CIRANDA VIVA - LIVRO 1 - Finalizado e em revisão

CAPÍTULO 43

Alice narrando:

O Vinicius teve alta, no início da tarde da segunda-feira, eu fui pra casa da minha mãe, arrumar minhas coisas e falar com o Jorgito sem a presença do Vinny, contei a situação dele para o Jorgito e abençoado resolveu dar ataques de ciúmes, contei que o Vinicius está doente e que eu iria sim pra casa da avó dele e se ele quisesse, eu poderia falar todos os dias de lá. Para o Jorgito, até poderia ser difícil entender, mas vendo o Vinicius ao vivo e a cores como eu vi, eu jamais o abandonaria numa hora dessas. Nem pelo Jorgito, nem por ninguém e se ele quisesse teria que ser assim.

No final da tarde, já anoitecendo, pegamos a estrada para a casa da Vó do Vinny e a Nina viajando deitada no meu colo toda serelepe querendo olhar pelo vidro durante toda viagem, eu quase morri de tantas saudades da minha bichinha.

Chegamos de frente da casa da vó do Vinicius, na cidade de Sete Lagoas eram quase oito da noite e a Vó Clésia, já demonstrava um pouco de ansiedade com a nossa demora, ela já nos esperava com a mesa posta para o jantar, após a refeição, subimos para os quartos e guardamos as nossas coisas.

A Vó tinha preparado um quarto pra cada um, entrei no quarto que ela indicou, era uma suíte com uma cama de casal, deixei as minhas coisas e fui ver o Vinny, o quarto dele era parecido com o meu, mas com duas camas de solteiro. Deixamos nossas coisas e descemos para assistir um pouco de novela, degustando um cálice de licor de jabuticaba com a Vó e o Vô.

Recolhi-me ao meu quarto, tomei um banho, arrumei as minhas coisas e me deitei, já estava quase dormindo quando senti o Vinny todo sorrateiro, se deitando ao meu lado, me dizendo que só queria dormir abraçado comigo e que antes de amanhecer ele voltaria pra cama dele, me pediu um beijo na boca de boa noite, se aconchegou em mim e dormiu me abraçando de conchinha, quando acordei na manhã seguinte, ele já tinha ido embora.

No café da manhã, a vó quis saber se nós tínhamos dormido bem, eu particularmente dormi super bem e o Vinny respondeu que dormiu bem até às cinco da manhã, depois não conseguiu mais dormir. Após o almoço, falei rapidamente com o Jorgito, ele estava saindo de viagem pra jogar em Sevilha e o Jorgito se assustou com a aparência do Vinny, quando ele cumprimentou o Jorgito pelo vídeo.

O Vinny e eu passamos o resto do dia todo de folga, sem fazer nada, apenas conversando, escutando música e deitados nas redes, era disso que o Vinny precisava, de um regime de engorda, apenas comer, descansar e tomar os remédios nos horários.

No final da noite, despedi-me de todos, me arrumei pra dormir, me deitei e escutei o Vinicius entrando no quarto, se deitando novamente ao meu lado, me dando um beijo do qual, eu conheço o Vinicius o suficiente pra saber que aquilo não era só um beijo de boa noite.

"Para Vinny! Assim a gente não pode!" Empurrei suavemente tentando não rejeitá-lo.

"A gente não pode ou você não quer? Você não me ama mais para isso Alice?" Ele continuou beijando o meu rosto, o meu pescoço, lambendo a minha orelha. Eu sabia que ele queria ir além.

"Vi! Não faz assim! Eu estou com outra pessoa agora! Isso não é certo, não é correto, por favor, para!" Virei-me de bruços para ele parar de me beijar na boca, só que ele me desvirou.

"Não é certo Alice? Correto é ser abandonado como eu fui? Sem ter tido a chance de saber o porquê que o meu namoro terminou exatamente? Eu nem mesmo tive o direito de lutar por você e menos ainda conseguir me despedir de você como você me prometeu. É certo você não poder me amar, não por que não quer, mas por que não pode? Isso são convenções dessa sociedade hipócrita! O que você não pode, é fazer isso comigo, Alice! Eu estou desesperado por você, eu preciso de você minha bonequinha, eu preciso te sentir pra poder me acalmar e eu sei que você quer me amar, ou eu estou enganado? Eu me enganei? Responde?" Este é um momento em que o bem e o mal travaram uma luta dentro de mim, o que era certo, já não parecia tão certo e o que era errado, será mesmo que era errado?