Capitulo 5: Tratado de Van-Salles

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Não!

Foi a coisa mais eloquente que eu consegui dizer, me colocado de pé que nem uma idiota.

— Não, o quê, senhorita Van der Beek? — O Sr. Langford perguntou, a impaciência corava a pele sem vida dele.

— Não acho que seja uma boa ideia nós dois ficarmos no mesmo grupo.

"Que louca"  Uma garota cochichou.

Nicholas concordou com a cabeça.

— A senhorita está questionando minhas decisões como mentor? — Ele perguntou, e sua expressão me fez temer pela vida.

— Não... Senhor....?

— Então, por favor, sentem-se os dois e parem de atrapalhar minha aula — Ordenou, se voltando para o quadro — Darei as instruções do trabalho em nosso próximo encontro.

~

Psiu!

Algumas aulas depois e estávamos no final do dia, caminhando pelos corredores enquanto a luz alaranjada do pôr do sol escapava pelas janelas.

Psiu!!!

Ainda não conseguia acreditar que Nicholas Van Dusen estava estudando na mesma escola que eu.

Na mesma aula!

Aquilo era algum tipo de karma pelas vezes que eu dirigi o carro do meu pai sem carteira ou desperdicei comida, falei mal da roupa de alguém que passou por mim na rua, ou mergulhei a batata frita no sorvete?!

Psiu!!!!! Jade!

Quando escapei meu devaneio reparei que o "psiu" era para mim, e vinha do Nicholas escorado nos armários do corredor.

— O que você quer?! — Respondi em um sussurro raivoso — Assombração.

— Olha, eu sei que você não queria estar no mesmo grupo que eu, nem na mesma escola — Nicholas disse, com o mesmo tom que eu, então ajustou a gola de sua camiseta e adicionou suave — Mas já que estamos... Acho melhor a gente estabelecer algumas regras de convivência.

— Não vai ter nenhuma "regra de convivência" porque não vai ter convivência. Eu vou fazer esse trabalho sozinha, colocar seu nome por educação e você só vai assinar o trabalho, entendeu?

Esquentadinha — Ele disse, tendo a audácia de cutucar a ponta do meu nariz com o dedo — Eu quero fazer o trabalho também, primeiro porque eu preciso dessa recomendação, e segundo porque duvido que você vai colocar meu nome.

— Claro que eu vou. Eu não jogo baixo igual você!

— Você jogou bem baixo dois dias atrás, com esses
seus olhinhos verdes.

Dei um tabefe no ombro dele.

— Aí! Tá! Olha, que tal cada um de nós fazer uma parte do trabalho? Você só me manda a sua parte, e eu te mando a minha, e aí a gente entrega o trabalho, ganha a nota, e você nunca mais vai precisar olhar na minha cara. Que tal? — Nicholas tentou.

Eu hesitei antes de responder um:

— Tá, mas eu vou corrigir a sua parte.

Desejos e DesavençasOnde histórias criam vida. Descubra agora