Capítulo 25

22 2 0
                                    

               

                  Leandro

   Saí do hospital um pouco mais cedo, por sorte uma colega aceitou trocar de plantão. Dois dias antes, Vanessa aceitou sair novamente comigo e nem lembrei que na sexta estava escalado para o plantão.

   Haviam passado três meses desde que Vanessa me contou sobre o fim do seu casamento. Na semana seguinte, conversamos apenas por telefone depois chamei-a para um passeio com Gabriel e, na ocasião, ela me convidou para o aniversário do bebê. Vanessa optou por um almoço com pessoas próximas, mas foi uma tarde muito animada e, quando estava indo embora, perguntei se ela aceitava jantar comigo.
   Durante as semanas seguintes, nos encontramos todos os fins de semana que eu estava livre, mas apenas como amigos. Conversávamos muito. E embora tenha decidido não pressioná-la, todas as vezes que estávamos juntos, precisava me esforçar para controlar o desejo de falar-lhe novamente sobre meus sentimentos que só aumentavam.

   Deixando de lado as lembranças, parei o carro em frente à sua casa e sorri ao vê-la me esperando. Usando um vestido azul, encantadora, Vanessa se aproximou e saindo do carro, abri a porta para ela...

— Gostou do restaurante? — Perguntei ao sairmos do estabelecimento.
— Gostei muito! — Respondeu ela.
    Na volta para a casa de Vanessa, dirigi devagar. Queria aproveitar sua companhia o máximo possível.
— Obrigada Leandro! — Falou ela tirando o cinto.
— Vanessa... — ela me olhou — também gostei muito e... — em nenhuma das outras vezes que saímos, senti tanta vontade de beijá-la como senti naquele momento — estar com você me faz feliz! — Falei  aproximando meu rosto do dela.
— Leandro...
— Eu quero muito te beijar... — esperei alguns segundos para ver se ela se esquivava, mas ela não o fez e, ainda, ergueu o rosto e me olhou nos olhos.
   Transbordando ansiedade e alegria, cheguei mais perto e nossas bocas ficaram a milímetros uma da outra. Vanessa fechou os olhos e toquei-lhe os lábios com os meus.
   A princípio, senti um leve tremor em seus lábios. Beijei-a suavemente, apenas unindo nossas bocas e não demorei para interromper o contato, também não à abracei, temi que ela se assustasse como ocorreu no beijo anterior.
— Leandro...
— Você não faz idéia do quanto esperei por esse beijo! — fitei-a —  Apenas dê-me a chance de te amar e te fazer feliz. Seja minha namorada! — Seu silêncio me preocupou. Achei que tivesse sido precipitado.
— Não posso responder agora. Preciso de um tempo para pensar... —disse ela abrindo a porta.
— Claro! Leve o tempo que precisar para pensar sobre nós... — Segurei sua mão.
— Tchau! — Disse soltando minha mão e saindo do carro.
— Tchau!
  

                    Vanessa

— Ele te pediu em namoro?
— Pediu. — Respondi à minha mãe. Quando ela me perguntou como fora o encontro com Leandro, o que fazia sempre que saíamos e contei sobre o pedido.
— E você disse não?
— Eu disse que preciso pensar.
— Então existe a possibilidade?
— Sim mamãe, existe, mas ela é mínima se comparada a tudo que terei que enfrentar para aceitar.
— Querida, o que aconteceu com você no passado foi horrível, mas acho que grande parte daquela dor já está superada.
— Realmente. Consegui superar a tristeza, a ansiedade e também o medo que tomaram conta de mim, principalmente, nos primeiros meses após tudo aquilo, mas isso é diferente mãe! Eu não fui capaz de me entregar nem para o Miguel. Como poderei ficar com o Leandro?
— Tudo era muito recente quando você e o Miguel decidiram voltar para casa e tentar levar uma vida de casal. Sua situação com o Leandro é diferente. Está escrito nos olhos dele que te ama. E quanto a você, o único jeito de saber se é capaz de namorar com ele é tentando, além do mais, o rapaz te pediu em namoro e não em casamento, se aceitar, não precisa ir além... — mamãe fez uma pausa e lançou-me aquele olhar que parecia ser capaz de ler até meu pensamento mais secreto — É mesmo só isso que está te impedindo de aceitar? — continuei calada — É por causa do Miguel? No seu coração ainda há esperança de resolver tudo com ele?
— Estaria mentindo se dissesse que não sonhei com isso todos esses meses, mas foram apenas sonhos mãe!
— Quer um conselho?
— A senhora sabe que seus conselhos sempre me ajudam...
— Dê uma chance ao Leandro e, principalmente, se dê a oportunidade de viver o amor outra vez!

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora