18 - Pelo menos uma vez

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Uma hora era o limite máximo de tempo que Magnus podia ficar com Alec nas quartas-feiras, e ainda extrapolava um pouco, mas graças a uma anjinha chamada Isabelle, isso havia mudado.

- Oi paizinho lindo do meu coração. - Ela cantarolou ao telefone durante o intervalo, e Magnus apenas sorriu ao lado dela, sem conter a empolgação. Aquilo tinha que dar certo. - Olha só, eu estava pensando umas coisas e acho que você não precisa mais vir me buscar na escola nas quartas-feiras porque o Magnus se ofereceu pra me levar. É o único dia que ele tem disponível depois da aula e a gente ia aproveitar pra estudar um pouco lá em casa, talvez ver uns filmes ou qualquer coisa. O que você acha?

De repente Izzy ficou em silêncio, inexpressiva enquanto escutava com atenção a resposta do pai e Magnus quase teve uma crise de tremedeira.

Dois dias atrás, quando ele revelou com todas as letras para si mesmo e para Isabelle que estava completamente apaixonado por Alec, ela ficou alguns minutos pensativa até que decidiu ajuda-los a ficarem juntos o máximo que pudessem, mas o tempo era bem limitado de qualquer maneira.

Magnus só podia vê-lo duas vezes por semana, e o pior de tudo é que só tinha mais dois anos em Nova York antes de se mudar para quase 850 km de distancia.

Seu coração já apertava só de imaginar isso, mas ele não estragaria tudo com esses pensamentos deprimentes, e Isabelle aparentemente também não porque conseguiu ser bem convincente falando com o pai sobre levar Magnus pra sua casa.

- Você é o melhor paizinho. Até mais tarde!

A ligação foi encerrada, e por mais que parecesse óbvio que estava tudo certo, Magnus ainda ficou esperando o ok final sem nem respirar.

- Sério que você tinha alguma dúvida, Magnus? - Izzy perguntou com uma risadinha melodiosa. - Meus pais te adoram e vivem perguntando quando você vai aparecer por lá.

- Minha única dúvida no momento é qual boa ação eu fiz em prol da humanidade para ter uma amiga tão maravilhosa e compreensiva quanto você.

Izzy parecia querer responder alguma coisa, mas no fim apenas sorriu lindamente e disse que o encontraria no estacionamento depois da aula.

Magnus passou o resto daquela tarde numa mistura de empolgação e nervosismo.

Empolgação porque poderia ficar com Alec por quase quatro horas ao invés de uma, e nervosismo porque as coisas estavam diferentes agora que deram seu primeiro, segundo, terceiro e infinitos beijos.

Antes os dois apenas conversavam baixinho ou escutavam música deitados na cama, mas agora a cama não parecia ter o mesmo propósito.

- Magnus! - Um grito ecoou e ele se sobressaltou de susto.

- Ai Camille. Credo! Quer me matar do coração?

- Quem vai te matar é o treinador e vai ser a pauladas mesmo. Você tá aí todo bobo sonhando acordo e agora já tá atrasado pro treino.

Magnus olhou pro relógio no pulso e xingou alto.

Já tinha tomado advertência por ter faltado ao treino dois dias antes e teve que dar 40 voltas no ginásio, e se faltasse de novo ele nem queria saber o que poderia acontecer.

Mark, Kieran e Sebastian já estavam do outro lado do pátio rumo ao ginásio, e Magnus deu um rápido beijo na testa de Camille antes de pegar sua mochila e correr atrás dos amigos.

Ele tinha vencido uma aposta e poderia comandar o time por uma semana, algo que sempre quis fazer, mas suas atitudes atuais e a mente sempre longe só provavam que ele não era digno, que Mark merecia aquele posto de Capitão e era a melhor e única escolha para ganhar uma bolsa de estudos na faculdade que quisesse.

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora