A Estrangeira

Capítulo 11

Apesar da profunda escuridão que envolve meu quarto, não consigo cair no sono. Novamente os sons que vem da casa ao lado não me deixam dormir. Mas o que realmente me inco­moda é a maneira como ela saiu daqui. Acho que essa é a verdadeira razão da minha insônia.

Vou parar de pensar nisso e tentar relaxar. Fecho os olhos, e quando finalmente o sono está chegando eu sinto uma pre­sença no quarto. Alguém sobe na cama e vem por cima de mim. Sinto uma mão acariciar meu rosto suavemente e uma respiração se aproximando. Lábios macios tocam nos meus.

Envolvo-a com os meus braços. Ela desliza beijando e chu­pando meu pescoço. Abro os olhos devagar. É ela quem está aqui. Não dá para acreditar no que está acontecendo. O que a fez esquecer o que aconteceu tão rápido? Isso não importa agora. Estou adorando este momento. Tudo é tão excitante. Seu cheiro, sua pele.

Ela levanta-se e, sentada sobre mim tira a sua blusa. Eu tam­bém me levanto e sem conseguir conter o desejo de tê-la sem nenhuma culpa, agarro seu corpo. Ela cabe perfeita­mente em meus braços.

Abro seu sutiã. Uma das alças cai e beijo seu ombro subindo até o pescoço. Deslizo as mãos sobre suas costas completa­mente nuas. Estão quentes. Cada vez mais quentes. Parece que posso sentir a fênix queimando, ganhando vida e sal­tando de seu corpo. Ela geme enquanto beijo seu pescoço.

Noto que ao nosso redor parece não haver mais nada, só uma escuridão infinita.

Quando me dou conta, a fênix está diante de mim, por trás dela, grande, flamejante. Um fogo cresce em volta de nós sobre a cama. É assustador. Tento parar com o que estamos fazendo. Mas ela não me libera. Há fogo em seus olhos e ela sorri de maneira macabra.

As chamas crescem. Sinto meu corpo queimar. A fênix flame­jante se aproxima rápido de mim a fim de me devorar. Não resisto ao medo e grito.

-Nãããooo!- desperto na minha cama, assustado. Meu quarto está muito escuro e a noite silenciosa. Olho no relógio ao lado. São 4 horas. Parece que a festa já acabou.