Minha garota

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   Cheguei faltando sete minutos, fiquei apressando o Nikolai, para ir mais rápido, ele disse que se levasse uma multa os pontos iriam para a minha carteira... Infelizmente isso era impossível de acontecer. Claramente o príncipe não se dava muito bem em fazer qualquer coisa sobre pressão.

   Cheguei numa Lamborghini vermelha às oito da manhã, estava me sentindo ridícula.  Todos olhavam para mim e para o príncipe. Queria enfiar minha cara na terra e nunca mais tirar. A escola toda parecia estar lá. O grupinho do Knut estava lá. Félix estava lá. Todos olharam para mim.

   Sem brincadeira.

   Todos.

   Quando fui sair, Nikolai pego a minha mão e deu um beijo.

   Desgraçado. Queria dar um soco na cara dele. Puxei a minha mão com força, podia ter dado um tapa nele, mas... Ah, seria uma completa perda de tempo, também sabia que muito provavelmente teriam retaliações, já que Nikolai não era o irmão.

    O infeliz sorria quando disse, em alto e bom som, enquanto fechava a porta do carro.

   - Boa aula, minha princesa. Quer que te busque depois, minha flor?

   - Eu quero que você vá se foder, querido.

   - Vou aceitar isso como um sim.

   Me virei, estava vermelha, sabia disso. Enquanto ele dava partida, gritou para todos.

   - EU TE AMO! - De forma cantarolada.

   Olhei para o Félix, que estava tentando não cair no chão de rir. Esses idiotas. Caminhei até o grupinho. Todos estavam do lado da porta da escola. Cheguei e dei um tapa forte no braço do príncipe, ele parou de rir. Peguei sua mão e o puxei para dentro, onde tinha menos gente. Não olhei para nenhum dos meninos. Não tinha coragem.

   - Você e Nikolai estão de parabéns! Que horas ele foi te buscar?

   - Às duas da manhã. - Respondi, com um sorriso falso no rosto, que logo sumiu.

   O sorriso debochado dele também desapareceu e foi substituído por um tipo de ciúme que, não posso negar, adorei.

   - O que vocês estavam fazendo?

   - Eu, chorando na praia, ele me consolando. Fica de boa. Todos vão achar que trai o Knut.

   - As pessoas já acham isso... E você realmente fez isso.

   - Nós fizemos isso.

   - Dentre nós dois só você é uma fazedora de cornos profissional, fez dois num período de três meses.  Antes Knut achava que vocês estavam se encontrando, por conta das fotos do chá da tarda minha mãe... Agora acho que ele tem certeza! E agora que você me puxou para cá... Se considere solteira!

   - Obrigada! Por me dizer o óbvio.

   - Vamos lá! Nem é tão péssimo, você está subindo na escada, opa! Cama da sociedade... Começou com um pobre, depois um rico, depois o oitavo na linha de sucessão ao trono Dinamarquês, então o sétimo... Realmente respeitável essa sua jornada!

   - Cala a boca.

   Soltei ele e caminhei para a sala de biologia, esse seria meu último mês indo para aquela sala. Mês que vêm trocaria as matérias do trimestre. Deitei na mesa e fiquei. Até as pessoas começarem a entrar na sala. Me sentei do lado da parede dessa vez, Félix se sentou próximo do corredor. 

   Escutava os murmurinhos.

   Já estava de saco cheio disso. Sai da sala e fui atrás da turma de matemática, Knut estava lá. Félix veio atrás, mas estava distante de mais para me parar e mesmo que gritasse, não escutaria.

   Abri a porta da sala, a aula parou. Todas as carteiras estavam ocupadas, todos os olhares saíram do quadro negro para mim. Estava cometendo um erro tremendo e sabia. Fiquei na porta, chamei Knut e ele veio logo em seguida, estava bravo, isso era visível.

   Ele fechou a porta devagar, virei de costas para ele por um segundo, só era necessário isso...

Como agarrar um monarcaOnde histórias criam vida. Descubra agora