Capitulo 9: O Campeonato de Polo

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— Ah! Essa é a melhor, essa é do meu tempo de jovem!

Meu pai disse, aumentando o som de alguma música pop dos anos 70 que eu fiquei com preguiça de perguntar o nome.

Eu e Mickey, no banco de trás do Rolls Royce, assistíamos a paisagem urbana de Nova Iorque ser deixada para trás enquanto as casas largas e a vegetação bem cuidada de Hamptons ia tomando frente.

— Eu conheci sua mãe mais ou menos na sua idade — Ele se virou para mim do banco do motorista — Eu pedi ela em namoro no baile da escola, com essa música. Eu tinha comprado três buquês para ela, uma da cor dos olhos dela, outro da cor do vestido que eu sabia que ela iria usar, e outro vermelho, a cor do amor — Lembrou, orgulhoso.

— Que lindo, Sr. Van der Beek! — Mickey disse, maravilhada.

— Conta a outra parte da história, pai.

— Hum... Ela não aceitou o pedido de namoro a princípio, e jogou um dos sapatos dela na minha cara por eu ter feito ela passar aquela vergonha.

Mickey soltou uma risada alta.

— Já sei de quem a Jade puxou o jeitinho bravo!

O quê? Eu não sou brava — Me defendi.

— Jade, você fez a escola inteira ver o Nick pelado para se vingar dele só por ele ter pego uma câmera para um trabalho aonde vocês dois são uma dupla! — Mickey contrapôs.

— E ainda pegou duas semanas de detenção. Eu e sua mãe ficamos muito decepcionados, Joinha — Meu pai disse, me chamando pelo apelido.

— Pai, você ficou rindo por meia hora quando eu te contei da detenção e agora vem me falar que ficou decepcionado?

— Sua mãe me deu a maior bronca por ter achado engraçado... — Ele lembrou — Mas que foi, foi — E então caiu na gargalhada de novo.

Mickey riu também, antes que meu pai voltasse a contar a história sobre como finalmente conquistou a minha mãe até chegarmos no campo de Hamptons.

Trimestralmente, nos meses de Abril, Agosto e Novembro, acontecia o segundo evento mais aguardado entre as famílias Winston, Van Dusen, Charmicael, Van der Beek, Rockefeller e Price:

O Campeonato Amplo de Polo Exclusivo Trimestral Atlético.

Também conhecido como CAPETA.

Normalmente eu e Mickey achamos a competição toda um tédio, mas no mês de Agosto, em específico, eu tinha sido escolhida pela organização do campeonato para entregar a taça ao time campeão e fazer um discurso em prol da ONG para qual os fundos do evento iriam ser direcionadas.

Então até que eu estava entusiasmada.

Tanto que tinha virado a noite escrevendo meu discurso. Foram umas quatro horas de pesquisa e correção autográfica para eu finalmente considera-ló digno.

Além do mais, era como Theo gostava de dizer:

Um dia vendo homens bonitos montar a cavalo nunca era um dia perdido.

A propósito...

— Mickey, por que será que o Theo não quis vir?

Perguntei, assim que cravei as botas de montaria Chanel no gramado onde a competição aconteceria, embora não estivesse planejando montar em nada naquela tarde.

Desejos e DesavençasOnde histórias criam vida. Descubra agora