Estava frio naquela quinta-feira, mas Alec nunca se sentiu tão quentinho e tão em paz quanto naquele momento.
Ele nem saberia dizer se era de manhã ou de tarde, mas não importava porque se dependesse dele, nunca mais sairia daquela cama, assim como nunca se cansaria de ser acordado daquele jeito.
Primeiro Alec sentiu um arrepio entre a curva do pescoço e o ombro, quase como se estivesse sendo acariciado por uma pena, mas conforme despertava lentamente ele foi percebendo que aquele arrepio foi causado por beijos.
Os beijos de Magnus.
- Bom dia minha vida. - O asiático sussurrou, e com um sorrisinho travesso Alec virou de frente para se aconchegar melhor naquele abraço. - Dormiu bem?
- Melhor impossível. Mas sabe... eu tive um sonho meio estranho.
- É mesmo? E o que você sonhou?
- Eu sonhei que o meu namorado super maravilhoso tinha invadido meu quarto no meio da madrugada e me levado num cartório pra casarmos.
- Uau! Isso é mesmo muito estranho porque eu tive exatamente o mesmo sonho, Alec.
E de repente os dois estavam rindo enquanto entrelaçavam suas mãos, tocando na pequena pedrinha no topo de suas alianças.
- Meu Deus, Magnus. Estamos mesmo casados.
Sua voz soou tão feliz que por um instante Magnus pensou que seu coração tivesse virado gelatina.
- Estamos mesmo casados. - Ele repetiu tão feliz quanto Alec, e imediatamente começou a cobri-lo com beijinhos pelo rosto.
- E invadimos um parque pra transar num carrossel. Provavelmente iremos pro inferno por causa disso.
- Talvez! Mas pelo menos estaremos juntos.
Alec sorriu e se aproximou um pouco mais do seu marido para abraçá-lo, cobrindo-o quase completamente com seu corpo e escondendo o rosto na curva de seu pescoço.
Queria tanto beijá-lo mais profundamente e se livrar daquele pijama que nem lembrava quando colocou, mas ainda nem tinha escovado os dentes, e também ainda estava lidando com a melhor loucura que cometeu na vida.
- Magnus, como é que eu vou contar isso pros meus pais? Eu não faço ideia de como eles vão reagir.
- Eu estarei ao seu lado quando resolver contar, Alexander. Mas talvez devêssemos esperar mais um pouco. Nós fomos meio imprudentes e a última coisa que eu quero é que vocês três briguem.
- Você contou pros seus pais? - Alec quis saber, mas como nenhuma resposta veio por longos minutos ele estranhou. - Magnus... eles sabem que você está aqui?
Nada.
O silêncio continuou por tanto tempo que Alec não soube mais o que pensar, e o pior é que nem podia ver sua expressão, mas aí que ele lembrou que os dois precisavam conversar sobre o real motivo de Magnus estar ali e não na Carolina do Norte, quanto tempo ele ficaria, e agora podia adicionar o fato dele ter ficado naquele silêncio esquisito quando seus pais foram mencionados.
- Magnus... você sabe que temos muito o que conversar, não é?
- Eu sei amor, mas depois, ok? Eu preciso te alimentar primeiro. Já passa do meio dia.
Alec tentou argumentar mais uma vez, mas antes que tivesse a chance uma batida ecoou na porta.
- Bom dia pombinhos. Vocês estão decentes? - Isabelle cantarolou com uma voz um tanto maliciosa, e Magnus não pensou duas vezes antes de se levantar e deixá-la entrar junto com um Spot bem agitado pulando na cama.
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Be My Eyes - Malec
FanfictionDominado pelo medo e a decepção, a vida de Alec Lightwood muda completamente quando Magnus Bane entra em sua porta por engano, mas determinado em tirar a venda de seus olhos e provar que o mundo não é só escuridão.