CAPÍTULO 49

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Vinny narrando:

Quando Alice e eu decidimos virar parceiros, eu senti a esperança brotar dentro de mim novamente, minha bonequinha não tinha me abandonado, Alice queria um tempo para ela e para o espanhol dos infernos! Já que era assim, direitos iguais! Botei na cabeça que seria interessante vivenciar novas experiências! Respirar novos ares! Só que até chegar a essa conclusão, foi difícil! E como! Não tinha sido nada fácil passar por aquela fase!

Principalmente, por que eu tinha que dividir a minha oncinha com aquele Jorgito! Não era nada fácil, muito pelo contrário, era muito dolorido ouvir a Alice falar do Jorge, com a admiração que ela nutria por ele! Alice me falou que amava aquele jogador dos infernos na minha cara! A notícia boa, é que ela me ama também! Eu não abriria mão da minha bonequinha, nunca! Jamais e em hipótese nenhuma!

No dia que sai da casa da minha avó com a Alice, tive a certeza de que minha bonequinha seria minha e para sempre! Minha avó falou isso e acreditei piamente nela! Por isso, dar asas para a Alice voar, foi a coisa mais difícil que fiz na vida! 

Passamos momentos maravilhosos juntos durante a minha recuperação, namoramos bastante, passeamos, fomos até assistir o clássico Cruzeiro e Atlético com a família da Alice, apenas como amigos! Foi estranho falar que seríamos apenas amigos! A palavra 'parceiros' definitivamente soava bem melhor! Parceria nos definia muito mais do que somente 'amigos'!

Alice e eu nos redescobrimos, nos reinventamos e estávamos em processo de inicialização e de adaptação de nossos novos projetos. Minha mente fervilhava com tantos desafios que coloquei para mim, eu precisava preencher minha cabeça com diversas atividades, voltaria para universidade, trabalharia com o meu pai e com a Alice à distância, badalaria com a Lary nos finais de semana. Tudo era muito fácil na teoria, por que, na prática! Haja sofrimento!

A primeira vez que fui levar a Alice no aeroporto, logo após o meu aniversário e lá naquele saguão totalmente blasé, cheio de passageiros transitando para lá e para cá, e ainda assim ter que me despedir dela, foi uma das coisas mais doloridas que já fiz na vida! Chorei que nem um condenado e a Alice meio sem jeito tentou me consolar:

"Vi, não fica triste! No final do mês, a gente já vai se encontrar, num é? Será apenas dez dias Vinny! Num precisa ficar triste assim!" Não era apenas dez dias, daquele instante em diante, os momentos que eu passaria com a minha bonequinha, seria apenas um oásis no deserto.

"Com o tempo, talvez eu me acostume, mas agora, está doendo tanto te ver indo embora..." Nem tentava mais segurar as lágrimas que teimavam em escorrer pelos meus olhos, tampouco me importava com as pessoas me olhando sofrer. Eu queria que ela ficasse comigo!

"Deixa eu te contar uma coisa meu anjinho, sei que despedidas doem e muito! No dia em que eu me despedi do Jorgito no aeroporto de Barcelona anos atrás e fui obrigada a voltar para o Brasil. Não sabia quando ou se veria o Jorge novamente. Eu mais do que ninguém, sei o quanto dói ver quem amamos partir, também conheço a dor de ter que ir e deixar quem a gente ama pra trás. Eu amo você Vinny e dez dias vão passar tão rápido, você vai ver!" Apenas concordei com a cabeça, aceitando que dez dias nem era muito tempo assim e após ver minha oncinha entrando no portão de embarque, me deu um desespero tão grande. Que quase retirei tudo o que eu disse! Dez longos dias e eu teria que me acostumar com a minha nova rotina.

O que me confortava, era saber que em pouco tempo, eu reencontraria a Alice na Itália. Passei os dias seguintes organizando tudo para a viagem, de passagem aérea a hospedagem e depois planejando o que faria com a Alice, passeios, jantares! Tudo para não sentir a falta da minha oncinha! Ela merecia o melhor e eu faria de tudo para dar o mundo a ela.

CIRANDA VIVA - LIVRO 1 - Finalizado e em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora