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Any Gabrielly

Sinto cada músculo meu doer e solto um gemido de dor, hoje o treino foi super pesado e durou mais meia hora do que o planejado me deixando totalmente exausta e dolorida. Ando na direção do meu armário sem disposição alguma e pego meus livros, guardando a minha mochila dentro dele também.

- Any - Uma voz arrastada me chama e eu viro para olhar sem ânimo algum.

- Hina, oi - Passo as mãos pelos meus olhos para parecer mais disposta

- Shivani conversou com o diretor, e ele deixou nós não irmos a aula - Ela fala tímida e ofegante - O treino foi pesado hoje.

- Me desculpa, vou tentar maneirar na próxima vez - Respondo com os olhos quase fechando.

- Os jogos estão chegando então é compreensível - Hina suspira cansada - Vamos para a praça de alimentação? Todas as meninas estão lá.

Eu pensei em dizer que sim, mas me lembrei que tinha marcado com Noah no vestiário para montarmos um plano no intervalo, que por acaso seria daqui a 10 minutos.

- Tenho algumas coisas para fazer hoje, divirtam-se - Sorrio e ela assente indo embora.

Respiro fundo duas vezes e vou para o vestiário, ignorando a dor no corpo e passando pelo campo de futebol. Ao chegar lá como de costume coloco minha bolsa em cima dos armários e pego meu celular, sento no banco e fecho os olhos tentando relaxar mesmo que por alguns segundos.

- Gabi, você já está ai? - Era a voz de Noah.

- Estou - Sinto um cheiro de comida que me faz abrir os olhos imediatamente - Que cheiro é esse?

Eu estou realmente faminta, não iria nem pensar duas vezes se tivesse que matar Noah para comer seja lá o que ele estiver trazendo.

- Você está sempre com fome, então... - Ele chega ao meu banco e se senta ao meu lado junto com uma vasilha cheia de batatas fritas e duas sacolas.

- O que tem nas sacolas?

- Hambúrguer, e tem suco se você quiser - Ele diz retirando dois copos da sua mochila - Eu sei que você não gosta de refrigerante.

- Noah... - Eu o olho de boca aberta, seus olhos verdes estão cheios de espectativa - Eu quero muito te agradecer, mas eu estou morrendo de fome.

Sem esperar uma resposta eu pego uma das sacolas e tiro o hambúrguer de dentro, soltando um gemido de satisfação ao sentir aquela obra dos deuses na minha boca, tinha bastante queijo - que eu amava.

- Pelo visto você gostou, cachinhos - Noah diz segurando a risada.

- Eu estava morrendo de fome, o treino foi cansativo hoje - Falo quando acabo de mastigar

- Vamos pra outro lugar - Noah diz se levantando e me puxando junto.

- Pra onde a gente iria? - Digo chateada por ficar mais de dois seguntos longe do meu lanche, é realmente cruel ser separada do amor da sua vida.

- Eu sei um, vem cá - Ele me puxa pelo campo pegando a comida e colocando na mochila.

- Se algo acontecer com meu lanche eu te mato!

Noah e eu corremos por todo o campo já que o sinal iria tocar daqui a menos de dois minutos, no recreio os alunos podem sair da escola e voltam logo depois, mas algo me dizia que Noah não iria querer voltar, e talvez eu também não. Ao chegar no portão da escola nós escutamos o sinal tocar e fomos ainda mais rápido para o carro de Noah.

- Você não deveria ter corrido tão rápido, meu corpinho é de 17 anos mas minha coluna é de 76 - Ele diz ofegante e coloca a mão no coração em um gesto dramático.

- Não foi você que teve que aguentar a Shivani nos ombros durante mais de meia hora - Falo colocando meu pés para cima e dou uma mordida no meu hambúrguer, sorrindo ao lembrar que Noah se importou o suficiente para me trazer comida.

