Be My Eyes - Malec

19 - Apaixonando

Nota da autora: Esqueci de postar ontem, então hoje terão 4 capitulos!

Alec ainda tinha dificuldades em acreditar que aquilo estava acontecendo mesmo, mas queria aproveitar ao máximo.

O problema é que esse máximo era tão limitado que doía no corpo e na alma.

Ele estava feliz por poder tocar em Magnus como quisesse, mas não tinha como evitar a decepção em não poder responder da mesma forma quando ele disse "Você é tão lindo"

Alec sabia que Magnus era muito mais do que lindo da maneira que realmente importava, por dentro, mas machucava seu coração não poder aprecia-lo com os olhos.

O que Alec mais queria na vida era conhecer seu sorriso e sonhar com ele depois.

Queria comparar seu tom de pele com um belo dia de verão.

Queria assisti-lo jogando o esporte que mais amava.

Queria decorar suas expressões em cada momento de seus dias.

E queria principalmente vê-lo bagunçado e sexy durante os beijos que trocavam.

Queria ter certeza de que o afetava tanto quanto era afetado, mas sabia que era impossível, e mesmo assim soltou um suspiro diante da janela depois que ele foi embora e implorou.

- Por favor Senhor, me deixe enxerga-lo pelo menos uma vez.

Foi uma infecção pouco conhecida que tirou sua visão do nada, mas obviamente isso não se reverteria do nada também.

Obviamente Deus ou qualquer entidade divina que existisse lá em cima não olharia pra ele e devolveria o que foi lhe tirado.

Milagres assim não existiam, e Alec passou 3 anos convencido disso, de que não era merecedor de um mundo colorido, mas aí Magnus surgiu e despertou esse desejo já enterrado.

Só que agora Alec não precisava ver o mundo inteiro, precisava apenas ver Magnus e apenas por um instante.

*Desista antes que seja tarde*

*Você não pode ter o que quer*

*Ele vai se cansar logo de você e dessa sua bolha sem graça*

*Você não pode ter um encontro normal com ele*

*Você nunca saberá como ele é*

Aquelas vozes em sua cabeça tinham sossegado nas últimas semanas, mas parece que resolveram acordar também, só para perturba-lo.

Alec se sentou no chão mesmo e abraçou as próprias pernas por incontáveis minutos.

Ele queria chorar porque sabia que aquelas vozes tinham razão, elas sempre tinham e já haviam lhe alertado sobre Jace anos atrás.

Só que Magnus não era Jace.

Cada vez que se encontravam, por mais limitado que fosse, Magnus provava com gestos que era diferente, e só por isso Alec ignorou aquelas vozes que queriam suga-lo para o fundo do poço de novo.

Sua cabeça chegou a doer com o furacão de pensamentos, e mesmo que seu relógio apitasse de hora em hora, ele só percebeu que eram dez da noite quando Izzy bateu na porta.

- Maninho, posso entrar? Você está acordado?

Alec levantou do chão e tateou a cama, se jogando debaixo das cobertas prestes a fingir que estava dormindo, mas talvez precisasse tanto do abraço da irmã que quando percebeu já estava lhe chamando.