Capítulo 22

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                    Vanessa

   A festa do primeiro ano de Melissa foi realizada em um espaço muito bonito que fora todo decorado com princesas.
   A princípio, eu não queria ir. Apesar de Monique garantir que, para desgosto não só dela, mas principalmente, de dona Mirtes, Miguel não viria, ainda assim, temi encontrá-lo e claro que ele tinha muito mais direito de estar na festa da sobrinha do que eu. Mas, reunindo coragem, atendi o pedido da minha amiga.
— Obrigada por vir! — Falou Monique após me abraçar e fazer o mesmo com os meus pais e beijar o afilhado.
— Eu que agradeço o convite!
  
   Uma moça vestida de Cinderela nos acompanhou até nossa mesa e alguns minutos depois, um garçom trajado como Aladin nos serviu salgados e refrigerantes.
— Esse lugar é incrível! — Disse mamãe olhando à nossa volta. — Filha... — ela começou e gelei ao pensar que Miguel havia chegado, mas ao olhar para a entrada, vi Leandro cumprimentando Monique e entregando-lhe um presente.
   Ele estava muito bonito. Com exceção da tarde em que fomos à uma lanchonete, nunca o havia visto sem o jaleco e naquela noite, usando uma camisa social azul, calça preta e com os cabelos penteados para trás, o que dava-lhe uma aparência de garoto rebelde, reconheci para mim mesma que sentia atração por ele, mas à julgar pelos olhares e sorrisos sedutores que vislumbrei em algumas convidadas, eu não era a única.

                  Leandro

   Fiquei surpreso com o convite para o aniversário de Melissa, era incomum os pais me chamarem para as festinhas das crianças, mas gostei muito, principalmente, porque Vanessa e Monique eram amigas e certamente Vanessa estaria lá e para minha alegria, ela estava.
   Depois de cumprimentar a família da pequena Melissa, que estava linda em um vestido amarelo, dirigi-me à mesa na qual se encontravam Vanessa, seus pais e Gabriel.
— Boa noite! — Cumprimentei-os e os três responderam, mas diferentemente dos pais, Vanessa não olhou para mim, o mesmo comportamento que tivera nas consultas de Gabriel nos últimos meses.
— E como está esse garotão? — Perguntei quando Gabriel agitou seus braços para que eu o pegasse e não resistindo a demonstração de afeto do bebê, fui até dona Míriam e peguei-o.
— Parece que ele gosta do senhor doutor! — Comentou o avô de Gabriel.
— E eu dele! — Respondi. Quem podia resistir a um bebê tão carinhoso quanto Gabriel? 

   Vanessa continuava calada. Como ela estava linda! A beleza dela sempre foi visível para mim, mas trajando um vestido branco, os cabelos presos em um coque e uma maquiagem discreta que realçava-lhe ainda mais os belos traços, ela estava maravilhosa.
— Agora, se me dão licença, não os incomodarei mais. — falei olhando para Vanessa e entreguei Gabriel para a avó. — Quando cheguei uma Rapunzel quiz me levar até uma mesa, mas queria cumprimentá-los antes! Agora vou procurar um lugar.

              Vanessa

— Espere doutor! — Olhei para meu pai, o que ele pretendia? Leandro já se afastava da nossa mesa e eu respirava aliviada por isso e papai o chamava?
— Sente-se aqui conosco! — Olhei de papai para mamãe. Será que ele fazia idéia do quão desconfortável seria para Leandro e, principalmente, para mim ficarmos tão perto um do outro?
— Não quero incomodá-los. —  Respondeu Leandro, mas papai insistiu:
— Claro que não incomoda! — Nesse momento, Lendro olhou para mim e nossos olhares se encontraram e nos dele, identifiquei incerteza, como se estivesse me perguntando o que eu pensava sobre o que papai dissera e para surpresa de ambos, me vi dizendo:
— O meu pai tem razão, não será nenhum incômodo para nós! — Falei tudo isso fitando-o.
— Nesse caso... — aproximando-se da única cadeira desocupada que era justamente a que ficava ao lado da minha, ele sentou-se.
— E então doutor, conte-nos como é ser um pediatra! — Pediu papai.
— Por favor, chame-me de Leandro!
— Tá bem Leandro! — Respondeu e pelo olhar que vi um trocar com o outro, soube que aquele era o início de uma amizade.

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora