Um amor maior que o teu

capítulo 5

 

    A recepção aconteceu em um belíssimo salão. Os noivos chegaram depois dos convidados, provavelmente o carro em que vieram fez um caminho mais longo. Monique irradiava felicidade e Rubéns, apesar de ser tímido, também não parava de sorrir e cada vez que um olhava para o outro seus olhos brilhavam. Eles se amavam e todos ali presentes éramos testemunhas de todo esse amor.

   Miguel me levou para a nossa mesa, que era a maior pois em volta dela estávamos Monique, Rubéns, dona Mirtes, os pais de Rubéns, Miguel e eu. Fiquei um pouco nervosa ao sentar ao lado de dona Mirtes, que demonstrou todo o seu desagrado em dividir a mesa comigo me lançando um olhar frio e distante. Olhei para o meu lado esquerdo e encontrei o olhar apaixonado do Miguel.
— Tudo bem? — Perguntou baixinho, pegou minha mão e beijou.
— Tudo. — respondi depois olhei para Monique que estava à minha frente — A cerimônia foi linda! — Falei
— Sim. — O sorriso dela aumentou - Tudo está muito lindo! — ela olhou para a mãe e depois para a sogra —  Obrigada às duas por me ajudarem!
— Não precisa agradecer querida! —  Falou a mãe de Rubéns.
— Eu te amo e só quero te ver sempre assim, feliz! — Disse dona Mirtes emocionada.
— Também te amo mãe! — Foi a resposta de Monique.

   Após o jantar começaram os discursos, feitos pelos pais de Rubéns, dona Mirtes, Miguel e o próprio Rubéns. Seguidos da valsa dos noivos.

   Enquanto alguns casais dançavam, Miguel estava conversando com alguns funcionários do banco, para os quais já havia me apresentado, e eu estava sentada observando a festa.
— Olá! — Cumprimentou-me um rapaz alto e sorridente à quem já havia sido apresentada. Ele também trabalhava no banco.
— Oi. — Respondi.
— Você aceita dançar comigo? —  Perguntou sentando na cadeira em frente à minha.
— Obrigada pelo convite, mas no momento quero descansar um pouco. — Falei olhando para Miguel.
— Tá bem, — ele sorriu — mas se você mudar de idéia estarei por perto.
— Tá... — falei fingindo não notar o seu olhar cheio de interesse.

   Quando ele se afastou, dona Mirtes se aproximou acompanhada de uma loira que parecia uma modelo de capas de revistas.
— Vanessa, — dona Mirtes sorriu triunfante — essa é a Luana. — a loira esboçou um sorriso debochado e eu antipatizei com ela no mesmo instante. — Ela é a Vanessa...
— A namoradinha do Miguel. —  completou Luana me lançando um olhar de desprezo. — Já era hora de te conhecer, — disse ela me estendendo a mão direita, que eu apertei — afinal Miguel e eu somos muito próximos...
— Engraçado, — falei — nós namoramos há alguns meses e ele nunca me falou sobre você. — Nunca fui de rebater os comentários de estranhos, mesmo que fossem desagradáveis, mas ouvir aquela mulher insinuando que era "próxima" do meu namorado me aborreceu muito.
-m— Talvez ele tenha ficado com medo de te aborrecer... — provocou-me ela.
— Ou, talvez ele tenha te esquecido? - perguntei — Mas se ele esqueceu ou não tanto faz. Agora se me dão licença.
— Claro. — Respondeu dona Mirtes  quando passei por elas e me dirigi para o banheiro. Não me importando em parecer rude. Quem aquela loira oferecida pensava que era para debochar de mim? E pior, por que dona Mirtes insistia em me tratar como se eu não fosse nada?
   Fiquei alguns minutos no banheiro, retoquei o batom e ao olhar para o espelho sorri, por mais que a tal Luana fosse bonita, eu também estava  muito bonita e meu namorado gostava de mim e não dela, respirei fundo e voltei para o salão.

               

                  Miguel

    Eu estava conversando com alguns colegas quando Luana se aproximou sorrindo insinuante.
— Uau! — Exclamou Dalton.
— Olá rapazes! — Falou Luana tocando meu ombro.
—Pessoal essa é a Luana. — Apresentei-a.
— Dalton. — Ele sorriu interessado.
— Fernando.
— Renato. — Os três se apresentaram e ficaram igualmente interessados nela. Apesar de não ter nenhum interesse nela, tinha que reconhecer que Luana era muito bonita.
— Sinto muito interromper a conversa de vocês, mas pensei que poderíamos dançar... — ela voltou a tocar-me, dessa vez no meu braço.
— Tá bem. — Aceitei pegando sua mão e conduzindo-a para a pista de dança.