Capítulo 24

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                Vanessa

   Estava me preparando para sair da loja e, certamente, encontrar Leandro me esperando lá fora quando meu celular tocou e, ao ver que era minha mãe, atendi rapidamente.
— Filha você já está vindo para casa?
— Sim. Aconteceu alguma coisa com o Gabriel? — Perguntei nervosa.
— Ele está com febre. Já dei um banho, mas a temperatura ainda está alta.
— Quanto?
— Trinta e oito.
— Eu já estou chegando. Enquanto isso a senhora fica observando se a febre aumenta.
— Tá bem, mas não é melhor levá-lo ao hospital?
— Não. O Leandro veio me buscar... — Várias perguntas devem ter passado pela cabeça da minha mãe, mas naquele momento nenhuma de nós conseguia pensar em mais nada além de cuidar de Gabriel. — Em alguns minutos estaremos aí!

   Respirei aliviada ao ver Leandro, encostado no carro, me esperando.
— Que bom que você veio! — Falei quando ele abriu a porta do carro para mim.
— Onde você quer ir para conversarmos? — Perguntou ao entrar no carro.
— Quero ir para casa. Minha mãe ligou e disse que Gabriel está com febre... — Olhei suplicante para ele.
— Então vamos logo! — Respondeu ligando o carro.

   Leandro se manteve no limite de velocidade permitido até chegarmos e, em dez minutos fizemos o percurso que, normalmente, eu fazia em quase uma hora.
   Encontramos minha mãe  no quarto, Gabriel estava chorando e ela tentando acalmá-lo.
— Ele passou a tarde assim. — Minha mãe disse a Leandro quando ele pegou Gabriel e o deitou na cama começando a examiná-lo. — Nem a mamadeira que geralmente toma à tarde ele quiz.
— E que horas a senhora notou a febre? — Perguntou Leandro olhando a garganta de Gabriel.
— Depois que ele acordou. Há uma hora mais ou menos.
— O que ele tem Leandro? — Perguntei aflita.
— A garganta está inflamada. Por isso a febre e a resistência dele em aceitar a mamadeira. Mas vou prescrever um antibiótico para tratar a garganta e um antitermico para a febre.
   Peguei Gabriel e sem me importar com a presença de Leandro, sentei na cama e amamentei meu filho. No começo ele ainda chorou, mas aos poucos, passou à mamar.
— Isso mesmo! O seu leite é o melhor alimento pra ele agora e além do seu leite, o ideal é oferecer alimentos pastosos e líquidos assim o desconforto dele será menor ao engolir. — explicou ele terminando de prescrever a medicação de Gabriel — Vou até a farmácia comprar o medicamento...
— Espere! — pedi — Por favor mãe, pegue a minha bolsa que deixei na sala.
   Mamãe voltou com a bolsa e entreguei algum dinheiro a Leandro.
— É suficiente? — Perguntei.
— Sim. Volto logo!

— Que sorte o Leandro está com você quando liguei! — Comentou mamãe.
— Sim. — Respondi sem deixar de acariciar a cabeça de Gabriel que estava muito quente. Ele continuava mamando — É tão ruim saber que ele está com dor e não poder fazer parar!
— Mas você está fazendo ele melhorar, veja! — Disse mamãe olhando para Gabriel — Para ele, não existe nenhum outro lugar melhor que o seu colo. — Sorri para ela.
— Obrigada mãe! Não só por cuidar com tanto carinho do meu filho, mas também por ser a melhor mãe do mundo. — Sem dizer nada, ela segurou minha mão.

   Leandro não demorou à voltar com o remédio, que me explicou quantas vezes por dia Gabriel deveria tomar.
   Alguns minutos depois, meu pai chegou e também ficou preocupado com Gabriel, mas Leandro o acalmou dizendo que Gabriel ficaria bem e que era comum crianças terem amigdalites.

— Eu vou indo... — Falou Lendro enquanto eu colocava Gabriel, que após tomar o antitermico adormeceu, no berço.
— Muito obrigado por tudo! — me afastei do berço — Sei que havia concordado em conversar, mas...
— Não se preocupe com isso! Entendo que você não consegue pensar em mais nada. — disse olhando para meu bebê — Ele ficará bem!
— Ficará. Obrigada!

   Acompanhei Leandro até a porta, mas quando ele ia sair, papai não deixou e insistiu para que ele ficasse mais um pouco e jantasse conosco.
— Um outro dia Vítor! — Leandro respondeu.
— Não Leandro. Depois de toda a atenção que você teve com meu neto, o mínimo que podemos fazer é te oferecer um jantar! — Falou papai.
— Não fiz mais que o meu dever como médico e, além disso, gosto muito do Gabriel.
— Mais um motivo para ficar! — Papai insistiu.
— O meu pai tem razão Leandro. — falei chamando a atenção dos dois — Ficaremos felizes se você aceitar jantar conosco... — Leandro me fitou e pude ver que estava duvidando das minhas palavras — principalmente eu. — Completei sustentando o olhar.
— Eu fico. — Respondeu sorrindo.

Um amor maior que o teuOnde histórias criam vida. Descubra agora