BY CHANCE/ Beauany

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POV'S ANY

— Não reclama eu conheço alguém que é cabeça dura igualzinho ela. - Estamos jogadas na cama do meu quarto a horas com um prato de brigadeiro entre nós.

— Não é que eu não queira ela morando aqui, mas ela ama a vida que tem lá. - Desde que minha mãe chegou está que nem louca procurando uma casa pra ela, está disposta a largar tudo pra vir cuidar da gente.

Seria ótimo tê-la aqui se ela realmente gostasse da ideia, porém as frases que eu mais tenho escutado são "As pessoas daqui são tão antipáticas" " Lugarzinho mais sem graça" " Falta alegria nesse povo".

A verdade é que ela nem se esforçou, decidiu que não gosta daqui e não tem santo que faça dona Priscila tirar isso da cabeça.

— É que... - Conheço Raissa como a palma da minha mão, e se tem uma coisa que ela é péssima é em esconder qualquer tipo de coisa.

Lembro como se fosse hoje quando ela contou pra minha mãe do meu primeiro beijo, isso que eu nem tentei esconder a questão foi que eu tive que ficar dez minutos a mais na escola terminando um trabalho e quando cheguei em casa a notícia já estava dada.

— Fala logo.

— Sua mãe vai me matar. Mas assim, sabe onde ela tá agora ?

— Ela saiu com o Josh, não saiu ? - Achei bem estranho que eu fui totalmente proibida de ir junto, e ainda por cima não pude saber o destino.

— Sua mãe não tá pensando em se mudar pra cá. Ela quer mudar vocês pra lá, nesse exato momento ela está tentando convencer o Josh. - Como não imaginei isso antes ? Tava na minha cara o tempo todo, se Josh ceder eu to é ferrada pra reverter a situação.

— Como se eu já não tivesse coisa o suficiente pra lidar. - Me refiro a situação que estamos passando com a Sina e o Noah e ao serzinho dentro de mim claro.

Escuto os passos de alguém subindo as escadas e já viro minha cabeça pra porta ver quem era, em teoria não era pra ter mais ninguém em casa, Sabina e Pepe haviam saído resolver algumas coisas pra Krystian como no dia anterior havia viajado, ele foi pra Alemanha conseguir acompanhar de perto as meninas, todo mundo quis ir na verdade, mas ele convenceu a gente por conseguir trabalhar mesmo de longe, e o que ele previsa resolver aqui entregou nas mãos de Sabi.

Mas se tem uma coisa que não fazíamos mais era trancar a porta, ja que todos ali tinham acesso livre, então o entra e sai não assustava mais niguem, ou quase semana passada Bailey saiu da Lavanderia e eu Dei um grito que cheguei acordar a mexicana que estava o andar de cima.

— Posso entrar ? - Sofya aparece na porta.

—  Claro que sim. -  Raissa até senta na cama pra loira ter mais espaço.

— Sabe que o quarto é meu né? - Raissa me da os ombros. - Que cara é essa?

— Dei um pé na bunda do Patrick. - Ela se joga de bruços do meu lado e apoia a cabeça na minha barriga.

— Fez sua escolha então? - Empurro a cabeça da loira um pouco pro lado como estava apertando minha bexiga e eu já estava com vontade de fazer xixi a um tempo, mas a preguiça me impedia de dar os cinco passos até o banheiro.

— Não, dei no Andrey também, eu tava enlouquecendo então acabei com o problema.

— Isso mesmo quem precisa de macho? gostei de você. -  Raissa  ergue a mão esperando um high- five, mas eu interrompo as duas com a minha mão.

— Nada disso, ela tá a um tempão enrolando os dois, não fez isso por que não quer macho, mas porque percebeu que tava sendo babaca.

— Os hormônios aumentaram sua... sua transparência. - Sofya faz uma cara de "precisava disso".

— Transparência não, grosseria você quis dizer. - Raissa nunca foi uma pessoa de meias  palavras ou de suavizar a situação, foi por isso que decidi ser amiga dela, mas dessa vez por algum motivo aquilo me machucou e agora aqui estou com vontade de chorar por um motivo tão besta.

E... chorei.

— Por isso eu tentei não ser tão sincera. - A loira passa ao mão pela minha perna tentando me consolar e Raissa revira os olhos e coloca mais uma colherada do brigadeiro pra dentro.

— Pronto, passou. - Olho pra cima numa tentativa de segurar o resto das lágrimas e funciona.

—  Eu preciso pedir desculpas agora? - Raissa debocha da minha cara e cai na risada, Sofya tenta se segurar mas acaba rindo também.

— Boa sorte pra vocês me aguentarem esse próximos meses. - Agora até eu dou risada da situação, não é atoa que Lamar só me chama de senhora montanha russa nesses últimos dias " uma mistura de emoções" segundo ele.

—Tem mais alguém lá embaixo? - Também escutei ruídos de conversa.

—  Aham Noah e Andrey estão conversando, sobre o próximo passo como esse não deu muito certo. - Sofya nos conta.

— Por que não deu ? Andrey tava tão animado com a idéia.

— Eles não conseguiram colocar o caso como alienação parental. -  Sofya lambe o dedo que está cheio de brigadeiro, só de ver a cena já me enjoa.

— Pode falar na nossa língua por favor? A Gente não faz direito como você. - Concordo com a outra brasileira e Sofya ri.

—  Alienação parental é quando um familiar interfere em quem vai ficar com a tutela forçando a criança a fazer uma escolha no caso deles seria um pouco diferente por ser o avô mas ainda sim poderia funcionar mas foi negado pelo fato de Aimê ser muito nova e não poder ser "influênciada".

— Tá mas se a guarda ta com a Sina, como podem negar entregar a criança pra ela? - Pergunto.

— Quando a Sina teve a Aimê era de menor, e o responsável por ela era Richter o que torna ele responsável pela neta também, ele já planejava isso desde que a pequena nasceu ele tem todos os documentos do hospital e tudo, mas só isso não assegura nada... Esse documentos são fáceis de mudar como a Sina e o Noah são os responsáveis  legais o problema maior é que os dois juízes que Andrey tentou aprovaram o caso e magicamente algumas horas depois cancelaram a decisão.

— Em outras palavras, foram comprados. - Sofya concorda com a cabeça.