23 - Completo

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- Eu tenho que confessar uma coisa. - Magnus disse baixinho e Alec se forçou a parar de beija-lo para escuta-lo. - Lembra da primeira vez que sentamos na sua janela e você me pediu para descrever as nuvens?

- É claro.

- Bem... eu disse que tinha visto uma nuvem em forma de coração, mas a verdade é que eu não estava mais olhando pro céu.

- Estava olhando pra mim? - Alec arriscou calmamente, mas seus batimentos cardíacos massacravam as costelas só de imaginar aquela possibilidade.

Magnus não respondeu de imediato, mas Alec soube que era verdade, soube naquele beijo que estava recebendo agora e em todos os anteriores que Magnus o amava desde que viu o coração mencionado, provavelmente até antes disso, já que ambos acreditavam em almas gêmeas reencarnadas.

- Sim! - Ele finalmente disse. - Eu estava olhando pra você. Só pra você.

Alec lhe lançou um sorriso doce, envergonhado, e ao mesmo tempo tão satisfeito que Magnus simplesmente o abraçou como se fosse uma promessa.

A promessa de um para sempre.


Alec ainda podia sentir seu coração leve e feliz, exatamente como sentiu naquela manhã quando Magnus confessou aquilo, e sua própria confissão pareceu deixa-lo do mesmo jeito.

Mesmo que fosse apenas um borrão, Magnus riu, o beijou e o amou quando soube que seus olhos não demonstravam mais apenas um infinito negro como vinha sendo há muito tempo.

Essa felicidade tão verdadeira dele por algo tão simples, e quase inútil, foi só mais uma prova de que era certo o que Alec estava prestes a fazer.

- Maninho? - Uma voz ecoou e Alec percebeu com um pequeno susto que sua família já havia retornado do passeio.

Magnus tinha ido embora há meia hora atrás para lhe deixar mais a vontade quando conversasse com eles, mas o que Alec queria mesmo era continuar na segurança de seus braços.

- Ah! Oi! Eu não percebi que vocês já tinham chegado.

- Te chamamos três vezes, querido. - Maryse disse assim que entrou na cozinha onde Alec estava sentado e bebericando um copo de suco. - Está tudo bem?

Suas mãos tremiam levemente sobre o vidro, e se não fosse por Isabelle acariciando suas mãos, com certeza o seu corpo inteiro entraria em colapso também.

Por mais que não tivesse duvidas, ainda estava nervoso em dar esse passo tão grande.

- Está tudo bem sim, mãe. Na verdade eu gostaria de conversar com vocês sobre... uma coisa.

- Uma coisa? - A voz de Robert ecoou. - Bem... estamos ouvindo filhote.

Alec deu um sorrisinho involuntário com o apelido e então respirou fundo, se levantando do banco e segurando firmemente a mão da irmã.

- Durante o jantar é melhor. Tudo bem pra vocês? Eu quero contar uma coisa, mas também quero saber tudinho sobre o encontro com os Belcourt, só que primeiro eu preciso falar com o Izzy.

Houve apenas um segundo de silencio, mas assim que os pais concordaram, Izzy o puxou quase correndo pro segundo andar e os trancou no próprio quarto.

- Ai meu Deus! Você vai contar pra eles! - Ela deu um gritinho empolgado antes mesmo de Alec achar a cama dela para se sentar. - Eu não acredito nisso. Quer dizer... você tem certeza? Eu tinha esperança de que isso fosse acontecer em algum momento, mas não imaginei que fosse ser tão rápido. Acho que subestimei o poder de Magnus Bane. Ele realmente está trazendo o melhor de você e isso é...

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora