37 - Trace

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Na semana seguinte, Magnus passou todas as manhãs procurando algum emprego de meio período porque, graças a sua maravilhosa sogra, voltou a estudar no NY Institute durante as tardes.

Era seu último ano do ensino médio e ele precisava de boas notas se quisesse entrar na Universidade Pública de Nova York.

Seu plano seguro era esse, mas ele esperava se dar bem o suficiente durante o campeonato de basquete para receber uma bolsa em alguma outra faculdade próxima.

Tanto a busca por emprego quanto pelo apartamento não estavam indo muito bem, mas Magnus não iria desistir.

Atualmente ele estava hospedado na casa dos Belcourt, mas iria para um hotel se não arrumasse outro lugar nas próximas semanas.

Mesmo sendo tratado muito bem, quase como um filho por Kaitlyn e Ted, até mesmo pela própria Camille, sua irmã de coração, ele não gostava de atrapalhar a rotina de ninguém e por isso estava determinado em achar um lugarzinho só seu até que encontrasse o momento certo para convidar Alec pra morar com ele.

Seria perfeito.

Magnus sabia disso, sentia isso, mesmo que o universo parecesse estar contra agora.

- Nada ainda? - Alec perguntou enquanto terminava de remexer no cabelo até que tivesse a certeza de não estar parecido com o Beattle Juice.

- Não! - Magnus admitiu com um suspiro, jogado na cama do marido até que se levantou e o ajudou com uma mechinha rebelde que caía em seu olho. - Até consigo fazer alguns bicos como tinha feito há um tempo atrás, mas não é isso que eu quero. Preciso de um emprego fixo, mesmo que seja só meio período antes de te convidar pra morar comigo no apartamento que eu nem tenho. Achei que ser emancipado ajudaria, mas sem comprovação de renda fica impossível.

- Já que você não vai pra faculdade dos sonhos então porque não usa o dinheiro e dá uma entrada num apartamento? Tenho certeza de que isso é comprovação suficiente pras imobiliárias.

- Você sabe pra que eu to guardando esse dinheiro, Alexander. E de qualquer maneira eu vou precisar de um emprego pra continuar pagando todas as despesas que teremos. Não quero que o meu maridinho lindo passe necessidades. Sua mãe nos contou como foi difícil quando ela e seu pai casaram e eu fiquei com medo de não conseguir te dar o melhor.

- Magnus. - Alec sussurrou e o envolveu com os braços, apoiando sua testa na dele e soltando um pequeno suspiro. - Eu moraria com você até numa casinha feita de palha e tenho certeza de que seria feliz, mas eu quero te ajudar com essas despesas, só não sei como. Se até você não consegue um emprego então imagina eu. O que um cego poderia fazer?

- Muitas coisas, Alexander. Deficiência não significa incapacidade. E eu já falei que posso te ajudar com o que quiser, é só você me dizer o que quer.

- Eu ainda não sei o que eu quero, Magnus. Voltar a enxergar ou ter a tecnologia pra me adaptar melhor com essa deficiência... talvez a resposta fosse óbvia pra muita gente, mas eu não sei. Tem alguma coisa me impedindo de tomar essa decisão e não quero me arrepender depois. Não quero que você se arrependa.

- A última coisa que quero é te pressionar, amor. Mas que tal fazermos uma coisa? Que tal se a gente viajar no próximo fim de semana? Tirar um tempinho só pra nós como uma lua de mel? Relaxamos, nos amamos muito, e quando voltarmos decidimos que rumo nossa vida vai seguir. O que acha?

Alec pensou um pouco, com seus lábios formando um biquinho adorável até que falou.

- Pra onde vamos?

- Pra onde você quiser! - Magnus respondeu, e falou sério.

Se Alec quisesse ir pra Europa, China, Caribe, Havaí, até mesmo pra Lua, Magnus daria um jeito de levá-lo.

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora