Capítulo 19

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                  Vanessa

— Filha, eu vou até a recepção falar com o seu pai e com o Rubéns, que disse que só iria embora quando tivesse notícias do Gabriel. — falou mamãe depois que colocou Gabriel no berço que havia ao lado da cama.
— Pode ir mãe e diga ao papai que lhe desejo um feliz natal e diga ao Rubéns que eu o agradeço muito e quero que ele, a Monique, a Mel e também a dona Mirtes passem um natal abençoado!
— Eu digo meu amor. Volto logo!
   
   Depois que ela saiu, olhei para Gabriel.
— Meu filho! — Falei baixinho para não acordá-lo. Levantei e devagar, pois minhas pernas estavam trêmulas o que devia ser pelo esforço que fiz durante o parto, fui até ele. Peguei sua mão tão pequena e frágil quanto ele. Segundo o pediatra, Gabriel tinha um peso e tamanho normais para um recém nascido, mas para mim, ele era tão pequeno, tão indefeso... sua mãozinha apertou meu indicador e ele abriu os olhinhos, mas voltou a fechá-los.
   Não existiam palavras que pudessem descrever meus sentimentos em relação aquele ser que, mesmo tão pequenino, era tão importante para mim.
— E pensar que temi não conseguir te amar... — acariciei seus cabelos que me lembravam os do meu pai — eu te amo! Você é o centro do meu universo! — Falei e, em meio ao sono, o meu bebê esboçou um sorriso. O sorriso mais lindo do mundo!

   Voltei para a cama e deitei. Nesse momento, pensei em como seria bom ter Miguel ao meu lado, compartilhando minha alegria pelo nascimento do Gabriel. Uma lágrima rolou por meu rosto, era muito triste saber que o homem que eu amava não me amava o bastante para aceitar meu filho... E pior ainda, saber que, apesar do amor dos meus pais e principalmente do meu, Gabriel não conheceria o amor de um pai.

    Um mês depois...

— Cadê o garotão da vovó? — Mamãe entrou no quarto quando eu estava terminando de arrumar Gabriel.
— Está quase pronto! — Respondi.
— Tem mesmo certeza que não quer que eu vá com vocês? — Minha mãe me perguntou pela quarta vez.
— Não precisa mãe. A Monique disse que a dona Mirtes também vai e ontem a senhora quase não dormiu. Descanse um pouco e não se preocupe, assim que as crianças forem atendidas, estaremos de volta!— Tranquilizei-a.
— Tá bem! Mas lembre-se de falar pro médico sobre ontem! — Pediu segurando Gabriel enquanto eu colocava algumas coisas na bolsa. Aquela seria a primeira consulta com o pediatra depois que saímos do hospital, o que aconteceu uma semana depois do nascimento de Gabriel, por sorte, o doutor Leandro Rangel também era o pediatra que acompanhava a filhinha de Monique e, ao saber disso, ela providenciou que a consulta de Gabriel fosse agendada para o mesmo dia que a de Mel.

— Já dormiu! — Disse mamãe olhando para Gabriel que dormia tranquilamente em seus braços, bem diferente da noite anterior, a qual havíamos passado acordadas porque ele teve cólica. E enquanto minha mãe manteve-se calma, eu entrei em pânico ao vê-lo aos prantos, mas ela, como sempre, me orientou sobre o que fazer, como eu deveria colocá-lo com a barriguinha encostada à minha e aos poucos, o que me pareceu uma eternidade, meu bebê se acalmou, pois até o choro dele mudou, era um pranto carregado de dor, mas ele calou-se e adormeceu.
— O que seria de mim e do meu filho se não fossem a senhora e o papai? — Fui até ela e à abracei — te amo!
— Oh minha filha, eu te amo ainda mais! — Respondeu beijando meu rosto e ela estava certa, por mais que ame minha mãe e meu pai, o amor que sinto por eles jamais se igualará ao amor que eles têm por mim e só me dei conta disso depois que meu filho nasceu.

   Ainda estávamos sob à emoção daquele momento tão bonito quando ouvimos o barulho de um carro.
— Acho que são elas...
— Acho que sim... — falei pegando Gabriel e mamãe pegou a bolsa e me acompanhou até o carro, onde Monique e dona Mirtes me esperavam.

   A clínica era muito bonita, além do hospital onde o Gabriel nasceu, o doutor Rangel também atendia na clínica da qual, segundo Monique, ele era sócio.
— Bom dia! — Nos cumprimentou uma recepcionista sorridente.
   Depois que demos os nomes das crianças e fomos informadas que em alguns minutos seríamos atendidas, nos sentamos para aguardar.

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora