CAPÍTULO 59

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"A vida é engraçada! O mundo dá muitas voltas! E nada como um dia após o outro!" São todas as frases feitas e clichês, mas era assim que eu me sentia completamente contraditório, a pessoa mais feliz e infeliz do mundo!

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"A vida é engraçada! O mundo dá muitas voltas! E nada como um dia após o outro!" São todas as frases feitas e clichês, mas era assim que eu me sentia completamente contraditório, a pessoa mais feliz e infeliz do mundo!

Depois que oficializei minha união com a Alice na Grécia! As nossas vidas começaram a entrar nos eixos e me acostumei com as migalhas da Alice, não que eu reclamasse do que eu recebia! A Alice era teimosa e determinada! Ela queria fazer o tal mestrado! Ela foi, seguiu a vida dela lá na Espanha e fiquei aqui no Brasil com Larissa e Nina. Precisava apenas exercitar a minha paciência...

Comecei o ano de 2005 matriculado no curso de engenharia civil da UFMG, conseguiria eliminar um ano inteiro e mais algumas matérias durante o decorrer do curso, entrei direto no terceiro período. Todo mundo já se conhecia na sala de aula e caiu Vinicius de paraquedas na vida deles.

No primeiro dia de aula, sentei-me na primeira carteira ao lado da porta! Lugar estratégico! Fiquei analisando a turma, composta oitenta por cento, de homem e a maioria deles, na casa dos dezenove ou vinte anos e eu com quase vinte cinco! Senti-me um 'Tio'! Todo mundo interagindo e eu ignorado completamente! Um, ou outro aceno e nada mais que isso!

Achei muito interessante, ao contrário do curso de arquitetura! Aquele não era o meu lugar! Eu não me sentia em casa como no outro prédio da Escola de Arquitetura! Ali eu era apenas mais um, na multidão! Por mais incrível que pareça, eu havia gostado da sensação de ser anônimo novamente. No entanto, o anonimato acabou no terceiro dia! Era incrível! Todo mundo conhecia meu pai...

Era uma quarta-feira, a segunda aula era de topografia! Um mundo bem mais perto do meu, não aguentava mais ver tanto cálculo, estava ansioso pela matéria que me era familiar. Quem adentrou a sala, foi nada mais nada menos do que Vicente Vargas. Ele havia sido meu professor na faculdade de arquitetura. Além, dele e a esposa serem amicíssimos dos meus pais e ele sempre me chamava de Vinicius de Moraes, em homenagem ao grande poetinha e eu retrucava de brincadeira, o chamando de Vicent Van Gogh, em tributo ao pintor incompreendido, de sanidade duvidosa, mas de genialidade evidente!

"Grande Vinicius de Moraes! Quando seu pai me falou que você tinha voltado pra faculdade, eu 'custei' acreditar! Não é que você está mesmo aqui?" Abraçou-me com carinho e notei que a sala toda parou e ficou um completo silêncio.

"Fala Van Gogh! Pois, é! Estudar nunca é demais né? O Velho não me dá folga não! De manhã venho pra cá e a tarde tenho que estar lá no escritório trabalhando com ele! Vai continuar sendo puxado!" Retribuí o abraço e a sala inteira ficou nos olhando e gostei da sensação.

"Quando seu pai me contou dos seus planos profissionais, confesso que fiquei orgulhoso de você Vinny! Quer dizer que a Alice está na Espanha fazendo um mestrado e vocês viraram sócios? Foi por isso que você resolveu voltar para faculdade, né malandro? Quanta novidade!" Ele me encheu de perguntas e saiu caminhando em direção à mesa dele e a classe ficou escutando nossa conversa em silêncio total e absoluto. Dali em diante, sabia que ninguém mais deixaria de me notar.

CIRANDA VIVA - LIVRO 1 - Finalizado e em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora