Capítulo 8

22 3 0
                                    

             

                  Vanessa

   Ao entrarmos no carro evitei olhar para o motorista. Miguel colocou o cinto de segurança e eu fiz o mesmo.

— Ainda não consigo acreditar que já estamos casados! — Miguel.
— Pois acredite meu amor. Sou sua esposa! — Falei acariciando seu rosto e sentindo-o estremecer.
— Sim! — disse pegando minha mão e beijando a palma — E em breve... — ele baixou o tom de voz — estaremos a sós em um lindo quarto de hotel na cidade maravilhosa... — ele me olhou malicioso, um arrepio percorreu meu corpo e à lembrança do corpo dele sobre o meu, minha pele suada, colada à dele... apertei minhas coxas ao sentir a humidade entre minhas pernas.
— Tudo bem? — Miguel Perguntou.
— Tudo. — Respondi sentindo meu rosto corar sabendo que ele estava pensando o mesmo que eu.
— Também não vejo a hora de estarmos juntos outra vez! — Falou em meu ouvido. Nesse momento ouvi um risinho de deboche vindo do motorista e olhei para o seu reflexo no espelho do carro, nossos olhares se encontraram e eu tive certeza que não estava errada, aquele homem era mal e havíamos cometido um grande erro entrando naquele carro com ele ao volante.
— Amor...?
— Oi amor. — Respondi olhando para Miguel.
— O que foi?
— Miguel... — minhas mãos tremiam e ele segurou-as entre as suas.
— Está tudo bem. — Garantiu ele.
— Não amor, não está tudo bem. — Minha voz saiu trêmula e minhas mãos estavam geladas.
— Falta pouco para chegarmos ao aeroporto.
— Você não está entendendo Miguel, eu acho... — o carro parou tão abruptamente que se não estivéssemos com o cinto de segurança teríamos sido arremeçados para fora do veículo.
— Você enlouqueceu?! — Miguel gritou com o motorista, que ergueu os braços em sinal de rendição, mas não olhou para nós.

   Olhei para frente e vi quatro homens armados e dois deles apontavam suas armas para o carro.
— Calma amor... é um assalto. Eles vão querer o carro e nós não vamos reagir... — ele tentou me tranquilizar, mas ao mesmo tempo, olhava para todos os lados.
    Estávamos em um local deserto, dos dois lados da estrada só havia mato e escuridão.
— Sai do carro! — Gritou um dos bandidos para o motorista que saiu imediatamente e foi empurrado por um dos homens.
   No mesmo instante, Miguel e eu começamos à retirar os cintos de segurança.

— Não se incomodem... — disse o bandido que acabara de entrar no carro — o seu funcionário pode ir, mas vocês ficarão um pouco mais conosco. — ele riu e apontou a arma para a minha cabeça — Nem pense em reagir play boy ou sua esposinha morre e esse casório não passa da lua de mel.
    Outro bandido, que ocupou o lugar do motorista gargalhou enquanto os outros dois, amarravam o motorista, depois eles também entraram no carro, um ao meu lado e o outro do lado de Miguel.
— Nossa! — disse o bandido sentado ao meu lado — Vai ser um prazer fazer esse trabalho.
— Não... — tentei me afastar quando ele passou o revólver na minha perna.
— Não se atreva à tocar na minha esposa seu infeliz! — Gritou Miguel.
— Quietinho aí play boy ou eu estouro a carinha linda da sua mulherzinha. — Garantiu o bandido colocando a arma na minha cabeça e fazendo Miguel ficar imóvel.

— Já chega Renato! — gritou o bandido que estava sentado à minha frente — E quanto à você... — ele apontou a arma para Miguel — é melhor se comportar pra não ficar viúvo no dia do casamento. — Repetiu a ameaça, depois olhou para o homem que estava atrás do volante — Vamos Tomaz! — Gritou o líder do bando.

   O carro corria em meio a rodovia deserta e aproximei-me mais de Miguel e o cara que estava com a arma apontada para mim riu alto, o que me fez sentir mais raiva e medo dele.
   À medida que o automóvel avançava por uma estrada de terra, várias perguntas passavam pela minha cabeça. Quem éram aqueles homens? Por que estavam fazendo aquilo? E a pergunta da qual eu mais temia a resposta, O que eles iriam fazer conosco?

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora