Be My Eyes - Malec

34 - O carrossel

 "Valeu a pena"

Era exatamente isso que Magnus estava pensando enquanto observava sua mão entrelaçada na mão de Alec à caminho da casa dele.

Mesmo que tentasse, definitivamente não poderia descrever com palavras o quanto estava feliz por ter se casado naquela noite com o amor da sua existência, e também não poderia descrever o quanto sentiu falta do calorzinho dele, do seu cheiro agridoce, ou de simplesmente olhar pra ele.

Alec era muito fascinante por dentro, mas por fora chegava a ser surreal.

Seu rosto.

Seu corpo.

Tudo era perfeito, e Magnus perdeu o pouco de controle que estava tentando ter quando Alec ergueu a cabeça e sorriu antes de dar uma mordidinha no próprio lábio rosado.

Talvez soubesse que estava sendo observado minuciosamente, ou talvez aquela saudade física estivesse sendo compartilhada entre ambos, mas foi bem de repente que a boca de Magnus se chocou na de Alec e foi como se tudo tivesse um novo e melhor sentido.

Começou lento e suave, mas então o beijo ganhou força e ansiedade.

A mão de Alec deslizou pelos cabelos do asiático, puxando alguns fios com firmeza, e Magnus estava pronto para puxá-lo pro seu colo, mas antes de ter a chance de sequer soltar um gemido eles foram lançados de volta à realidade.

- Hum... com licença? Será que podemos respeitar as irmãs no banco da frente, sim? - Isabelle disse com uma tossida exagerada que fez Magnus e Alec rirem contra a boca um do outro.

- O filho de vocês também está aqui, seus pervertidos. - Camille completou tapando os olhinhos já fechados de Spot no seu colo e Magnus começou a observar os dois lados fora da janela.

- Izzy, você vai ter que parar o carro então. - Ele murmurou com um sorrisinho, e seus olhos estavam fixos em algo que avistou à distância.

- Magnus, querido. Estamos no meio do nada às 4 horas da manhã. Você tá maluco se acha que Camille e eu vamos ficar esperando enquanto vocês dois transam numa moita por aí.

- Meu Deus, Isabelle!!! - Alec quase se engasgou com o próprio choque, mas Magnus o apertou contra seu corpo antes de encarar a cunhada.

- Não vai ser numa moita, Izzy. Meu marido merece muito mais que isso.

- Vai ser a onde então? Não to vendo nenhum motel por aqui.

- Podemos improvisar ué. Naquele parque.

Alec ficou paralisado, ainda perdido na sensação de ouvir seu marido o chamando de marido enquanto Camille e Isabelle seguiam com o olhar para onde o asiático estava apontando.

- Magnus.... Aquilo é um parque de diversões fechado. - Izzy anunciou como se ele fosse um louco que escapou do hospício.

- E daí?

- E daí que está fechado e vocês não podem entrar lá pra transar. É onde crianças brincam.

- Izzy, eu entendo suas preocupações, mas vamos pensar um pouco. Existem casais héteros que transam no meio de parques quando ele está aberto e cheio de crianças, e isso sim é um absurdo sem tamanho que ninguém recrimina justamente por ser um casal hétero. Eu jamais faria uma coisa dessas, e sei que as crianças brincam aqui, mas não tem nenhuma agora e nem vai ter por um bom tempo.

- Ok, até que é um bom argumento... mas ainda acho uma loucura. Tá tudo escuro e esse parque pode ser mal assombrado.

- Isso é uma aventura perfeita pros dois, baby. - Camille disse com um sorrisinho entretido pra namorada. - Você não tem com o que se preocupar. Até eu to achando isso meio excitante.