Rivals and Lovers

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Any Gabrielly
Now United High School
01:57

Eu mal conseguia ouvir os passos de Noah ao meu lado enquanto caminhamos até o escritório do diretor, nós dois procuramos ficar na sombra para o caso de alguém aparecer. Até agora não achamos ninguém, o que me deixa meio surpresa porque eu esperava pelo menos um segurança na entrada, mas não tem nada e nem ninguém aqui essa hora.

– Cachinhos, você vai entrar comigo? – Ele pergunta confuso quando eu atravesso a porta do escritório.

– Por que eu não iria? – Sussurro enquanto abro cada uma das gavetas.

– E se alguém te pegar aqui? – Ele sussurra de volta e procura na estante de livros gigante pelos arquivos

– Então nós dois iremos correr esse risco

Sinto seus olhos cor de esmeralda virados para mim e não o encaro de volta, só preciso dos papéis e vou sair daqui. Passamos um bom tempo procurando e eu só acho cópias de comunicados e fichas dos alunos do primeiro ano, mas nada do terceiro ou segundo. Vejo uma gaveta pintada de vermelho escondida atrás do balcão e me ajoelho para conseguir abrir, quando meus dedos encostam na tinta um alarme estridente soa por toda a escola.

Cacete, fudeu.

Fico desesperada e apenas me levanto correndo para fora da sala sem ligar para Noah, ou para os papéis ou para qualquer merda que eu estivesse pensando a segundos atrás, a única coisa que eu preciso fazer agora é correr e pular aquele maldito muro rápido e voltar para o carro, mas meu plano não é concretizado pois eu sou puxada bruscamente e sinto uma mão cobrindo a minha boca. Abro os olhos lentamente e com receio, me preparando psicologicamente para ser presa e passar o resto da minha vida na cadeia. Em vez de me deparar com um homem de uniforme policial com uma arma apontada na minha cabeça quando abro totalmente meus olhos, eu vejo olhos verdes brilhando em minha direção.

– Noah? – Seus braços apoiados na parede atrás de mim são a única coisa que impede das nossas bocas encostarem, mas eu não deveria pensar nisso enquanto eu estou prestes a ser presa.

– Calada, cachinhos – Ele sussura com os olhos verdes vidrados em mim e então eu entendo o motivo de eu ter que ficar calada, escuto passos fortes e vejo luzes de lanternas no corredor ao nosso lado. Policiais.

Meu coração bate tão forte e rápido que Noah deve estar sentindo – Afinal, seu peito está colado no meu. Ignoro seus olhos verdes ainda me observando e olho ao meu redor para indentificar aonde estamos. O ambiente escuro só me proporciona a visão de uma vassoura e duas estantes uma a cada lado, me fazendo perceber que eu estou entre elas junto com Noah, provavelmente estou na sala que se guardam os materiais de limpeza.

Quando os passos fortes parecem chegar mais perto de mim eu fico sem fôlego e em pânico fechando os olhos com força. Noah tira uma das mãos apoiadas na parede e a coloca no meu braço em uma carícia estranhamente tranquilizadora.

Então, eu abro os olhos.

Talvez essa tenha sido a pior escolha da minha vida, talvez se eu não tivesse abrido os olhos as coisas poderiam ser diferentes.

Mas eu abri, e tenho que lidar com as consequências disso.

Me deparo com Noah ofegante e seus olhos verdes não estão olhando fixamente para os meus olhos, e sim para minha boca. Prendo a respiração e sinto uma vontade imensa de beija-lo e simplesmente ignorar os policiais que estão ao nosso lado. Só beija-lo como se a minha vida dependesse disso.

Então eu desviei o olhar e voltei ao normal. Voltei a ser Any Gabrielly. E Any Gabrielly não sente vontade de beijar Noah Urrea. Não, ela não sente.

Quando os passos não podiam mais ser ouvidos e o único ruído existente no lugar era a nossa respiração ofegante, Noah se afastou. O ambiente ficou estranhamente frio pela falta de contato humano, ou talvez seja pelo meu suor gelado nas mãos.

– Eles já foram. – Ele se afastou e voltou a procurar os arquivos assim como eu, ele obviamente tinha mais chance de achar algo do que eu já que minhas mãos estavam tremendo e eu ainda tentava regular a minha respiração. Após passados 15 minutos Noah veio em minha direção e simplesmente parou em minha frente me colocando contra a prateleira dos livros de biologia e química – eu sinceramente não sei qual é a obsessão desse garoto por prateleiras.

– Você é indecifrável, Gabi – Ele sorri de canto e pega algum livro que está atrás de mim.

Franzo a testa e me pergunto por que ele iria precisar de um livro didático de química ou o que significa "indecifrável", talvez ele tenha dificuldade na matéria e quis aproveitar a oportunidade, mas o que ele quer dizer com "Você é indecifrável, Gabi" ? Ele percebeu que eu queria beijar ele há alguns minutos?

Mas qualquer teoria que habitava minha cabeca desaparece a partir do momento em que Noah me mostra o título do livro com um sorriso vitorioso no rosto.

"Documentações de estudantes segundo e terceiro ano"

O diretor tinha um mini livro com as nossas fichas, documentos, tipos sanguíneos e os nossos responsáveis. Por que ele fez isso? Bem, eu não faço a mínima ideia, mas querendo ou não essa pode ser a nossa salvação.

(...)

– Que droga! – Deixo os papéis de lado e resmungo frustada

– Dá pra se acalmar? – Fuzilo Noah com o olhar e cruzo os braços

– Não Urrea, não dá – Me deixo deitar no chão e solto um suspiro – Não tem absolutamente nada aqui.

– Me dá as mãos – Noah pede e eu dou minhas mãos para ele, então ele me puxa me deixando novamente sentada. Um ato que me deixou meio desconcertada, sentir as mãos dele nas minhas era um sensação boa, mas me deixava confusa – A gente vai achar algo, ok? É só você ter um pouquinho mais de paciência.

Murmuro um "ok" e volto a procurar. Nós estamos na casa de Noah agora, sentados no chão do quarto dele procurando a aluna que tenha algum responsável ou familiar com aquele nome que achamos. Eu nunca imaginei algum dia que eu estaria no quarto de Noah Urrea, com uma cama com o lençol azul escuro e algumas prateleiras que possuíam troféus que provavelmente ele ganhou em algum jogo de futebol por aí.

Revirei os papéis mais uma vez e novamente só encontrei nomes totalmente diferentes daquele que achamos. Nenhum responsável. Nada.

– Any, acho que tem algo errado –  Noah falou olhando para os seus papéis e eu ergui meus olhos rapidamente indo para perto dele.

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comentem por favor, isso me deixa muito feliz