- Aproveite porque agora nós vamos relaxar - Ele sorri de lado e nos tira do estacionamento do colégio, felizmente agora ele dirige em uma velocidade mediada diferente do dia em que invadimos o colégio.

- Eu ficaria feliz se eu soubesse para onde estou indo - Tomo um gole do meu suco e olho pela janela, vendo a cidade ficar para trás.

- Espere até chegar lá - Ele responde e eu faço uma careta

- Eu realmente não quero ser sequestrada.

Recebo como resposta um sorriso e reviro os olhos. Estar ali com Noah fazia eu me sentir confortável e feliz, sem me preocupar com o que as pessoas diriam caso me vissem com ele, me sinto incrivelmente livre com o coração pulsando rápido e um sorriso no rosto. De repente, sinto meu corpo ser totalmente consumido por essa felicidade recém descoberta e ligo o rádio para cantar alto enquanto Noah me leva para um lugar desconhecido, antes isso me parecia preocupante, mas agora me parece mais com uma aventura.

- Você gosta desse tipo de música? - Noah pergunta ao me ouvir cantando Can't Take My Eyes Off You.

- Romântica? Com certeza - Mordo o lábio e continuo a cantar

- Você é boa. - Ele diz me olhando com seus olhos repletos de admiração, meu coração erra uma batida.

- Obrigada - Volto a cantoria e dessa vez Noah me acompanha, somos uma boa dupla, afinal.

Esse momento é tão íntimo que chega a ser estranho eu estar vivendo isso com o Noah, não costumo cantar para ninguém ou com ninguém, mas nao hesitei em fazer isso com Noah, meu rival. Não que isso importasse agora, estou tão confortável que não me importo mais com esse rótulos imbecis.

De qualquer jeito, ele me faz bem.

Cantamos todas as músicas seguintes até Noah estacionar o carro próximo a uma casa branca enorme com pilares e tudo que uma construção antiga tinha direito. Percebo um jardim na parte de trás da casa, onde tem um balanço relativamente grande e uma trilha de pedras rodeada por flores.

- Bem vinda, essa é a minha casa - Noah desce do carro e eu o acompanho com o queijo caído - É pra cá que eu venho quando preciso pensar em algumas coisas.

- Uau, Noah, é incrível - Digo abismada enquanto vou em direção ao jardim, que foi a parte que mais me encantou.

- Acho que isso vai nos ajudar a pensar melhor - Ele diz apreensivo e eu me recordo que estamos ali para decidir o nosso plano - Tudo bem?

- Podemos usar o jardim? - Ele riu e me respondeu um "é claro" quando eu já estava explorando todo aquele verde, andando pelo caminho de pedras e cheirando as flores das mais variadas cores que se encontravam organizadas ao redor das rochas em que eu estava pisando, a sensação de liberdade só aumentava a cada segundo e eu me senti extremamente grata por Noah confiar em mim o bastante para me trazer aqui.

- Obrigada.

Ele franze a testa, provavelmente se perguntando qual o motivo do meu agradecimento, então eu explico:

- Por confiar em mim e me trazer em um lugar tão pessoal - Falo mordendo a parte interior da minha bochecha, recebo um sorriso iluminado e por um momento me perco nas suas íris verdes.

- Só consegui pensar em você todas as vezes em que eu vinha aqui.

Ele pensava em mim, pensei com um sorriso no rosto. Eu não sei por que isso fez eu me sentir tão bem, tão satisfeita.

- Acredito que isso seja bom.

- Com certeza é - Ele respondeu, já estava acostumada com suas respostas enigmáticas então simplesmente peguei nossas coisas para começarmos a trabalhar.

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Miiiill desculpas pelo sumiço, vocês não tem noção do quão eu sou boa no quesito procrastinar e por essa razão o capitulo demorou a sair. Espero que ele esteja bom o suficiente para que vocês aceitem minhas desculpas.

Um beijo, até o próximo capítulo. 💖

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