Capítulo 3

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         Miguel

   Meu coração estava acelerado, o sabor doce dos lábios dela ainda aquecia os meus. Nunca antes um beijo mexera tanto comigo. Era a primeira vez que me apaixonava. Sim, eu, Miguel Moura, estava apaixonado por Vanessa, a garota mais tímida, bonita e simpática que eu já conheci.

— Boa noite filho! — minha mãe sorriu e fez um gesto com a mão para me mostrar que tínhamos convidados ou melhor, convidadas. — A Luana e a Léia ficarão para o jantar. — Avisou e em seu olhar pude ver que eu teria que ficar também.
— Que bom! — Falei forçando um sorriso.
— Venha filho, junte-se a nós. — Pediu segurando a minha mão.
— Eu só vou tomar um banho, trocar de roupa e já volto. — Falei dando um beijo no rosto dela.
— Tá certo querido.

   Saí da sala apressado. Como a minha mãe pôde fazer isso? Eu já havia dito que não queria nada com a Luana e dona Mirtes me apronta uma dessas?

   Demorei o máximo que pude no banho, quando desci, as três falavam sobre mim e me senti ainda mais desconfortável.
— E a Monique? — Perguntei sentando ao lado da minha mãe.
— Ela foi jantar com o noivo.
— A Monique está muito diferente. — falou Léia — Esse rapaz está fazendo muito bem à ela.
— Sim, eles estão muito felizes.
— Não vejo a hora da Luana também vai me dar essa alegria. — Comentou Leia e não me passou despercebido o olhar conspiratorio que ela e a filha trocaram.
— Ai mamãe, a senhora não perde essa mania de querer me ver casada!
— Isso deve ser coisa de mãe. — comentei — Minha mãe também quer me casar à qualquer custo. — Falei olhando para dona Mirtes.
— Eu só quero o seu bem. — Rebateu ela.
— Eu também, só quero o bem da minha filha e já que vocês dois estão sozinhos... — ela não terminou a frase, mas nem precisava, sutileza realmente nunca fora o ponto forte de Léia Tavares.

   Durante o jantar a conversa girou em torno do mesmo assunto. Casamento, e eu contava mentalmente os minutos para o fim daquela situação constrangedora. Depois do Jantar passamos para a sala, para tomar café e eu pedi licença para ir pro meu quarto.
— Ainda é cedo filho. Fique um pouco mais. — Pediu minha mãe.
— Estou cansado mãe, o dia foi exaustivo e amanhã tenho que acordar cedo.
— Então até amanhã filho.
— Até amanhã mãe. — voltei-me para as visitas e disse: — Boa noite. — Ao que elas responderam ao mesmo tempo.

   No silêncio do meu quarto, voltei a pensar em Vanessa, no seu beijo delicioso. No dia seguinte eu iria até a loja, precisava vê-la, falar com ela, sentir seus lábios outra vez.
— Ah Vanessa, você vai ser minha esposa! — Essas palavras saíram da minha boca, mas ecoaram no meu coração.

         Vanessa

   Permaneci calada o jantar inteiro, se meus pais perceberam não disseram nada, pelo menos não durante o jantar. Depois minha mãe veio até meu quarto.
— Ainda pensando no Miguel? — Ela me perguntou.
— Eu não sei o que fazer mãe.
Ela sentou-se ao meu lado na cama.
— O que você quer fazer?
— Eu quero...
— Você quer aceitar o pedido dele. — Afirmou.
— Sim, quero muito, mas eu tenho medo.
— Medo de quê?
— Ele é presidente de um banco e eu, uma vendedora mãe e pior, além do Gustavo eu não namorei mais ninguém e se ele quiser apenas brincar comigo?
— Eu não sei o que dizer querida. O amor é complicado, mas quando é correspondido, é maravilhoso.
— Nunca havia me apaixonado antes e é assustador pensar que posso estar dando à alguém a chance de me fazer feliz ou de me magoar.
— Filha, o que vou dizer parece estranho, mas mesmo havendo a possibilidade do sofrimento, se você não der uma oportunidade para o Miguel, jamais saberá se ele te faria feliz e pior, perderá a chance de amar. Não quero te ver sofrer e estou vendo que mesmo que você não aceite o pedido do Miguel, passará por momentos dolorosos se perguntando o que teria acontecido se tivesse tentado.
— Então a senhora acha que eu devo aceitar?
— Eu acho que você deve seguir seu coração.
   Olhei para ela, minha mãe sempre acertava em seus conselhos e torci para que dessa vez não fosse diferente.
— Obrigada mãe.

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora