nessa angústia toda que estou sentindo, me enoja olhar pra cara desse homem.

— Tudo isso é por que você não me quer na vida da Sina? - Peço pra Noah  ficar quieto mas agora eu sou ignorada.

— Bingo ta ai um dos motivos, vocês devem estar se perguntando qual o segundo ? É que eu quero você de volta. - Ele aponta pra mim.

— O que você quer dizer com isso?

— Que sua filha está na Alemanha, pensa numa menina que não gosta de avião, a babá disse que ela chorou praticamente o vôo todo. - Ele conhece a palavra limite?

— Como você conseguiu tirar ela daqui ? Sem documento sem nada. - Noah não faz ideia de com quem está falando.

—  Por que eu consigo o que eu quiser não entendeu isso ainda?... E continuando se quiser sua filha você volta comigo simples não é?

— O que aconteceu com você? O que te fez se tornar esse ser tão desprezível ?- Não existe palavra que saia da minha boca que dê um beliscão se quer nele.

— Eu falei que você ia se arrepender não falei ? Bom você pode ficar se quiser. - Ele limpa a boca com guardanapo. - E você Noah sabe que não está incluso nessa viagem não sabe ?

— Quando a gente embarcar ? - Ele sorri se gabando da Vitória.

— Você só pode tá brincando. - Noah vai ter que entender que o único jeito é jogar do jeito do meu pai.

— Amanhã cedo, o que você acha?

— Ótimo. - Noah treme o queixo me olhando, se levanta e vai passando pelo meio das mesas em direção à saida, nem se quer se desculpa pelas esbarradas nas pessoas, vou indo o mais rápido possível atrás dele.

— Noah. Noah. Me espera. - O vento do lado de fora está gelado, esqueci meu casaco na cadeira.

— Claro.  Vamos pra casa fazer suas malas e deixar seu pai ficar com as duas coisas que eu mais amo nesse mundo.

— Você quer que eu deixe ela sozinha lá?

—Eu quero ela aqui, comigo, com você. - Ele senta no meio fio.

— Eu também e a gente vai lutar junto, só que vai ser eu de lá e você de cá.- Ele nem se quer me olha. - Meu pai não vai se safar de todas.

— Como eu vou ficar sem vocês?

— A gente da um jeito, eu prometo. - Sento do lado dele e encosto a cabeça em seu ombro.

— O que eu preciso fazer? - Ele passa o braço por volta de mim, me aquecendo.

— Primeiro fala com nossos amigos precisamos deles mais que nunca agora, depois com Andrey ele deve saber por onde começar, mas avisa que meu pai pode destruír a carreira dele... E tenta achar minha mãe.

— Sua mãe?

— Ela teve ajuda de alguém, eu quero saber quem.

Flashback off

BY CHANCE/ BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora