26 - Ele não sabe mentir

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A segunda-feira chegou e com ela um grande jogo.

As aulas haviam sido interrompidas no meio da tarde para que todos pudessem se preparar, mesmo que o evento principal só fosse acontecer à noite.

O ginásio do NY Institute estava mais uma vez ganhando vida naquele dia, e a dedicação vinha de todos os lados, seja na decoração do ambiente ou no companheirismo dos torcedores.

Uma explosão de azul e amarelo que encantava e incentivava a empolgação de todos.

Aos pouquinhos as arquibancadas foram recebendo aglomerados de estudantes, alguns pais e comitê da escola.

Muitos deles comentando orgulhosos sobre as camisetas emolduradas e penduradas nas paredes, homenageando os melhores jogadores de basquete do NY Institute.

Havia quatro camisetas de jogadores que se destacaram em décadas passadas, e mais duas com os nomes Blackthorn nº 14 e Bane nº 23.

Tanto Mark quanto Magnus eram as estrelas daquele ano, e o locutor que narrava os acontecimentos daquela noite prometia justamente isso.

Duas estrelas brilhando até o campeonato anual e chutando a bunda do time adversário.

Às 19h em ponto o diretor da escola se posicionou no meio da quadra e deu início à uma noite memorável.

Poucos minutos depois as líderes de torcida entraram e fizeram uma performance digna de um prêmio.

Todas eram lindas, graciosas, e conseguiam animar até o mais rabugento dos pais.

Ao fim da performance o público explodiu em gritos e aplausos, e logo em seguida chegou o Mascote do time dando uma divertida sequência na animação.

Às 19h30 os jogadores começaram a entrar na quadra, um por um, correndo e quicando uma bola como aquecimento.

As líderes deveriam torcer e focar em todos os jogadores do time, mas os olhos de Isabelle foram parar imediatamente em Magnus, e seu peito se apertou no mesmo segundo.

Como sempre ele estava poderoso e imponente.

Um Deus do basquete pronto para qualquer coisa.

Nem Mark, que era o maior destaque do time conseguia superá-lo naquela noite, mas Izzy percebeu alguma coisa no olhar de Magnus que era no mínimo preocupante.

Ela não saberia dizer exatamente o que era, mas ao olhar para Camille percebeu que ela via a mesma coisa, e percebeu que só quem o conhecia realmente podia notar que alguma coisa estava errada.

- Magnus! - Izzy chamou discretamente quando o cunhado parou à uma curta distância e ficou jogando a bola para os companheiros. Ela ainda balançava os pompons e forçava um sorriso para o restante dos torcedores, mas não disfarçaria sua preocupação com ele. - Você está bem?

De início Isabelle pensou que ele não tivesse escutado devido aos gritos e aplausos que ecoavam sem parar pelo ginásio, mas logo Magnus virou em sua direção.

Ela ficou esperando um simples "sim", ou mais provavelmente um "não", mas Magnus apenas sorriu e lhe lançou uma piscadinha.

Depois que ele se afastou, Izzy buscou o olhar de Camille mais uma vez e a viu murmurando palavras silenciosas, mas conseguiu entender perfeitamente o "Ele não sabe mentir", por isso não respondeu nada.

Com um suspiro Isabelle voltou a balançar os pompons e pular diante dos torcedores, mas internamente estava rezando para que Magnus estivesse bem e fosse apenas o cansaço que ele alegava nos últimos dias.

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora