32 - Me perdoem

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"você me abraçou e sussurrou que enquanto existíssemos você jamais me abandonaria.

De novo eu acreditei em você.

Acreditei com todo o meu coração e minha alma, mas mesmo que você mude de ideia sobre nós ou alguma coisa inevitável nos separe... eu prometo que entenderei, mas ainda sim continuarei esperando por você.

Sempre e pra sempre."


Magnus leu de novo aquela carta como fazia todas as manhãs.

Eram palavras tão doces que seu precioso anjinho se esforçou tanto para escrever, e esse mesmo anjinho pareceu entender bem que aquela despedida não foi um adeus, mas Magnus não teve tanta sorte.

Já faziam exatos 63 dias que tinha ido embora, e em cada um desses dias a saudade parecia uma facada no coração, mas ele continuava ali, firme e forte porque sabia que Alec estava bem em Nova York, estudando e passando muito tempo com seus novos amigos.

Se tivesse que definir em uma palavra o que sentia por seu namorado com certeza seria "orgulho" porque a cada novo dia Alec se tornava mais ativo e mais dependente, provando pra si mesmo e para outros que a deficiência visual não bloquearia mais sua vida.

Com um suspiro Magnus acariciou uma foto dos dois juntos, sorrindo um para o outro, e a guardou com cuidado junto com a carta depois que a mãe lhe chamou para tomar café.

Sua rotina era praticamente a mesma desde que chegou ali, e ele adorava.

Sabia bem que ainda não era a faculdade dos seus sonhos, mas a preparação naquela escola da Carolina do Norte também era um sonho.

- Dormiu bem, querido? - A mãe perguntou cautelosamente durante o café, como sempre fazia.

Assim como seu pai, ela parecia estar se dando muito bem no novo emprego que arrumou na cidade, e não tinha como reclamarem daquela nova vida que estavam levando.

Agora eles podiam se esbaldar com certas luxúrias, coisas impossíveis até pouco tempo atrás porque viviam de aluguel, mas mesmo com uma casa própria num bairro da alta sociedade, os 3 mantinham sua personalidade humilde e batalhadora.

- Dormi sim, mãe. - Magnus finalmente respondeu depois de mordiscar uma torrada. - Demorei um pouco mas consegui relaxar.

- Que bom porque não queremos que você desmaie de novo na quadra. - O pai murmurou enquanto fechava o jornal sobre a mesa e o encarava de um jeito intimidador.

- Foi só uma vez, pai. E hoje é o primeiro jogo oficial da temporada. Eu me esforcei muito nesses dois meses e agora preciso provar que mereço esse posto de Capitão do time.

- Você já provou que merece quando competiu contra aquele menino durante a seleção. Por isso você ganhou o posto. - A mãe disse com um sorrisinho orgulhoso, mas Magnus acabou suspirando.

- Eu não sei. O Henry é muito bom e pode se destacar no jogo de hoje. Eu posso até ter ganhado o posto na seleção, mas não é permanente.

- Por que você tem tanta dificuldade em aceitar o seu talento, meu filho? - Jack murmurou. - Talvez Mark tenha se destacado um pouco mais lá em Nova York, mas agora é a sua vez. Aqui você é a estrela como sempre sonhou em ser, então aproveite. Sua mãe e eu estaremos em todos os jogos possíveis pra te apoiar.

Magnus não saberia colocar em palavras o quanto era grato por ter pais tão incríveis quanto Charlotte e Jack Bane.

Os dois se sacrificaram a vida inteira para lhe dar o melhor, para que realizasse seus sonhos, e foi uma verdadeira benção pra família inteira quando seu pai recebeu aquela proposta de emprego, justamente na cidade que Magnus queria estudar.

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora