Capitulo 6: Jantar Maleficente

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Theo se inclinou sob a minha penteadeira e passou uma leve camada de gloss nos lábios carnudos.

— Ficou lindo em você — Eu disse, abotoando uma de minhas sandálias.

— O que não fica lindo em mim, Ja?

— De fato, nada. Agora dá um espaço — Eu me sentei ao lado dele para passar rímel.

— E aí. Joga na roda — Theo se virou para mim, faceiro — O que achou dos Van Dusen estarem na nossa escola?

— O que você acha que eu achei? Péssimo.

Ah é? Por que escutei de uma fonte confiável que você e o Nicholas estavam cheio de risadinhas no corredor.

— Que fontes!? Claro que não! Nós só estávamos conversando sobre o trabalho que eu vou ser forçado a fazer com ele. Nada demais.

— A fonte foi aquela fofoqueira da Cristina Spencer, e a confirmação foi a carinha de cachorro abandonado do Chad na saída.

— Essa maldita dessa Cristina é onipresente, mas não, nós só estávamos conversando sobre o trabalho.

— Que desperdício, ele era meio desengonçado criança mas ele voltou um pecado — Theo disse, roubando o rímel da minha mão e passando nos próprios cílios, que eram mais compridos que os meus.

— Não sei da onde você tirou isso, para mim ele continua desengonçado — Menti feio.

— Eu sei, eu sei. Só estou falando que talvez aquele abdômen possa finalmente colocar a diferença boba entre a sua família e a dele de lado.

Ri de escárnio.

— A diferença não é boba, é uma questão de dívida histórica. Além do mais, o que aconteceu com querer que eu case com o Chad?

— E morra de tédio? Amiga, eu quero mais para você! Agora mudando de assunto, aquele primo dele Tank. Ele me deu uma olhada tão esquisita no corredor que bagunçou meu campo energético.

— Sério? Que tipo de olhar?

— Não sei imitar, mas foi estranho. A Mickey achou ele um gato.

Que?! — Eu questionei, chocada, antes que nós dois caíssemos em uma gargalhada que durou o fim da nossa arrumação toda até o jantar beneficente.

~

O tal jantar beneficente aconteceu na cobertura do prédio comercial dos Winston, a família da Mickey. Haviam mais de trezentos convidados, incluindo a família Rockefeller, Carmichael, Van der Beek e os Van Dusen.

Dessa vez, o jantar era em prol de alguma ONG animal, o que exigiu das damas da sociedade fingir que não usavam casacos de pelo nem botas de couro de crocodilo, já que até alguns embaixadores do PETA tinham sido convidados para palestrar.

No centro da sala redonda e elegante, uma mesa servia de apoio para uma torta de chocolate de três andares, decorada com os maiores morangos que já vi na vida.

Mickey foi quem recepcionou a minha família e a do Theo, com um deles na mão.

— Boa noite Sr. Van de Beek! Sra. Van der Beek, você está tão linda! — Mickey disse beijando os meus pais e depois os de Theo no rosto.

Depois dos devidos cumprimentos ela puxou nós dois pelo braço até um canto isolado do salão, perto das janelas com vista para a quinta avenida.

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